A
POESIA DE MURILO GAMA[i]
Faz tanto tempo que estou deitado
E não consegui ainda adormecer...
Pensando no presente e no passado,
Tenho u’a vontade louca de morrer.
No futuro, também tenho pensado,
Mas não suponho o que virá a ser:
Se o retrato fiel do meu passado
Ou do presente que me faz sofrer.
O meu passado: a gloriosa infância,
Que já passou e que se vai perdida...
No turbilhão dos anos, na distância.
Meu presente: a tétrica mocidade,
Esta quadra infeliz da minha vida
Que não há de ser nunca uma saudade.
***
*** ***
INCERTEZA
Eu quisera saber porque a saudade,
Irmanada à tristeza, ao sofrimento,
É mais profundo no morrer da tarde
Quando se busca a paz do esquecimento.
Eu quisera saber se o meu tormento
Não findará, jamais, na mocidade...
E se triste terei, no pensamento,
Uma eterna lembrança, uma saudade.
Eu quisera saber e, no entanto,
Vejo somente muda, em cada canto,
A INCERTEZA – que aumenta o meu
sofrer.
Eu serei apenas, nesta vida
O fantasma da dor – sombra perdida-
Entre as sombras sem fim deste querer.
NA
SOLIDÃO
Esses
versos que faço a sós co’a lua,
Na triste
solidão do meu destino;
É
refletindo na imagem tua
Botão de
rosa, belo e purpurino.
A noite é
bela. Na deserta rua
Vagueio
triste a procurar, sem tino,
Alguém que
fale da beleza tua.
Do rosto
teu, angelical, divino.
É só a lua
em seu fulgor radiante,
Vem falar
ao triste namorado errante
Que tem
por sina vaguear sozinho.
E a noite
inteira prá cantar num verso:
A saudade,
a tristeza, o amor diverso
Dos que vivem
na terra sem carinho.
(Cajueiro-AL,
1954)
O poeta Murilo Gama |
[i] Murilo Gama Costa nasceu em Cajueiro,
então pertencente ao município de Capela, Estado de Alagoas, a 12 de junho de
1933. Filho de José Vieira Costa e Edelvita Gama Costa, tinha como avós
paternos Antônio Vieira Costa e Januária Guilhermina da Costa e, maternos,
Antônio Rolemberg Gama e Luzia de Ataíde Lessa.
Fez o Curso Primário em sua terra natal. Em Maceió, concluiu o 2º Grau
no colégio Guido de Fontgalland.
Foi jornalista policial, Fiscal de Rendas Estadual, professor de
história em Cajueiro, Contabilista, Secretário Municipal de Cajueiro na
Administração do então prefeito Antônio Palmery Soriano, e Assessor Jurídico da Câmara
Municipal de Vereadores de Cajueiro.
Formou-se em Direito e História pelo CESMAC. Atuou na área de advocacia criminal na
Região da Zona da Mata de Alagoas, sobretudo na comarca de Capela. Foi ainda Suplente de Vereador no Município de Cajueiro, na Legislatura 1983/1988).
Casado com Iracema Cassiano Gama, com quem teve os filhos: José
Sebastião Cassiano Gama, Lúcia Verônica Cassiano Gama, Lívia Maria Cassiano
Gama (falecida), Lícia de Guadalupe Cassiano Gama, Múcio Murilo Cassiano Gama, José
Claudio Cassiano Gama, José Clódio Cassiano Gama, Sâmia Galgani Cassiano Gama,
Saadia Sofia Cassiano Gama e Fúlvia Soraya Cassiano Gama (falecida).
Faleceu a 1º de março de 2007 em sua terra natal.
Pela Lei Municipal nº 700, de 25 de abril de 2014, a Prefeitura
Municipal de Cajueiro denominou a Rua “B” do Conjunto Residencial Presidente
Fernando Collor de “RUA MURILO GAMA COSTA”.
(Colaboração de Múcio Murilo Cassiano Gama)
(Colaboração de Múcio Murilo Cassiano Gama)
[ii] Publicado na Revista Mocidade, Ano X, nº
31, Abril de 1956, p. 47.
Saudades Eterna ao meu amigo Murilo Gama.que foi tratado por mim como pai amigo irmão de todas as horas,pelo qual nos ajudamos em vários momentos,então o céu ganhou uma alma de Luz com cara séria mais um coração Lindo,no momento só tenho a agradecer tudo que fizestes por nós vc sabe eu e deus.eternamente Grata! Tânia Couto
ResponderExcluirConheci pessoalmente, sua mãe era irmã de meu pai.
ResponderExcluirMurilo meu vô, meu ídolo, minha inspiração de vida. É uma honra ser seu neto.
ResponderExcluirMuitas lembranças 🥹
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