Jorge de Lima
(Ao grande espírito de Afrânio
Peixoto)
Alma, sê forte; corpo, sê robusto!
Nesse conflito atávico e instintivo
Sê como o gênio que possante e altivo
Constrói antes de morte o próprio busto!
Refreia o teu instinto e o doma a custo
Da dor — da grande dor de seres vivo...
Eu quero! — esse presente indicativo
Octávio a conjugá-lo fez-se Augusto...
Mas nunca concretizes teu ideal!
Um ideal realizado é um transparente
Fruto que ao ser provado sabe mal!
O artista é comoo Errático do mito:
Onde pensa que é o fim, surge-lhe à
frente
A estrada interminável do infinito!
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Publicado no Jornal das Moças, nº 94 -
1916
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