(Composto
por D. Pedro II na noite de 15 para 16 de novembro de 1889.)
Não
maldigo o rigor na iníqua sorte,
Por
mais atroz que fosse e sem piedade,
Arraneando-me
o trono e a majestade,
Quando
a dois passos estou da morte.
Dos
jogos das paixões, minha alma forte
Conhece
bem a estulta variedade,
Que
hoje nos dá contínua felicidade
E
amanhã nenhum bem que nos conforte.
Mas
a dor que excrucia, a que maltrata,
A
dor cruel, que o ânimo deplora,
Que
fere o coração e pronto o mata;
É
ver na mão cuspir, à extrema hora,
A
mesma boca aduladora e ingrata,
Que
tantos beijos nela pôs outrora.
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Extraído
do jornal O ÍNDIO, Palmeira dos Indios, 20/11/1921.
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