PÁGINAS

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

AMOR EXTINTO

Bráulio Cavalcante

Agora Dulce vai tão descuidada
Do nosso amor de outrora que maldigo
O modo de permanecer comigo
O amor de que ela não se lembra nada! ...

Ai! Não recorda tanto afeto! Cada
Noite de enlevo e noite de perigo
Quando, num gesto carinhoso, amigo,
Eu lhe beijava a boca perfumada! ...

Isso não mais quer renovar agora
Quando mais forte esta paixão já sinto,
Quando a saudade mais tenaz devora

Este meu pobre coração! Pois, bem;
Se quer que fique o nosso amor extinto,
Certo não mais eu hei de amar ninguém!

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Extraído do Diário de Pernambuco, 28 de novembro de 1907, p. 2.

Disponível em www.bn.br.

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