segunda-feira, 14 de setembro de 2015

NOVA AMANTE

Fernandes Tavares*

Essa que vive me seguindo agora
Com um olhar de amor, apaixonado,
Veio avisar o meu amor fanado,
Veio lembrar-me as ilusões de outrora.

Lírio do vale que às ilusões enflora,
Lembra Marina, o meu amor passado;
Quando me olha co’um um olhar pausado
Nele diviso o resplendor d’aurora.

Filha do céu – ela é irmã dos anjos,
Dos loiros querubins e dos arcanjos,
Tem de Vênus o rubido semblante.

Oh! Que ventura agora eu vou sentindo...
Sorri minh’alma e eu também vou rindo...
Bendita seja a minha casta amante!...

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Extraído de O Trocista, Maceió, 20 de abril de 1902, p. 3.
Disponível em:


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BRÁULIO FERNANDES TAVARES era filho do Cel. Bellarmino Fernandes da Silva Tavares e irmão de: José Belarmino Tavares, Belarmino Tavares Filho, João Fernandes Tavares, Ananias Tavares e Francisco Lopes Tavares. Casou-se em 19 de julho de 1909 com Clotilde Pereira Tavares. Faleceu em Olinda, na Rua Joaquim Cavalcante, 283, às 16:00 horas do dia 27 de dezembro de 1946. Foi sepultado às 16:00 h do dia seguinte. Deixou viúva e sete filhos, entre eles Claudio Tavares (jornalista), Nilo Tavares e Stélio Tavares. Fonte: Jornal Pequeno, 28/12/1946.

VEJA MAIS NA PÁGINA POETAS ALAGOANOS.
http://blogdoetevaldo.blogspot.com.br/p/a-poesia-de-alagoas.html


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A POESIA DE PÃO DE AÇÚCAR



PÃO DE AÇÚCAR


Marcus Vinícius*


Meu mundo bom

De mandacarus

E Xique-xiques;

Minha distante carícia

Onde o São Francisco

Provoca sempre

Uma mensagem de saudade.


Jaciobá,

De Manoel Rego, a exponência;

De Bráulio Cavalcante, o mártir;

De Nezinho (o Cego), a música.


Jaciobá,

Da poesia romântica

De Vinícius Ligianus;

Da parnasiana de Bem Gum.


Jaciobá,

Das regências dos maestros

Abílio e Nozinho.


Pão de Açúcar,

Vejo o exagero do violão

De Adail Simas;

Vejo acordes tão belos

De Paulo Alves e Zequinha.

O cavaquinho harmonioso

De João de Santa,

Que beleza!

O pandeiro inquieto

De Zé Negão

Naquele rítmo de extasiar;

Saudade infinita

De Agobar Feitosa

(não é bom lembrar...)


Pão de Açúcar

Dos emigrantes

Roberto Alvim,

Eraldo Lacet,

Zé Amaral...

Verdadeiros jaciobenses.

E mais:

As peixadas de Evenus Luz,

Aquele que tem a “estrela”

Sem conhecê-la.


Pão de Açúcar

Dos que saíram:

Zaluar Santana,

Américo Castro,

Darras Nóia,

Manoel Passinha.


Pão de Açúcar

Dos que ficaram:

Luizinho Machado

(a educação personificada)

E João Lisboa

(do Cristo Redentor)

A grandiosa jóia.


Pão de Açúcar,

Meu mundo distante

De Cáctus

E águas santas.

______________

Marcus Vinícius Maciel Mendonça(Ícaro)

(*) Pão de Açúcar(AL), 14.02.1937

(+) Maceió (AL), 07.05.1976

Publicado no livro: Pão de Açúcar, cem anos de poesia.


*****


PÃO DE AÇÚCAR


Dorme, cidade branca, silenciosa e triste.

Dum balcão de janela eu velo o seu dormir.

Nas tuas ermas ruas somente o pó existe,

O pó que o vendaval deixou no chão cair.


Dorme, cidade branca, do céu a lua assiste

O teu profundo sono num divino sorrir.

Só de silêncio e sonhos o teu viver consiste,

Sob um manto de estrelas trêmulas a luzir.


Assim, amortecida, tú guardas teus mistérios.

Teus jardins se parecem com vastos cemitérios

Por onde as brisas passam em brando sussurrar.


Aqui e ali tu tens um alto campanário,

Que dá maior relevo ao pálido cenário

Do teu calmo dormir em noite de luar.

____

Ben Gum, pseudônimo de José Mendes

Guimarães - Zequinha Guimarães.






PUBLICAÇÕES

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Pão de Açúcar, Cem Anos de Poesia