quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A GRANDE MESTRA

Por mais de quarenta anos ela estimulou o raciocínio de muitas gerações de crianças de Pão de Açúcar. Como Professora do Ensino Primário, ensinou-as a ler e contar, libertando-as da escuridão da ignorância.

Pouco se sabe a respeito de Rosália Sampaio Bezerra. Seu nome, entretanto, está imortalizado porquanto dá nome a uma de nossas ruas e a uma Escola Estadual. Falecida já há mais de 53 anos (30 de dezembro de 1957), não sendo de Pão de Açúcar e não tendo deixado descendência, resta-nos apenas informações vagas colhidas de familiares de alguns de seus alunos.

Recentemente, encontrei no perfil de uma pessoa amiga numa rede social da internet, uma foto identificada como sendo da “Professora Rosália e seus alunos”. Surpresa!!! Temos, enfim, uma imagem da famosa Mestra.

Essa amiga, a também professora Maria Rocha, conseguiu da sua avó octogenária algumas informações: Não era casada. Veio para Pão de Açúcar com mais dois irmãos, que também moravam com ela: Rodolfo e Osvalda. Disse também que ela criou uma pessoa chamada Ivone e que o irmão dela ensinava, às escondidas, as tarefas aos alunos, através do corredor da sala.

Foi tão longa a atividade da Professora Rosália, que ela chegou a ensinar a sucessivas gerações da família de Maria Rocha: primeiro a avó Georgina, na década de 1920; depois a mãe Norma, na década de 1930 e a tia Solange, na década de 1940.

Desde antes da construção do Grupo Escolar Bráulio Cavalcante, cujas aulas iniciaram em 2 de julho de 1935 e do qual foi sua primeira Diretora, D. Rosália lecionava na sala de sua própria residência.

É muito pouco o que temos, considerando a sua importância para a Educação em nossa terra. Rogo, então, aos que mais souberem para que deixem aqui o seu recado e, assim, contribuam para a constituição de uma biografia digna da Grande Mestra.
Pão de Açúcar-AL. Década de 1920. A Professora Rosália e seus alunos. Georgina de Carvalho Melo, filha de Alípio Gomes de Carvalho Mello e Maria Regina de Carvalho Mello, avó de Maria Rocha, é a terceira da direita para a esquerda, da segunda fila de cima para baixo.

6 comentários:

  1. PARABÉNS! Etevaldo, pela sua pesquisa. É um registro da nossa história e cultura. Prof. Rosália, conheço um pouco.o que papai conta.Ainda está entre nós Tia Georgina (que vc cita), é tia de papai.

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  2. PARABÉNS, Etevaldo. Suas pesquisas é um registro da nossa história e cultura.

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  3. Etevaldo!
    Amo ver seu Blog. Georgina é tia de Papai,Antonio do Mestre. Ela ainda tá viva ,mora em Batalho apesar da Idade, Continua Lúcida!

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  4. Como sempre os seus registros históricos cumprem o papel de trazer de volta à vida, a história de figuras que PRECISAM ser lembradas. É uma justa preocupação essa sua, em fazer esse resgate, que tem um valor sem preço. Sempre associo pessoas como você: esses que ressuscitam a memória coletiva da população, à imagem dos famosos detetives/investigadores, como Sherlock Holmes... Isso demanda um misto de curiosidade,amor,dedicação e responsabilidade, sobretudo, ao levantar e registrar, trazendo do anonimato, a vida e a contribuição de homens e mulheres à nossa cidade. Parabéns Etevaldo. Eu tenho muito orgulho de você!!!! Abração

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  5. Caro amigo, como pode uma pessoa se incomodar por está contribuindo para a história de sua cidade?!! Foi pequena minha participação mas para o seu trabalho sei que foi de grande importância, por isso amei contribuir. Amo minha cidade (embora meu pai tenha feito o "favor" de me registrar como batalhense), e foi uma satisfação deixar esse pequeno registro. Aproveitando, quero lhe dizer que li os livros que me foi presenteado e gostei bastante. Minhas tias e minha mãe também gostaram.Até a próxima. Um abraço. Maria Rocha

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  6. Eu não conhecia a história da Prof.Rosália.Quando perguntava ninguem sabia me responder com exatidão,a não ser o fato q ela tinha sido professora,por isso o nome da escola.Gostei de saber o quanto ela foi importante para o meu povo.Amei o seu blog e vou continuar sempre acessando.abraços

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A POESIA DE PÃO DE AÇÚCAR



PÃO DE AÇÚCAR


Marcus Vinícius*


Meu mundo bom

De mandacarus

E Xique-xiques;

Minha distante carícia

Onde o São Francisco

Provoca sempre

Uma mensagem de saudade.


Jaciobá,

De Manoel Rego, a exponência;

De Bráulio Cavalcante, o mártir;

De Nezinho (o Cego), a música.


Jaciobá,

Da poesia romântica

De Vinícius Ligianus;

Da parnasiana de Bem Gum.


Jaciobá,

Das regências dos maestros

Abílio e Nozinho.


Pão de Açúcar,

Vejo o exagero do violão

De Adail Simas;

Vejo acordes tão belos

De Paulo Alves e Zequinha.

O cavaquinho harmonioso

De João de Santa,

Que beleza!

O pandeiro inquieto

De Zé Negão

Naquele rítmo de extasiar;

Saudade infinita

De Agobar Feitosa

(não é bom lembrar...)


Pão de Açúcar

Dos emigrantes

Roberto Alvim,

Eraldo Lacet,

Zé Amaral...

Verdadeiros jaciobenses.

E mais:

As peixadas de Evenus Luz,

Aquele que tem a “estrela”

Sem conhecê-la.


Pão de Açúcar

Dos que saíram:

Zaluar Santana,

Américo Castro,

Darras Nóia,

Manoel Passinha.


Pão de Açúcar

Dos que ficaram:

Luizinho Machado

(a educação personificada)

E João Lisboa

(do Cristo Redentor)

A grandiosa jóia.


Pão de Açúcar,

Meu mundo distante

De Cáctus

E águas santas.

______________

Marcus Vinícius Maciel Mendonça(Ícaro)

(*) Pão de Açúcar(AL), 14.02.1937

(+) Maceió (AL), 07.05.1976

Publicado no livro: Pão de Açúcar, cem anos de poesia.


*****


PÃO DE AÇÚCAR


Dorme, cidade branca, silenciosa e triste.

Dum balcão de janela eu velo o seu dormir.

Nas tuas ermas ruas somente o pó existe,

O pó que o vendaval deixou no chão cair.


Dorme, cidade branca, do céu a lua assiste

O teu profundo sono num divino sorrir.

Só de silêncio e sonhos o teu viver consiste,

Sob um manto de estrelas trêmulas a luzir.


Assim, amortecida, tú guardas teus mistérios.

Teus jardins se parecem com vastos cemitérios

Por onde as brisas passam em brando sussurrar.


Aqui e ali tu tens um alto campanário,

Que dá maior relevo ao pálido cenário

Do teu calmo dormir em noite de luar.

____

Ben Gum, pseudônimo de José Mendes

Guimarães - Zequinha Guimarães.






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Pão de Açúcar, Cem Anos de Poesia