Bráulio
Cavalcante
Eis
a janela, a pobre testemunha
Dos
meus loucos amores, a janela
Onde
inspirado o coração depunha
Para
que os lesses, lírica donzela!
Não
mais as liras de ouro que eu compunha
Quando
ficava no postigo dela!
Mão
que abriu-a mil vezes, mal rascunha
A
quadra que o tristor revela!
Ah!
Grata janelinha onde, frementes,
Na
confusão dos meus cinco sentidos,
Tive
beijos e versos em torrentes...
Beijos
longos, amor, versos de tua
Carne
cheirosa, versos atrevidos
De
rima franca, escandalosa e nua!
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Publicada
no Diário de Pernambuco, 31 de outubro de 1907.
Fonte:
www.bn.br.
Bráulio Cavalcante
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