PÁGINAS

sábado, 25 de fevereiro de 2012


TU
                                                   (F. S)

(Epiphânio da Fonseca Dória)¹


Tens da verbena a singeleza santa,
Do lírio tens a candidez divina,
Tens do perfume a transcendência maga
As formas tens de sideral Ondina.

Tens a beleza magistral das rosas,
Tendo nos lábios da bonina a cor,
Tens a magia das visões etéreas,
Que sabem n’alma despertar amor.

Foges dos bailes, nos saraus, das festas
Onde por vezes se resvala e cai,
Foges do tredo deslumbrar das salas
Onde a perfídia campeante vai.

Vives oculta no sacrário meigo,
Vasto e sublime que se chama lar
Como no fundo da jazida vive
A pedra fina que não quis brilhar.

Aracaju, março de 1910.
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Publicado no jornal pão-de-açucarense A IDEIA, em 17/04/1910.
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¹Epifânio da Fonseca Dória e Menezes, nasceu em 7 de abril de 1884 na fazenda Barro Caído, no atual município de Poço Verde, Estado de Sergipe. Faleceu em Aracaju, no dia 8 de junho de 1976.

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