Por Etevaldo Amorim
A uma situação em que não existe ordem ou
controle, resultando em bagunça, tumulto, confusão, chamamos barafunda. E o que
dizer de uma pessoa que tem por alcunha “Barafunda”? Seria a confusão
personificada; a desarrumação e o conflito incorporados numa pessoa e por ela
se expressando.
O Dr. Coelho Cavalcanti |
Talvez não se encontrasse outro apelido mais
apropriado ao modo de ser e de agir de JOÃO FRANCISCO COELHO CAVALCANTI. Esse
alagoano se notabilizou pelo grande conhecimento da língua portuguesa (dizia-se
que ele sabia mais Português do que Ruy Barbosa) e pela alta capacidade de
oratória, o que o distinguia dos operadores do Direito da época. Mas ficou
conhecido mesmo foi pela sua extraordinária capacidade de agredir, de
polemizar. Nos órgãos de imprensa onde trabalhou, e tendo ele próprio sido
proprietário de um deles, atacava seus adversários com fúria devastadora,
levando-os muitas vezes ao desespero.
O conceituado escritor alagoano Félix Lima
Junior[i],
que se ocupou em biografar o polêmico personagem, confessa ter tido enorme
dificuldade em obter informações a seu respeito. Até mesmo a data e o local do
seu nascimento eram ignorados. Sabia-se apenas que nascera em 1874.
Bem, mas hoje, com as facilidades
tecnológicas, conseguimos descobri-la.[ii]
Uma simples notinha publicada no jornal maceioense Orbe, de 16 de junho de
1897, em seção denominada Album de Indiscrições, a revela:
“16 DE JUNHO.
Desprende
hoje uma canção,
Peralta Musa
jucunda:
Faz anos João
Barafunda...
...................
Por que
nasceste, João?....
LEAR”
Quanto ao local do seu nascimento, ainda
segundo Lima Júnior, é provável que tenha se dado no Engenho Flexeiras (na
ribeira do Getituba, atual Município de Flexeiras, então pertencente a São Luiz
do Quitunde, Estado de Alagoas). Este soneto publicado no Cruzeiro do Norte,
Maceió, 20 de janeiro de 1892, parece comprovar:
SONETO
Do Remédio no meio embora esteja,
É hoje para mim pesares tudo.
Não falo, ás vezes me conservo mudo
Dos olhos meus a lágrima goteja.
Este vento veloz que rumoreja
No pé do jenipapo ramalhudo,
Difere do de lá; falo sisudo,
Esta boca mentir não há quem veja.
Meus amigos, adeus! Adeus, Flexeiras!
Longe de ti, ó terra, eu sinto a morte.
A saudade cruel me rouba a calma!
Adeus flores, capins e trepadeiras,
Adeus a ti também, ó velho forte
No tamanho pequeno; grande n’alma!
(Janeiro 1892)
Quincas, como era conhecido, cursou Medicina
em Bruxelas (reino da Bélgica), não chegando a concluí-lo, abandonando-o no 6º
ano. Em 6 de janeiro de 1885, faleceu assassinado por Joaquim Lacerda Ferro,
por questiúnculas de aldeia.[iii]
Aliás, o nome verdadeiro de Joaquim era Joaquim Cavalcanti de Albuquerque. O
“Machado da Cunha” foi introduzido a partir de 1873, quando faz publicar no
jornal Diário de Pernambuco uma nota com a sua resolução:
“Joaquim Cavalcanti de Albuquerque, senhor do Engenho
Quitunde, da Comarca de Camaragibe, Província das Alagoas, entendendo haver,
tanto nesta quanto naquela província, muitas pessoas de igual nome, faz ciente
ao público e às pessoas com quem tem relações, que d’ora em diante assina-se
Joaquim Machado da Cunha Cavalcanti. Recife, 12 de julho de 1873.”
Sua mãe, Belmira Coelho Alcântara Menezes
Cavalcanti, era filha do Tenente-Coronel José Marinho d' Alcântara Lima, dono
do Engenho Flexeiras, e de Francisca d'Alcântara Coelho de Menezes. Eram seus
irmãos: José Machado da Cunha Cavalcanti e Rosa Cavalcanti Pontes de Miranda
que, de cujo casamento com Manoel Pontes de Miranda, nasceu o famoso jurista alagoano
Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda. Era também parente de Dona Constança de
Goes Monteiro.
Ao que nos consta, não constituiu família. Félix
Lima Junior refere à existência de um filho seu, que se tornou funcionário do
Ministério das Relações Exteriores, fruto de uma de suas muitas conquistas.
Barafunda, então com 20 anos de idade, “conquistou
e deflorou moça bonita e pobre residente no distrito de Barra de Santo Antônio”,
então pertencente a São Luiz do Quitunde. Denunciado pelo Promotor Público, foi
pronunciado pelo juiz Cândido Gonçalves de Albuquerque.
Segundo Lima Junior, o “Joca”, como era
tratado em família, estudou as primeiras letras em São Luiz do Quitunde, vindo
depois para Maceió, onde fez o Curso Secundário no Colégio Adriano, do renomado
professor Adriano Augusto de Araújo Jorge, que funcionava na Rua 1º de Março,
atual Moreira Lima. Acrescente-se o fato de que, no Edital publicado no Diário
das Alagoas, de 3 de novembro de 1888, assinado pelo Secretário da Delegacia
Especial de Instrução Pública, Sidrônio Herculano de Santa Maria, que anuncia
os inscritos para os Exames Gerais Preparatórios no Lyceu Provincial, consta o
nome de João Francisco Coelho Cavalcanti.
Na preciosa obra de Félix Lima Junior,
chega-se a duvidar da sua formação jurídica. Mas ele, efetivamente, formou-se
em Ciências Sociais pela Faculdade do Recife. O Jornal do Recife, edição de 7
de dezembro de 1897, noticia a Colação de Grau para as 12:00 horas daquele mesmo
dia, sob a presidência do vice-Reitor Dr. Augusto Vaz, e relaciona os bacharéis
nos cursos de Ciências Jurídicas e Sociais; Ciências Jurídicas e Ciências
Sociais.[iv]
Cavalcanti estava entre eles.
Já o jornal Orbe, de Maceió, em sua edição do
dia 5 de dezembro de 1897, página 2, dá conta da sua chegada a Maceió, ficando
claro que não participou da cerimônia de Colação de Grau:
“Ontem chegou a esta capital o nosso ilustrado
coestaduano, poeta e amigo, Dr. João Francisco Coelho Cavalcanti, que acaba de
ser laureado com o título de Bacharel em Ciências Sociais.
O Dr. João Cavalcanti, quando acadêmico, ilustrou as
nossas páginas com suas belíssimas produções literárias debaixo do pseudônimo
de João Barafunda, sendo sempre acatado em todos os Estados aquelas lindas
produções como fina joia literária.
Penhorados agradecemos a visita que se dignou de
fazer-nos, e dando-lhe os sinceros parabéns desejamos mil prosperidades.”
Ainda no Recife, ocupou o cargo de amanuense
dos Correios, para o qual fora nomeado em 14 de Setembro de 1894, em
substituição a Antônio Arecippo de Barros Teixeira (que se tornaria também
magistrado, e futuramente Juiz de Direito em Pão de Açúcar), sendo exonerado,
por abandono, em 6 de fevereiro de 1895.[v]
Em abril de 1896, esteve no Rio de Janeiro. O
jornal Gazeta da Tarde, de 8 de abril daquele ano, noticia a sua chegada:
“Está entre nós, vindo de Alagoas, o Sr. João Barafunda,
que naquele Estado redigiu diferentes jornais, pretendendo estabelecer a sua
residência aqui nesta Capital. Agradecemos a sua visita”.
Sua permanência na Capital Federal não se
confirma, pois continua a desenvolver suas atividades no Recife. Em outubro de
1897, a revista literária Congresso Acadêmico, da Faculdade do Recife, traz um
artigo seu intitulado A QUE SE FOI.[vi]
Retornando a Alagoas depois de formado, em
maio de 1898 atuava como redator da Seção Literária do jornal Orbe.
Por intermédio de um telegrama de Martins
Junior, seu grande amigo, a Júlio de Castilhos, Coelho Cavalcanti ingressa na
magistratura rio-grandense[vii],
nomeado pelo Governador Borges de Medeiros. Em setembro daquele ano, é nomeado
Promotor Público para a Comarca de Jaguarão, no Rio Grande do Sul,[viii]
próximo à fronteira com o Uruguai. Em março de 1900, foi removido para a Comarca
de Pelotas.[ix]
Submetendo-se a provas que terminaram a 28 de
novembro de 1901, como concorrente único ao Concurso para Juiz de Direito na
Magistratura gaúcha, foi aprovado e nomeado para a Comarca de Passo Fundo[x].
Em 17 de junho de 1904, por Ato nº 33, é removido para a Comarca de São João
Batista do Camaquã, em permuta com o Dr. José Moreira Soares de Oliveira.[xi]
Jaraguão, Pelotas, Passo Fundo e Camaquã, as Comarcas do Dr. Cavalcanti |
A QUESTÃO
COM CARLOS BARBOSA
A morte de Júlio de
Castilhos, o grande Chefe do Partido Republicano, em 24 de outubro de 1903, marcaria
o início de uma série de percalços na já atribulada vida de Coelho Cavalcanti. Ele
ainda comparece a um Ato em homenagem àquele que o introduziu na magistratura
do Rio Grande, em Villa Rica (atual Júlio de Castilhos), no dia 24 de novembro,
ocasião em que produziu “arrebatadora e belíssima peça oratória... que foi alvo
de calorosos aplausos, tal o entusiasmo com que soube eletrizar completamente o
auditório”, conforme diz A Federação, de 3 de dezembro de 1903.
Agora Juiz de
Direito em Camaquã, o Juiz parece cada vez menos interessado nos misteres do
ser cargo. Requerendo sucessivas licenças, faz-se cada vez mais ausente da sua
Comarca. Seu interesse mesmo estava na política. Por causa dela e do seu gênio
de polemista audacioso, indispôs-se com os poderosos locais. Em 1905, por exemplo,
arranjou inimizade com o General Firmino de Paula[xiii],
por causa de artigos seus publicados no Correio do Povo. O General, enfurecido,
o desafiou para um duelo.
Exercitando sua essência panfletária, Barafunda divulga um panfleto intitulado “A FERRO CANDENTE”, que teria sido distribuído por mais de quinze pessoas em março do ano de 1904, sob o pseudônimo “Gomes Lourenço”. Carlos Barbosa, então Vice-Presidente do Estado do Rio Grande do Sul, e candidato à sucessão de Borges de Medeiros, moveu-lhe um processo por calúnia.
No dia 23 de janeiro de 1905, o Superior
Tribunal confirma a pronúncia do Juiz de Jaguarão contra o Dr. Cavalcanti, por
calúnias impressas ao Dr. Carlos Barbosa, chefe republicano em Jaguarão.[xiv]
Em 10 de junho de 1905, o Juiz de Jaguarão, Dr.
Quintiliano de Mello e Silva, faz Despacho em que o considera culpado e emite
ordem de prisão contra o seu colega.[xv] Aplicou-lhe
a pena de 1 ano e meio de detenção, mais multa de 800$000 réis.
Em novembro de 1905, o Tribunal negou, contra
o voto do Desembargador Alcibíades Cavalcante e Albuquerque (pernambucano), a
mudança de fórum solicitada pelo Dr. Cavalcanti.[xvi]
Em 1906, em Sessão do Júri, em Jaguarão, que
começou às 11 horas do dia 3 de março e terminou às 4 horas da madrugada do dia
seguinte, foi condenado a um ano de prisão[xvii].
Atuaram, como acusador particular, o Dr. Germano Hasslocher[xviii]
e o advogado de defesa Dr. Andrade Neves Neto.[xix]
A imprensa rio-grandense, em especial o A
Federação, move intensa campanha contra Coelho Cavalcanti.
Em 1º de janeiro de 1907, lança em Porto
Alegre o jornal O Sul, em parceria com o jornalista João José Cézar. Faziam
parte do seu corpo redatorial: Souza Lobo, Victor Brito e o Capitão Tito Villa
Lobos.[xx]
11 de janeiro de 1907. O Chefe de Polícia Dr. Pedro Mibieli[xxi] expede ofício ao Superior Tribunal de Justiça. Informava que Cavalcanti fugira de Porto Alegre, no vapor Monarca, às 8 horas da noite, em direção à Estação da Margem do Taquari (atual General Câmara). Na verdade, diz o Chefe de Polícia, ele teria entrado no navio às 4 da tarde, ocultando-se no porão de proa.
O vapor Monarca em que Barafunda se escondeu para fugir. |
No dia 8 de fevereiro de 1907, o Superior Tribunal confirmou a sentença do Júri de Jaguarão: um ano de prisão celular e 800$ réis de multa. Em Decreto de 3 de abril de 1907, o Governador do Estado declara avulso o Dr. João Coelho Cavalcanti.[xxii] Refugia-se em Rivera.
Em sua terra, o Gutenberg, de 12 de abril de
1907, transcreve notícia de O Popular, de Santana do Livramento-RS.
“João Barafunda, o adorável João Barafunda, autor da tão
meiga e popular “Genura”, está no Rio Grande do Sul pagando a arrojo de ser
altivo. Eis o que lemos a seu respeito no O Popular, de Santana do Livramento:
“Acha-se emigrado em Rivera, por questões políticas com o
governo do Estado, o formidável polemista Dr. J. Coelho Cavalcanti, o homem que
em terras do Rio Grande do Sul melhor escreve a língua portuguesa. Coelho
Cavalcanti é como a sarça bíblica – abrasa-se, mas não se consome.” S. S. tem
inúmeras visitas de pessoas grades desta localidade e de seus muitos
admiradores e amigos. Saudamo-lo.”
Como se sabe, Coelho Cavalcanti era Juiz de Direito em
Passo Fundo. Por questões políticas foi processado e, de então para cá, têm
tentado, baldamente, abater-lhe os brios.
É o caso de recitar-nos ao poeta alagoano dois dos seus
mais formosos versos:
“João, volta à terra em onde nasceste,
Onde o primeiro e puro amor viveste...
Vamos, bardo da dor, põe-te a caminho...”
FUGA
ESPETACULAR
Cavalcanti sabia que havia contra ele uma
ordem de prisão. Mesmo assim, vez por outra cruzava, à noite, a rua que vai da
Rivera (Uruguai) a Santana do Livramento. Numa dessas ocasiões, em 2 de junho
de 1907, tendo ido assistir a um espetáculo no teatro local, foi descoberto e
preso[xxiii].
Foi conduzido para o Quartel do Caty, de onde seria transferido para a Casa de
Correção.
Fronteira Santana do Livramento/Rivera. |
“Coelho Cavalcanti acaba de ser preso Livramento. Tememos
levem-no Caty[xxvi].
Pedimos providências”.
Ao mesmo tempo, um amigo do Coronel João
Francisco[xxvii],
Comandante do Caty, sabendo que uma escolta daquele Grupamento conduziria o
preso para Porto Alegre, telegrafou de Santa Maria para lhe pedir que o tratasse,
não como um criminoso vulgar, mas como pessoa digna de alguma regalia.
Estação de Santana do Livramento-RS. 1913 (acervo Museu David Canabarro) |
Estação de Cacequi_Revista Nação Brasileira_1935 |
Chega o comboio à Estação de Cacequi. Hora do almoço. Um menino se aproxima do Dr. Cavalcanti e lhe oferece um bilhete de loteria, insistindo para que o compre. Notando que no verso do bilhete havia algo escrito, pegou-o. Fazendo com que o alferes Barão, chefe da escolta que o conduzia, não percebesse, leu o recado:
“Ao terminar a forte rampa, próximo a um matinho, estarão
dois gaúchos bem montados com um cavalo encilhado para você. Atire-se do trem e
os gaúchos se incumbirão do resto.”
Seriam 13h35min, chegam à Estação de Azevedo
Sodré. Cavalcanti abriu um livro e começou a lê-lo com atenção. Logo o trem se
põe em movimento com a velocidade costumeira. Teria transposto ele seis km e
seriam então 13:30 h quando, notando que o trem diminuíra a marcha, e intuindo
estar no local anunciado, Cavalcanti, fechando o livro, fala com o Oficial que
o acompanhava e dirige-se para a reservada,
que ficava na outra extremidade do carro. Simulando tentar abri-la e não
conseguindo, deu volta ao trinco da porta do vagão, saiu rapidamente para a
plataforma e daí atirou-se de cócoras ao solo. Logo após a queda, levantou-se e
correu em direção ao capão.
Um passageiro que se achava sentado no último
banco, gritou:
- O preso fugiu!!!
Levantando-se, esse passageiro deu sinal na
sineta para que o trem parasse.
Isso se deu na altura do km 139, que fica em
campos do Tenente-Coronel José Narciso Antunes, Intendente de São Gabriel. Nesse
ponto, havia uma bandeira vermelha à margem da via férrea e, ao lado, outra da
mesma cor e mais afastada, indicava ao preso o caminho a seguir. Ali estavam
cinco homens armados e montados. Um deles, o famoso guerrilheiro Clementino
Bento, colocou-o na garupa e partiram todos em direção a um capão próximo, desaparecendo
no pampa, sob a fuzilaria cerrada da escolta.[xxviii]
Aníbal Garcia Barão.Foto:www.claudemirpereira.com |
A essa altura, o alferes Aníbal Barão[xxix],
pego de surpresa, atira-se também do trem. Precipitou-se sem medir
consequências, levando uma grande queda e rolando por um pequeno barranco. O
fato aconteceu tão rapidamente, que muitos passageiros nada viram do que ali se
passara. O trem parou, descendo a escolta que enveredou para dentro do mato,
atravessando intensa fumaça provocada pela queima do capinzal, feita de
propósito.[xxx]
Circulou também, no A Federação, em edição de
27 de junho de 1907, uma versão segundo a qual o fato não se deu em terras de
Narciso Antunes (Zeca Antunes) e nem os homens eram seus capangas: o plano
teria sido concebido e executado por gente de Rafael Cabeda.
Quando em fuga pela estrada real, tinha que
pousar em hospedarias e mesmo em casa de Chefes situacionistas. Numa delas, em
que se achava grande reunião e, em que pese os conselhos dos seus condutores,
Coelho Cavalcanti insistiu em pedir pousada que foi, afinal, concedida de muito
bom grado. O dono da casa, entretanto, por alguma desconfiança inquiriu o
visitante sobre sua procedência e intenções. O juiz foragido não se intimidou:
- Aqui para nós, muito em segredo, e que
ninguém nos ouça. Sou o Desembargador Chefe de Polícia, que ando a cata do
Cavalcanti. Não passou por aqui esse tratante?...
Diante de tal autoridade e de tão nobre incumbência, não lhe faltaram a melhor cama, a mais gorda galinha, e a maior das atenções.
Faltando-lhe habilidade, Barafunda cavalgava devagar, o que em muito dificultou a sua chegada a local seguro. Adentrando território uruguaio, passou no dia 19 de junho em Asseguá, Departamento de Cerro Largo, prosseguindo até Rivera, tendo cumprido nove dias de jornada.[xxxi]
Já em território estrangeiro, teve ainda a
petulância de telegrafar a Evaristo do Amaral, redator do jornal A Federação,
que o atacava ferozmente: “CHEGUEI SÃO E SALVO”. Órgão oficial do Partido
Republicano no Rio Grande do Sul, A Federação foi fundado por Júlio de
Castilhos e Venâncio Ayres, iniciando sua circulação no dia 1º de janeiro de
1884.
Em outubro, divulga o folheto Pesadelo, com
duras críticas a Borges de Medeiros, dizendo que ele estragara a grande obra de
Júlio de Castilhos. Sobrou também para os coronéis Marcos de Andrade e Evaristo
do Amaral.[xxxii]
Em apoio à campanha de Fernando Abbott à
presidência do Estado, Cavalcanti fundou os jornais A Propaganda e Jornal da
Fronteira, cuja circulação foi suspensa em 11 de dezembro de 1907.[xxxiii]
O crime pelo qual fora condenado prescreveu.
Barafunda pode, enfim, sair do seu esconderijo em Rivera. Sua permanência no
Rio Grande, entretanto, passou a ser insustentável. Concluiu que novos ares lhe
fariam bem.
A
CAMINHO DO AMAZONAS
No dia 6 de janeiro de 1909, Coelho
Cavalcanti já estava no Rio e visita a redação de O Paiz, anunciando que está
de passagem para Manaus.[xxxiv]
No dia 10 de abril de 1909, no Hotel Paris,
oferece lauto banquete a seus patrícios José Maria Correia de Araújo e José
Maria Goulart de Andrade, o poeta. Acharam-se também presentes: Luiz Franco,
Dr. Cesare Bevilacqua, William Shaw, 1º Tenente da Armada. Era a sua despedida
do Rio de Janeiro, rumo à capital amazonense.[xxxv]
Em Maceió, a Redação do Gutenberg recebe o seguinte
telegrama:
“Seguiu Coelho Cavalcanti vapor Brasil – Cordeiro de
Farias”[xxxvi]
Seus amigos se regozijam com essa notícia. Com
efeito, ele chega a Maceió no dia 2 de maio, para alegria dos seus velhos
amigos, que o recebem de braços abertos. E ele segue para novos desafios.
Sua primeira aparição na imprensa manauara
foi em 20 de junho daquele mesmo ano, onde publica o poema À MINHA MÃE, no
jornal Correio do Norte, Órgão do Partido Revisionista do Estado do Amazonas.
Aliás, a esse Partido era filiado o Dr. Adriano Jorge, alagoano que ali se
estabelecera como médico.[xxxvii]
Em 29 de junho, figura entre os oradores do meeting de apoio às candidaturas do Mal.
Hermes Rodrigues da Fonseca e Wenceslau Braz, para Presidente e Vice-Presidente
da República, respectivamente, realizado na Av. Eduardo Ribeiro.[xxxviii]
Em 14 de novembro de 1909, durante uma
“Conferência Popular”, na Praça São Sebastião, Coelho Cavalcanti esteve
presente. Dada por concluída aquela atividade política, os populares presentes
se recusaram a dispersar sem antes ouvi-lo, tal era a sua popularidade como
notável tribuno e exímio orador.[xxxix]
Sua atividade transcorre muito bem. Estabelece-se com conceituado advogado e sua
fama se alastra por toda a Região como ganhador das causas impossíveis.
FRENTE
A FRENTE COM A MORTE
O jornal A Esquerda, de 1º de março de 1928,
relata com minúcia os acontecimentos de Manaus naquele ano de 1910.
Conspirava-se abertamente em Manaus, e o Sr. Geraldo
Rocha[xl],
ao lado dos Srs. Porfírio Nogueira, Sá Peixoto, João de Sá e outros, era um dos
elementos mais entusiastas da revolução que se forjava contra o governo do
Coronel Antônio Bittencout. O partido de oposição, chefiado por Silvério Nery[xli],
e prestigiado pelo Senador Pinheiro Machado, preparava a deposição do velho “Pirarucu
de Cavaignac”, como era mais conhecido o coronel.
Um belo dia, por questão mínima de
politicagem, foi deflagrado o movimento. Prenderam os Deputados Estaduais com a
ajuda com o auxílio da força federal revoltada pelo coronel Pantaleão Telles e
os obrigaram a assinar a Ata de uma Sessão fantástica pela qual era decretada a
deposição do velho Bittencourt, devendo assumir o governo o Dr. Sá Peixoto,
Vice-Governador do Estado e alma da conspiração.
Geraldo Rocha. Brasil Ilustrado1921 |
Graças a um telegrama ambíguo do ministro
Alexandrino, o comandante da flotilha, Costa Mendes, ajudou o coronel Pantaleão
Telles a bombardear a linda cidade de Manaus. O coronel Bittencout resistiu
durante um dia inteiro e só deixou, quando na tarde de 10 de outubro de 1910,
os cônsules estrangeiros, sobretudo o cônsul alemão, fizeram-lhe ver que a
resistência iria trazer para a cidade prejuízos incalculáveis.
Apesar de todo o poderio de Pinheiro Machado,
os acontecimentos de Manaus tiveram tal repercussão na Capital Federal que o
governo determinou imediatamente a reposição do governador deposto.
Durante os combates que se travaram na
madrugada do dia 9 para 10 de outubro, e durante todo este dia, o Sr. Geraldo
Rocha, que era um dos chefes do movimento, que era um dos maiores assopradores
da fogueira, não apareceu em lugar algum; meteu-se escondido e covarde na
casinha em que morava, entregue aos seus idílios baratos, lá para as bandas da
praça Benjamin Cosntant.
Acabada a luta, reapareceu o nosso herói, mas
já cabisbaixo ante a nova de que o governo federal mandara prender os chefes
militares do movimento e ia repor o Coronel Bittencoutr. O Sr. Geraldo então
condenava o movimento, exprobava o que ela chamava “a violência dos calças vermelhas”.
Manaus, Av. Eduardo Ribeiro, onde Barafunda foi baleado. |
Foi nessa situação que, na tarde de 11 de outubro de 1910, na farmácia Barreira[xlii], à Avenida Eduardo Ribeiro, nº 13, o infeliz Coelho Cavalcanti o acusou de covardia e de ser um “vira-casacas”.
O Sr. Geraldo, fulo de raiva, sem poder
esconder a indignidade de sua ação, puxou do revólver e disparou cinco tiros
contra um homem desarmado, fraco e doente e embriagado, que apenas tinha
mostrado coragem de lhe dizer duras verdades. Três tiros o atingiram. João Barafunda
não morreu dos ferimentos.
Anúncio Missa,O Norte, 21.10.191 |
Sua morte é anunciada aos quatro cantos. Em
Maceió, chega-se a rezar uma missa na Igreja de São Benedito, às 7 horas da
manhã do dia 22 de outubro. Na noite daquele mesmo dia, chega a notícia de que
não morrera.[xliii]
Em 17 março de 1911, estando como Juiz
Seccional no Estado do Amazonas, é nomeado Procurador da República.[xliv]
NO RIO
DE JANEIRO
Barafunda foi ficando enquanto pode. Mas, em
1915, a situação no Amazonas já não era boa. A crise da borracha prejudicara os
negócios e muita gente deixou Manaus. Barafunda seguiu o exemplo e decidiu
partir para o Capital Federal.
Lima Junior informa que ele desembarca em
Maceió no dia 12 de maio, a bordo do vapor Bahia. Passados poucos dias, a 19,
embarca para o Rio de Janeiro, aonde chegou a 23 de maio de 1915. Seu nome
consta da lista de passageiros do Vapor Itatinga, procedente de Cabedelo.[xlv]
No dia 24 de julho de 1915, esteve presente à
comemorações de Bodas de Prata do casal poeta Coelho Neto/Maria Gabriela
Brandão.[xlvi]
Em dezembro desse mesmo ano, escreve na primeira edição da revista A Carioca.[xlvii]
Em 1917, morava na Pensão Aura, situada na Rua
da Lapa, 81. Neste ano, estando Fernandes Lima em campanha para o Governo do
Estado, manda-lhe o seguinte telegrama:
“Meu caro Fernandes Lima. Vão nestas linhas os meus
protestos de solidariedade à Convenção de 12 de julho último, que o indicou à
futura governança de nossa terra. O seu nome representa um valor honrado na
história política das Alagoas, e o seu governo será, de certo, o órgão fiel da
vontade briosa desse povo, - que quanto mais lhe paga, mais lhe deve. Receba,
num abraço, os parabéns do velho amigo – J. Coelho Cavalcanti.
Rio, Agosto, 1917. Lapa, 81.”
Em 11 de junho de 1918, esteve presente e
usou da palavra na aposição do retrato de Goulart de Andrade no Centro
Alagoano.[xlviii]
Em julho, lançou o jornal A Pua, quinzenal, literário e político, em parceria
com Francisco Schetino e Agripino Grieco.
Nesse mesmo ano de 1918, lança-se candidato a
Deputado Federal por Alagoas. A essa
altura já tinha publicado Gigantes e Pigmeus (25 de novembro de 1917). Eis a
sua mensagem ao povo alagoano:
“Ao eleitorado das Alagoas – Apresento-me, disputando o
terço, candidato a Deputado Federal por minha terra, nas eleições a
procederem-se em março próximo.
Não trago chancela de partidos. Só ao povo patrício me
dirijo; só a ele peço; só dele espero.
Também não quero o sufrágio senão por consciência.
Eleito, farei quanto couber ao meu espírito para não desmerecer a significação
do majestoso voto alagoano. – João Coelho Cavalcanti.”[xlix]
Em 1919, publica OURO DE LEI, um livro em que
colige o melhor da obra de Camilo Castelo Branco. Além dele, Carola Maluca.
O FIM
Inicia-se a década de 1920. No dia 5 de
janeiro, realizou-se a sessão semanal da Academia Brasileira de Letras para
preencher a vaga deixada por Paulo Barreto, o jornalista “João do Rio”. Coelho
Cavalcanti estava entre os candidatos. Concorreram com ele: Afonso Costa, Gustavo
Barroso, Constâncio Alves, Eduardo Ramos, Lima Campos, Mário Barreto, Octávio
Augusto, Orestes Barbosa, Saturnino Barbosa, Virgílio Várzea e Viriato Corrêa. Foi
eleito Constâncio Alves.
No dia 7 de março de 1920, Barafunda esteve em
visita à família do poeta Castro Menezes, que havia falecido. Lá estava também
o Prof. Freitas Machado, alagoano de Pão de Açúcar e Diretor da Escola Superior
de Agricultura e Medicina Veterinária.
Barafunda e Lima Barreto em caricatura de Hugo Pires, 1919. |
No dia 13 de maio de 1920, comparece ao aniversário de 39 anos de Lima Barreto, seu grande amigo e parceiro de boemia.[l] Nesse mesmo mês, faz conferência no Centro Alagoano sob o tema Calabar e outros Estadistas. ”[li]
Em 1922, ainda atuava como advogado,
estabelecido na Rua da Conceição, nº 20, em Niterói, onde também funcionava a
Camisaria Chic. O jornal O Fluminense, de 30 de setembro daquele ano, exibe um
anúncio:
“Causas Crimes. O Dr. Coelho Cavalcanti, Juiz de Direito
em disponibilidade, defende no sumário e no plenário, em causas crimes nesta
cidade de Niterói. Grátis aos réus pobres. Rua da Conceição, nº 20.”
Nesse ano ainda publica Pontas de Fogo, pela
Editora Schetino.
A partir daí, Barafunda desaparece do
noticiário ativo do Rio de Janeiro. O motivo teria sido a publicação, por
Barafunda, do folheto “LADRÕES EM RELEVO”, em que atacava políticos e outros
figurões influentes. Segundo Lima Junior, por ação direta desses mesmos
figurões, teria ele sido preso e internado no Hospital Nacional de Alienados em
1923.[lii]
Conta ainda o renomado historiador alagoano:
“Deixa Barafunda o velho casarão. Sai sem destino certo.
Dá umas voltas pelas ruas próximas. Vai à praia e descansa, vendo as ondas se sucederem
sem parar. Depois alcança um bonde. Salta na Rua do Passeio. Vai à Cinelância,
toma um trago na Lapa, cujo grande movimento aprecia e, ás 18 horas, enfastiado
de tudo e de todos, retorna ao Hospício, como o filho pródigo regressa à casa
paterna. .. Não se acostumara mais às ruas da Cidade Maravilhosa.”
Ali ficou até morrer no dia 18 de novembro de
1938, aos 65 anos. Assinou o atestado de óbito o Dr. Jefferson de Lemos,
Diretor do Hospital Nacional de Alienados, com diagnóstico de Estreitamento
Uretral – Infiltração urinária – Septicemia. A declaração foi feita por pessoa
alheia à família: Manoel Rodrigues Alves, comerciário.
Em sua homenagem, há uma rua com seu nome em
São Luiz do Quitunde – “rua Dr. Coelho Cavalcanti” e, no bairro Cidade Nova, em
Manaus, a “Rua João Barafunda”.
O QUE
DIZEM DE JOÃO BARAFUNDA
Segundo Luiz Câmara Cascudo[liii],
Barafunda possuia “barbicha de mosqueteiro e olhos de esgrimista”. E
acrescentava: “Ninguém lhe pisou o pé para não receber resposta. Manejava o
idioma como um clássico, com a segurança, a elegância, a precisão estilística
de um mestre. Tinha coragem misturada com atrevimento. Vezes injusto, nunca
alvejou alguém aparando o sangue para beber, transformado em dinheiro.”
Astério de Campos o descreve assim:[liv]
Dr. Coelho Cavalcanti, por Paulo Vaz_Revista das Revistas |
Diz ainda Lima Junior:
“Espírito
nômade, homem destemeroso como poucos, orador vibrante, político de sólidas
convicções, escritor culto e talentoso, epigramatista feroz, vaidoso como ele
só, temido mo crítico agressivo e rerino, respeitado por gregos e troianos,
lançando, cmo lançava, a torto e a riteito, seus agressivos e venenosos
sarcasmos, jornalista aplaudido, Barafundo era boêmio, profundamente boêmio.
Servia-se da chacota dcom extrema
facilidade, ara turor d eeplêndidas blagues, utilizava chistes quando achava
necessário, filosofava e, até, em determinada época, foi juiz...
E Joaquim Goulart de Andrade diz, por fim:
“Barafunda foi, efetivamente, um Juiz correto e altivo a
revelar conhecimentos jurídicos em suas luminosas sentenças.”
Afora o seu gênio irrequieto e os seus
excessos, João Francisco Coelho Cavalcanti foi tudo isso e, mais, um defensor da liberdade de
expressão e do direito; ele que, fundado em suas próprias convicções, dizia:
“Quem cavalga a
razão, não precisa de esporas”.
***
*** ***
GENURA
(Lyra antiga)
Genura - talvez
suponhas,
Na ausência que
nos separa,
Que o lábio que
te beijara
Talvez não te
beije mais...
Que coisas
terríveis sonhas!
Por esse que te
deu a vida
Tu não serás
esquecida,
Genura, Jamais!
Jamais!
Vivemos nós separados,
Tão separados, é
certo;
Mas eu te vejo
tão perto!
Tão perto de ti
me vejo!
Parece que,
descuidados,
Nós vivemos como
outrora:
Tão perto da
mesma aurora,
Tão perto do
mesmo beijo!
A sorte quer de
vencida
Levar-nos, minha
Genura,
A nós, que fizemos
jura
De só vencer-nos
a morte;
Mas, nós que de
uma só vida
As nossas vidas
fizemos,
Genura, querida,
havemos
Levar de vencida
a morte!
(João
Cavalcanti)
O PENSAMENTO,
Pelotas-RS, 1º de julho de 1901.
João Barafunda. Terra das Alagoas, Adalberto Marroquim |
***
*** ***
NOTA:
Caro leitor,
Este Blog, que tem como tema “HISTÓRIA E
LITERATURA”, exibe postagens com informações históricas resultantes de
pesquisas, em geral com farta documentação e dotadas da competente referência
bibliográfica. Por esta razão, solicitamos que, caso algumas delas seja do seu
interesse para utilização em qualquer trabalho, que faça uso tirando o maior
proveito possível, mas fazendo também o necessário registro de autoria e a
citação das referências. Isso é correto e justo. Segue abaixo, como exemplo, a
forma correta de referência:
Sugestão de registro de referência:
AMORIM, Etevaldo Alves. JOÃO BARAFUNDA, O
DESTEMIDO PANFLETÁRIO ALAGOANO. Maceió, outubro de 2020. Disponível em: .http://blogdoetevaldo.blogspot.com/2020/10/joao-barafunda-o-destemido-panfletario.html.
Acesso em: dia, mês e ano.
[i] Félix
Lima Junior, filho de Félix Alves Bezerra Lima e de Francisca Wanderley Lima.
Era primo de Manoelito Bezerra Lima, o nosso “Nezinho Cego”.
[ii]
CORREIO DO NORTE, Manaus, 17 de junho de 1912.
[iii]
REVISTA DA SEMANA, RJ, Ano XLII, nº 36, 6 de setembro de 1941, p. 13.
[iv] Luiz
Gonzaga da Silva, Antônio Ferreira Anunciação, Elviro Dantas Cavalcanti,
Faustino Cavalcanti de Albuquerque, Henrique José Couto, Manoel Joaquim de
Abreu, Irineu Leitão Pessoa de Albuquerque, Elyseu Elias Cesar, Bertholdo da
Nóbrega Dantas, Bento Bandeira de Melo e João Francisco Coelho Cavalcanti.
[v] JORNAL
DO BRASIL, RJ, 7 de fevereiro de 1895.
[vi] DIÁRIO
DE PERNAMBUCO, 16 de outubro de 1897, p.2.
[vii]
GUTENBERG, 22 de junho de 1907.
[viii] ORBE,
28 de setembro de 1898
[ix] A
FEDERAÇÃO, Porto Alegre, 30 de março de 1900.
[x] JORNAL
DO BRASIL, 11 de dezembro de 1901, p. 2.
[xi] A
Federação, 21 de junho de 1904.
[xii]
Jornal do Brasil, RJ, 8 de junho de 1904.
[xiii]
Firmino de Paula e Silva, General honorário. (Cruz Alta, 17 de fevereiro de
1844 — Cruz Alta, 7 de julho de 1930)
[xiv] A
NOTÍCIA, RJ, 23 de janeiro de 1905.
[xv] A
FEDERAÇÃO, 2 de setembro de 1905.
[xvi] A
NOTÍCIA, RJ, 4 de novembro de 1905.
[xvii] A
NOTÍCIA, RJ, 6 de março de 1906.
[xviii] Germano
Hasslocher Filho. Professor, advogado, jurista, político e jornalista, nasceu
em Santa Cruz (RS) no dia 10 de julho de 1862, filho de Germano Hasslocher e de
Marie Duran Hasslocher. Faleceu em Milão, na Itália, no dia 7 de fevereiro de
1911.
[xix] José
Joaquim de Andrade Neves Neto (Rio Pardo-RS, 11 de fevereiro de 1873 — Santa
Maria-RS, 22 de janeiro de 1923) foi um promotor público, advogado, escritor e
jornalista brasileiro. Era filho do General José Joaquim de Andrade Neves Filho
e de Francisca Rocha Ramos.
[xx] JORNAL
DO BRASIL, RJ, 31 de dezembro de 1906.
[xxi] Pedro
Afonso Mibieli (Encruzilhada do Sul, 1866 — Rio de Janeiro, 8 de setembro de
1945).
Advogado, magistrado e político. Filho de Afonso Mibieli de Fontoura e
Leopoldina Prates da Fontoura
[xxii]
JORNAL DO COMÉRCIO, RJ, 24 de abril de 1907.
[xxiii]
JORNAL DO COMÉRCIO, RJ, 20 de outubro de 1910.
[xxiv]
Rafael Cabeda. Santana do Livramento-RS, 16 de maio de 1857, Rio de Janeiro, 12
de novembro de 1922.
[xxv] Fernando
Fernandes Abbott (São Gabriel, 12 de agosto de 1857 — São Gabriel, 13 de agosto
de 1924) foi um médico e político, governador do Estado do Rio Grande do Sul em
duas ocasiões.
[xxvi] 32ª
Brigada de Cavalaria da Guarda Nacional, sediada na comarca de Livramento.
Devido à proximidade do arroio Caty,
essa guarnição se tornaria conhecida com o nome de “Força do Caty”.
[xxvii] João
Francisco Pereira de Souza. (Santana do Livramento, 12 de abril de 1866-São
Paulo, 4 de maio de 1953)
[xxviii]
Carlos Rubens, CARIOCA, RJ, 13 de outubro de 1945, p. 15.
[xxix]
Aníbal Garcia Barão. Nasceu em Santa Maria, Rio Grande do Sul, a 9 de Junho
1878 e ali faleceu a 3 de abril de 1955.
[xxx] A
FEDERAÇÃO, 11 de junho de 1907.
[xxxi] Correio
da Manhã, RJ, 13 de junho de 1907.
[xxxii]
CORREIO DA MANHÃ, RJ, 21 de outubro de 1907.
[xxxiii]
COMÉRCIO DE SÃO PAULO, 12 de dezembro de 1907. A Imprensa, 8 de janeiro de
1909, p. 2.
[xxxiv]
O PAIZ, RJ, 7 de janeiro de 1909.
[xxxv]
O Século, RJ, 10 de abril de 1909.
[xxxvi] Joaquim
Barbosa Cordeiro de Farias nasceu em Pernambuco a 29 de janeiro de 1859. Filho
do Capitão Manoel Gustavo de Farias e Carlota Maria Barbosa Cordeiro de Farias.
Major do Exército, esteve em exercício em Jaguarão-RS, tornando-se amigo de
Coelho Cavalcanti. Faleceu no dia 25 de julho de 1927. A essa época, estava
exilado na Bolívia o seu filho Ten. Oswaldo Cordeiro de Farias, participante da
Coluna Prestes e que seria ministro nos Governos pós Golpe de 1964. Foi casado
com Corina Padilha Cordeiro de Farias. CORREIO DA MANHÃ, 26 de junho de 1927.
[xxxvii]
Desde 1920, existe um bairro em Manaus chamado Adrianópolis, em homenagem ao
Dr. Adriano.
[xxxviii]
JORNAL DO COMÉRCIO, AM 29 de junho de 1909.
[xxxix]
CORREIO DO NORTE, Manaus, 17 de novembro de 1909.
[xl]
Geraldo Rocha, que se tornara proprietário do jornal “A Noite”.
[xli]
Silvério José Nery (Coari, 27 de outubro de 1858 — 25 de junho de 1934. Engenheiro,
militar, jornalista e político. Foi senador pelo Amazonas, em 1900 e de 1904 a
1930, além de deputado provincial, estadual e federal. Governou o Amazonas de
1900 a 1904.
[xlii]
Conhecida e acreditada Farmácia Barreira, do farmacêutico (formado pela
Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro) Zorobabel Alves Barreira Cravo,
natural de Fortaleza-CE, filho de Francisco Alves Barreira Cravo e Maria de
Jesus Alves Barreira. Casado com Laura de Meira Lima (natural de Garanhuns-PE),
faleceu no Rio de Janeiro a 2 de agosto de 1953.
[xliii]
Gusmão, Carlos de. BOCA DA GROTA. Maceió, SERGASA, 1970.
[xliv]
CORREIO DO NORTE, Manaus, 18 de março de 1911.
[xlv]
ÉPOCA, RJ, 24 de maio de 1915.
[xlvi]
CORREIO DA MANHÃ, RJ, 26 de julho de 1915.
[xlvii]
CORREIO DA MANHÃ, RJ, 31 de dezembro de 1915.
[xlviii]
CORREIO DA MANHÃ, RJ, 12 de junho de 1918.
[xlix]
A ÉPOCA, RJ, 4 de fevereiro de 1918.
[l]
JORNAL DO COMÉRCIO, RJ, 15 de maio de 1920.
[li]
A RUA, RJ, 31 de maio de 1920.
[lii]
Barros, Francisco Reynaldo de Amorim. ABC DAS ALAGOAS.
[liii]
MACEDO, Nertan. O VELHO POLEMISTA. Correio Brasiliense, 27 de janeiro de 1980.
[liv]
GAZETA DE NOTÍCIAS, RJ, 10 de junho de 1945, p. 19.
Foto Joaquim Machado Coelho Cavalcanti_Site História de Alagoas.