André Papini Goes¹
“Isso
é amor e desse amor se morre”
Gonçalves
Dias
Pensar em ti é cantar um hino santo,
É tornar-me risonho quando choro,
É, acordado, sonhar com o teu encanto,
É admirar-te porque mais te adoro.
É da ave ouvir o sonoroso canto,
É sentir da rosa o sublime odoro,
É da virgem beijar o sacro manto,
Aos pés do altar em que contrito exoro.
Pensar em ti é viver num paraíso,
É existir perecendo de saudade,
É lembrar quanto é belo o teu sorriso.
É ver a sã visão da castidade,
É ouvir o brando tilintar d’um guiso.
Pensar em ti é voar à eternidade.
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Publicado no jornal O Progresso, Penedo-AL,
24 de outubro de 1926.
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¹ ANDRÉ PAPINI GOES, político “penedense”,
embora tenha nascido em Brejo Grande, Estado de Sergipe, a 18 de outubro de
1908. Filho de Manoel da Cunha Goes, ainda jovem foi trabalhar no comércio de
Penedo, onde funda com seus colegas uma associação de classe da qual se torna
um dos diretores.
Com 21 anos, muda-se para o Rio se Janeiro, onde trabalha em banco
particular. Logo regressa a Alagoas. Em Maceió, passa a ser auxiliar de
gabinete do interventor Hermilo de Freitas Melro, cargo que também ocupa quando
da interventoria de Tasso de Oliveira Tinoco. Em 1932, integra um batalhão de
voluntários da Polícia Militar de Alagoas, que foi lutar contra os
constitucionalistas de São Paulo.
De retorno a Maceió, atua no Departamento Geral de Estatísticas do
Estado e, posteriormente, no Departamento de Assistência aos Municípios, bem
como no Departamento de Assistência ao Cooperativismo. Entre 1938 e 1940,
secretaria, em Porto Alegre, o Departamento de Estatística do Rio Grande do Sul.
Retorna, em 1943, para Maceió, mas logo depois passa a estudar na Faculdade de
Direito do Recife, onde se forma em 1947². Como estudante, participou de congressos
nacionais da UNE – União Nacional dos Estudantes, como representante de
Alagoas. Secretaria o Jornal de Alagoas e, em seguida, passa a ser diretor do A
Voz do Povo, jornal do Partido Comunista.
Eleito, em 19 de janeiro de 1947 Deputado Estadual, pelo Partido
Comunista do Brasil, juntamente com José Maria Cavalcante e Moacir Andrade. Em
1948, os três foram cassados. Papini passa a viver no Recife onde advoga,
principalmente em defesa dos operários. Aprovado em concurso, torna-se Fiscal
do Imposto de Consumo, tendo trabalhado em João Pessoa, Manaus e Maceió, onde
foi lotado na Contadoria Seccional do Ministério da Fazenda. Transferido para o
Rio de Janeiro, foi assessor do diretor de rendas internas, do Ministério da
Fazenda, cargo que ocupava quando veio a falecer, a 7 de julho de 1966.
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Fonte: ABC das Alagoas, Francisco Reynaldo Amorim de Barros.
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² Foram colegas de André Papini: Jacques
Azevedo, Djalma Souto Maior Paes, Kerginaldo Rodrigues de Carvalho, Pedro Viana
Neto, Sebastião Marinho Muniz Falcão, Natanael Bezerra Vale, Luiz Alves Pinto,
Danilo de Carvalho Lima, Aluisio Alves, Antônio Meira Bastos, Helio Gazzaneo e
Nelson Deodato Fernandes de Negreiros.
Fonte: Revista MOCIDADE, Maceió, Janeiro de
1948.
Caro Etevaldo: honra-me ver publicado em seu blog o poema do mano paterno André(Papini Góes), um dos mais proeminentes ocupantes do Legislativo alagoano, malgrado a brevidade de seu mandato de constituinte cassado pela horda nazifascista que, infelizmente, ainda hoje subsiste aí na província. Abrs. Antônio Manoel Góes - Rio de Janeiro.
ResponderExcluirPrezado amigo A. M. Góes,
ExcluirA poesia de André Papini é que honra este Blog. Quando o encontrei e resolvi publicar, lembrei-me de você. Espero continuar merecendo a sua leitura. Um forte abraço!
Etevaldo