Cyridião
Durval
Expira
a madrugada: o céu micante
Desata
um sorriso extenso de alegria...
A
natureza acorda e principia
Um
concerto de amor, febricitante.
A
luz — de suas asas espaneja
O
pó doirado, quente e penetrante,
E
nos gratos eflúvios desse instante,
Tudo
sente calor, tudo viceja...
A
rosa entorna o cálix perfumoso...
A
planta cresce... o pássaro mimoso
Destila
o doce mel dos cantos seus...
Mas,
dentro da minh’alma enternecida,
Só
há prazer e só palpita a vida
Ao
se entreabrir a flor dos lábios teus.
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Cyridião
Durval — Filho de Rogério José de Sant’Anna e de dona Theotonia Maria de Sant’Anna
Durval e nascido em Tatuamunha, termo de Porto de Pedras e comarca de Porto
Calvo, no Estado de Alagoas, a 3 de março de 1860. Bacharel em ciências sociais
e jurídicas pela faculdade do Recife, e juiz substituto na capital da Bahia. No
ano seguinte ao de sua formatura iniciou, em fevereiro de 1886, a carreira da
magistratura, como promotor público da comarca de Ilhéus, Bahia, tendo, logo na
estreia, de sustentar renhida luta na tribuna judiciaria, no célebre processo
instaurado contra o tenente-coronel Gentil José de Castro e seus irmãos que
tinham por defensores os notáveis advogados, conselheiro A. Carneiro da Rocha,
e Brs. Affonso Celso Júnior e Izaias Guedes de Mello. Por motivo de moléstia,
em 1887, pediu remoção para a comarca de Villa Nova da Rainha, sertão do dito
Estado da Bahia, da qual passou ao lugar que exerce. Cultor das letras desde
muito jovem, e poeta inspirado, colaborou no Diário de Pernambuco, no Jornal do
Recife, Província, Repórter e outros órgãos de publicidade durante o curso de
direito e redigiu: — Revista de Pernambuco. Recife —Teve por companheiro na
redação o inditoso poeta alagoano Antônio José Figueiredo Júnior. — A Republica:
órgão do Club Republicano Acadêmico. Recife...— Teve outros companheiros de
redação — Depois de bacharelado colaborou no Jornal de Notícias da Bahia, onde
tem publicado várias poesias, e onde em 1886 publicou em vários artigos uma crítica
ao primoroso livro Cavatínas, do festejado poeta bahiano, o infortunado
acadêmico de direito Francisco de Salles Barbosa. Escreveu mais: — Alagoas:
(fragmento) versos. Pernambuco, 1881, 16 pags. in-8°. — Ruínas: poesias.
Pernambuco, 1884, in-8». — Versos (de Cyridião Durval e Francisco Peixoto de
Lacerda Wernek). Pernambuco, 1885, in-8°. — Acordes: poesias. Bahia, 1890, 313
pags. in-88 — Neste volume acha-se o poemeto « Alagoas » de que o autor
publicara em 1881 um fragmento e, encerrando o livro, o poemeto « Catastrophe
do Taboão » que é o triste idílio das cenas lúgubres e lutuosas, que em 1889
encheram de consternação todos os habitantes da Bahia. Não é para uma pena
qualquer o esboço de tão negros horrores, e o Dr. Durval o fez como melhor não
seria possível. Sei que ele tem inéditos: — Sem título: coleção de poesias. —
Currente calamo : escritos diversos. Faleceu em Salvador, em 17 de agosto de
1895.
Fonte:
Dicionário Bibliográfico Brasileiro, Sacramento Blake.
Disponível
em: www.brasiliana.usp.br
E,
também site Antônio Miranda. Disponível
em:
www.antoniomiranda.com.br.
www.antoniomiranda.com.br.
Cyridião Durval
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