Olympio Fernandes
Ficas e eu parto. O
coração tristonho
Recorda um cemitério
abandonado
Onde foi o cadáver do
meu sonho
Na tumba de outro
sonho sepultado.
Ficas e eu parto. E o
teu viver inconho
Faz recordar um céu
todo nublado
Onde rebrame um
temporal medonho
O nosso Amor,
querida, enclausurado.
Ficas e eu parto. E pela
vida em fora
Vou caminhando louco
e em desatino
Em busca de uma
noite sem Aurora
Ficas e eu parto. E a
minha Dor, querida,
Assemelha-se a um
barco sem destino
Sulcando o negro mar
da nossa Vida.
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Extraído de O
Jornal, Maranhão, 9 de agosto de 1918, p. 2.
Disponível em:
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OLYMPIO FERNANDES
Olympio Fernandes da Silva, natural de Capela, Alagoas. Formou-se, em 1908, pela
Faculdade de Direito do Recife. Em 1911, entrou para a Magistratura, tendo
ocupado o cargo de Juiz de Direito nas comarcas de Grajaú, Loreto, São
Francisco, Pinheiro, Brejo, Viana, Picos, no Estado do Maranhão. Em 25 de julho
de 1912, casa-se, no Rio de Janeiro, na Matriz do Engenho Velho, com a Srtª
Carmen da Rocha Santos, filha do Sr. Pedro Pinto dos Santos e Amélia da Rocha
Santos. Ela faleceu aos 30 anos de idade, em 3 de novembro de 1916. Estranho,
porém, que as notas de falecimento publicadas nos jornais da época não
mencionam o nome do marido. Publicou: Entre Árvores, pela Imprensa Industrial,
Recife.
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