PÁGINAS

terça-feira, 16 de setembro de 2014

16 DE SETEMBRO

Por Etevaldo Amorim 

Quem não se lembra, com saudade, dos desfiles de 16 de setembro em Pão de Açúcar?

Não sei por que razão, mas Pão de Açúcar sempre preferiu comemorar com mais ênfase a Emancipação Política de Alagoas. No 7 de setembro, apenas uma representação das escolas, um hastear de bandeiras, e só.

Depois de longos dias de ensaios, lá íamos nós, formados em pelotões, a desfilar, sob um sol escaldante, pelas ruas e avenidas de uma das cidades mais quentes do Brasil.

Os ensaios no Ginásio D. Antônio Brandão eram longos e carregados de tensão. Afinal, tudo tinha que estar perfeito no dia do desfile. O maestro da banda marcial – Zé Braz, ensinava os toques de comando para os movimentos da “tropa”. Dois toques: girar para a direita; três toques: girar para a esquerda. Vez por outra, alguém errava. E o diretor, Dr. Átila, corrigindo o deslize, bradava:

— DOIS É DIREITA MOÇA!!!!!

Todas as escolas se empenhavam ao máximo para fazer melhor. Além da formação clássica, com pelotões de alunos vestindo uniforme de gala, havia também os chamados “esportes”, pelotões temáticos, alusivos ou não à data cívica, mas que davam um tom de beleza e graciosidade. Em 1969, ficou particularmente famosa a alegoria à conquista da lua, com a nave Apolo 11. Famosos também ficaram os “Cavalos do Rosália”, pela entusiástica narração do vereador Pedro Lúcio que, do alto do Coreto, anunciava a aproximação dos grupos escolares, do ginásio e do colégio das freiras.

Ao escurecer, depois de voltas e mais voltas pela extensa Avenida Bráulio Cavalcante, todos se reuniam em torno do Coreto em frente à Matriz. Após o hasteamento das bandeiras, já de noite, as autoridades se esmeravam em discursos intermináveis, de improviso ou não, neste caso correndo o risco de iniciá-los com uma referência descabida a um “sol causticante”, que de há muito já desaparecera por detrás do Cavalete.

Ficaram, no entanto, as citações famosas, como aquela de Castro Alves, que nos ensinava que “a praça é do povo como o céu é do condor”.





9 comentários:

  1. Excelente texto, amigo Etevaldo! Parabéns!!!

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  2. Excelente! Muito bom, pra mim, recordar de momentos que vivi há uns 50 anos!!!!

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  3. Excelente! Lembranças boas que o tempo já distanciou em quase 50 anos!!!

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    1. Muito boa lembrança. Embora eu tremesse de medo de desmaiar por causa do forte calor. Era comum ver colegas desabando de insolação.

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  4. Excelente, Etevaldo!
    Voltei ao passado viajando no seu texto. Parabéns!

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  5. Era tenso porém muito prazeroso sentíamos orgulho de articipar.

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  6. Etevaldo,bom relembrar este tempo maravilhoso Obrigada por estas recordações.

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