PÁGINAS

domingo, 6 de setembro de 2015

O TEU RISO

Cyridião Durval

Expira a madrugada: o céu micante
Desata um sorriso extenso de alegria...
A natureza acorda e principia
Um concerto de amor, febricitante.

A luz — de suas asas espaneja
O pó doirado, quente e penetrante,
E nos gratos eflúvios desse instante,
Tudo sente calor, tudo viceja...

A rosa entorna o cálix perfumoso...
A planta cresce... o pássaro mimoso
Destila o doce mel dos cantos seus...

Mas, dentro da minh’alma enternecida,
Só há prazer e só palpita a vida
Ao se entreabrir a flor dos lábios teus.
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Cyridião Durval — Filho de Rogério José de Sant’Anna e de dona Theotonia Maria de Sant’Anna Durval e nascido em Tatuamunha, termo de Porto de Pedras e comarca de Porto Calvo, no Estado de Alagoas, a 3 de março de 1860. Bacharel em ciências sociais e jurídicas pela faculdade do Recife, e juiz substituto na capital da Bahia. No ano seguinte ao de sua formatura iniciou, em fevereiro de 1886, a carreira da magistratura, como promotor público da comarca de Ilhéus, Bahia, tendo, logo na estreia, de sustentar renhida luta na tribuna judiciaria, no célebre processo instaurado contra o tenente-coronel Gentil José de Castro e seus irmãos que tinham por defensores os notáveis advogados, conselheiro A. Carneiro da Rocha, e Brs. Affonso Celso Júnior e Izaias Guedes de Mello. Por motivo de moléstia, em 1887, pediu remoção para a comarca de Villa Nova da Rainha, sertão do dito Estado da Bahia, da qual passou ao lugar que exerce. Cultor das letras desde muito jovem, e poeta inspirado, colaborou no Diário de Pernambuco, no Jornal do Recife, Província, Repórter e outros órgãos de publicidade durante o curso de direito e redigiu: — Revista de Pernambuco. Recife —Teve por companheiro na redação o inditoso poeta alagoano Antônio José Figueiredo Júnior. — A Republica: órgão do Club Republicano Acadêmico. Recife...— Teve outros companheiros de redação — Depois de bacharelado colaborou no Jornal de Notícias da Bahia, onde tem publicado várias poesias, e onde em 1886 publicou em vários artigos uma crítica ao primoroso livro Cavatínas, do festejado poeta bahiano, o infortunado acadêmico de direito Francisco de Salles Barbosa. Escreveu mais: — Alagoas: (fragmento) versos. Pernambuco, 1881, 16 pags. in-8°. — Ruínas: poesias. Pernambuco, 1884, in-8». — Versos (de Cyridião Durval e Francisco Peixoto de Lacerda Wernek). Pernambuco, 1885, in-8°. — Acordes: poesias. Bahia, 1890, 313 pags. in-88 — Neste volume acha-se o poemeto « Alagoas » de que o autor publicara em 1881 um fragmento e, encerrando o livro, o poemeto « Catastrophe do Taboão » que é o triste idílio das cenas lúgubres e lutuosas, que em 1889 encheram de consternação todos os habitantes da Bahia. Não é para uma pena qualquer o esboço de tão negros horrores, e o Dr. Durval o fez como melhor não seria possível. Sei que ele tem inéditos: — Sem título: coleção de poesias. — Currente calamo : escritos diversos. Faleceu em Salvador, em 17 de agosto de 1895.

Fonte: Dicionário Bibliográfico Brasileiro, Sacramento Blake.
Disponível em: www.brasiliana.usp.br
E, também site Antônio Miranda. Disponível em:
www.antoniomiranda.com.br.


Cyridião Durval


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