sábado, 13 de julho de 2024

PÃO DE AÇÚCAR – DO FIM DA “ERA VARGAS” EM DIANTE – PARTE 1

 

Por Etevaldo Amorim

 

Após a deposição de Vargas, foram realizadas eleições gerais, em 2 de dezembro de 1945. Concomitantemente, quando foram eleitos: o Presidente da República, bem como senadores e deputados federais. Estes, por sua vez, passaram a compor a Assembleia Constituinte.

Os trabalhos da Assembleia foram iniciados em 1º de fevereiro de 1946, e se estenderam até 18 de setembro do mesmo ano, quando foi promulgada a Constituição da então chamada República dos Estados Unidos do Brasil.

Representando Alagoas e os alagoanos, foram constituintes: os senadores Cícero de Vasconcelos e Ismar de Góis Monteiro; e os deputados federais: Silvestre Péricles, Medeiros Neto, Lauro Montenegro, Freitas Cavalcanti, Rui Palmeira, Mário Gomes de Barros, José Maria de Melo, Afonso de Carvalho e Farias Junior.

Em Pão de Açúcar, já sob a égide da nova Constituição, aconteceram eleições em 11 de janeiro de 1948.

 

CARLOS SERAFIM DOS ANJOS                                  DE 22/01/1948 A 04/04/1950.

 

O Sr. Carlos dos Anjos

Concorrendo com o Sr. José Rezende, da UDN – União Democrática Nacional, e angariando o apoio de 66% do eleitorado (884 votos), o Sr. Carlos dos Anjos, candidato do PST – Partido Social Trabalhista, foi vencedor do pleito.

Durante a sua gestão, iniciada no dia 22 de janeiro daquele mesmo ano, conseguimos coletar algumas das suas realizações:

Pavimentação das ruas Pe. Soares Pinto, Dr. Paes Barreto (atualmente Prof. Antônio de Freitas Machado) e Dr. Luiz Machado; e inauguração do monumento ao Cristo Redentor no Morro do Cavalete.

Segundo reportagem da revista LAVOURA E CRIAÇÃO, que se publicava no Recife, Julho/Agosto de 1949, produzida pelo enviado especial, jornalista David Galvão Filho (1900-1956), possuía o município um Grupo Escolar (o Bráulio Cavalcante), mais treze escolas em funcionamento, além de três em vias de conclusão.

Achava-se em construção “um pequeno, porém moderno Posto de Puericultura.” A Administração municipal cuidava bem da conservação dos 120 km de estradas.

A reportagem ainda informa que, “para a construção, por conta da municipalidade, de um serviço de abastecimento de água á população, foi reservada, no Campo de Aviação, uma área superior a 600 metros.

Também dá conta de que, na Câmara Municipal, onde o prefeito dispunha de ampla maioria, foi aprovada, sob a presidência do vereador Antônio Machado Guimarães, uma verba de Cr 300.000,00 (Trezentos Mil Cruzeiros), para a construção de um Mercado Público Modelo.

No segmento da Agricultura, o fomento agrícola era orientado pela Secção de Fomento Agrícola do governo federal, sob a direção do Engenheiro Agrônomo Dr. Marêncio da Costa Barros, sendo o encarregado da Residência Local o agrônomo Luiz Souza, apoiando os produtores de algodão, milho, arroz e feijão.

O Sr. Carlos dos Anjos apresentou, no dia 1º de abril de 1950, pedido de renúncia, que foi aceito pela Câmara Municipal a 4 do mesmo mês e ano.

Esse fato repercutiu na imprensa nacional. Diz, em tom jocoso, a notícia veiculada no jornal Correio da Manhã, RJ, de 19 de abril de 1950:

“O Sr. Carlos dos Anjos, prefeito de Pão de Açúcar, Alagoas, renunciou ao seu cargo para permitir a eleição do seu parente Elísio. Para a família, este “dos Anjos” é mesmo um anjo. E de açúcar.”

Inauguração do Serviço de Fomento Agrícola, 1950. Foto: acerto do Dr. Olavo de F. Machado

Instalações do Fomento Agrícola, à direita.

Na foto acima, as instalações do Serviço de Fomento Agrícola, no cruzamento das ruas Cel. Manoel Antônio Machado e Paes Barreto (atual Prof. Antônio de Freitas Machado). Na esquina oposta, a Casa São José, de propriedade da Srª Marica (mãe do Sr. João Damasceno Lisboa), segundo informação de Antônio Vieira Dantas, que a obteve do Sr. João Amador dos Santos.

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Carlos Serafim dos Anjos. Filho de Serafim Vieira dos Anjos e Maria Rosa dos Anjos., nasceu em Pão de Açúcar no dia 6 de novembro de 1905.

Casou-se, em Jacaré dos Homens, com Maria do Carmo Silva, filha de José Teóphilo Silva e Cândida Andrade Silva.

 

JOSÉ TEÓFILO FILHO                            DE 05/04/1950 A 31/01/1951


O Sr. José Teófilo Filho

Na condição de Presidente da Câmara, assumiu o cargo em virtude da renúncia do Titular. Foi confirmado no cargo, pelo Legislativo Municipal, em 2 de maio de 1950.

Apesar do curto período, menos de dez meses, realizou diversas obras:

- Criação de escolas municipais nos povoados Caboclo e Agreste;

- Urbanização da vila Jacaré dos Homens, a mais desenvolvida da época, com a colocação de meio-fio em quase todas as suas ruas e pavimentação de sua rua principal;

- Recuperação e alargamento da ponde de madeira da Lagoa Itororó;

- Conclusão do calçamento a paralelepípedo da Rua Duque de Caxias;

- Manutenção e melhoria de todo o sistema viário municipal com a ajuda do DER;

- Inauguração, em 28 de janeiro de 1951, no final do seu mandato, do sistema de iluminação elétrica do monumento ao Cristo Redentor, com gerador próprio.

Propôs à Câmara, dentre outros projetos, a aprovação da Lei nº 158, de 27/07/1950, em auxílio para a instalação do Ginásio Dom Antônio Brandão, recém-criado.

Ressalte-se, entre as suas qualidades, o seu dinamismo e a ausência de vaidade. Afastado da política por motivos familiares, recusou várias vezes a indicação do seu nome pelos correligionários para disputar a prefeitura.

Dedicando-se à iniciativa privada, contribuiu para a melhoria do rebanho de gado leiteiro em toda a Região. Numa época em que se discutia a viabilidade da criação de gado de alta produção no sertão, veio a ter o melhor plantel de gado holandês do Estado de Alagoas. Em reconhecimento pelo seu desempenho no setor agropecuário, recebeu do Ministério da Agricultura o diploma de Produtor Modelo.

Nesse período, teve início a construção do atual prédio dos Correios e se fez a ponte da Lagoa Itororó, conhecida por “Barra do Zé Félix”, inaugurada em 30 de abril de 1950.

 

Inauguração da Ponte da "Barra do Zé Félix. Foto: acervo do Dr. Olavo de Freitas Machado

Nesta foto, no dia 30 de abril de 1950, o prefeito José Teófilo Filho prepara-se para cortar a fita de inauguração, tendo a seu lado o Cônego Jasson Souto.

Da esquerda para a direita: José Mendes Guimarães (poeta Zequinha Guimarães), Anísio Ramos (Raminho), Dr. Ernandes Lopes Dorvillé (Juiz de Direito), Dr. Olavo de Freitas Machado (Engenheiro Agrônomo), Dr. Heitor Moreira de Albuquerque (médico), Miguel Machado de Andrade, Dr. Waldemar Custódio da Guia (Promotor), Hélio Machado, Dep. Augusto Machado, Ex-prefeito Carlos dos Anjos, Elísio da Silva Maia e Armando de Freitas Machado. Foto: acervo do Dr. Olavo de Freitas Machado.

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José Teófilo Filho nasceu em Jacaré dos Homens, então município de Pão de Açúcar, em 1909. Filho de José Teófilo da Silva e de D. Cândida Andrade Silva.

Em 14 de janeiro de 1934, casou-se com D. Aidéa Souto e Silva, filha de Antônio Alves Souto e de Maria Olímpia Souto.

Em 1935, foi morar e constituir família em Pão de Açúcar, onde foi comerciante por muitos anos. Sendo eleito vereador, dos mais votados, por várias legislaturas e presidente da Câmara, defendeu vários projetos de interesse da comunidade.

Foi um dos entusiastas da obra que é hoje símbolo da nossa cidade, o monumento do Cristo Redentor. Em 1949, em requerimento ao presidente da Câmara, destinava a parte fixa dos seus subsídios de vereador daquele Exercício para a construção do monumento e a parte variável dos mesmos como auxílio para o Educandário São Vicente de Paula. Este também é conhecido como Escola Paroquial, fundado pelo pároco Jasson Souto para ajudar a suprir a deficiência educacional básica das camadas mais carentes de nossa cidade. Em suas dependências teve início o funcionamento do Ginásio Dom Antônio Brandão.

Fazendo parte da Comissão de construção do monumento do Cristo Redentor, foi eleito tesoureiro, tornando-se incansável administrador da mesma obra, viabilizada pela doação dos moradores deste município, quase 60 % do valor da mesma.

 

JOÃO DA SILVA MAIA                           DE 31/01/1951 A 26/11/1952


O Sr. João da Silva Maia

Conhecido por “Janjão Maia”, foi eleito a 3 de outubro de 1950, pelo PST, com 1.923 votos, representando 72% do eleitorado, superando o seu oponente da UDN, José Gonçalves Filho (Nozinho Andrade).

Vejamos os candidatos mais votados naquele pleito, segundo Aldemar de Mendonça:

 Para Presidente da República:           Cristiano Machado                            1.430 votos

Para Senador:                                     Gal. Goes Monteiro                           1.771 votos

Para Deputado Federal:                     José Evilásio Torres                              717 votos

Para Governador do Estado:             Luiz Campos Teixeira                        1.537 votos

Para Deputado Estadual:                   Augusto de Freitas Machado            1.610 votos

Para Prefeito:                                     João da Silva Maia                             1.923 votos

Para Vereador:                                   Elísio da Silva Maia                              520 votos

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Para Presidente da República, Cristiano Machado, do PSD – Partido Social Democrático, o mais votado em Pão de Açúcar, acabou sendo superado pelo candidato do PTB, Getúlio Vargas, que obteve votos oriundos de setores pessedistas.

O refluxo do setor getulista deste partido em relação à candidatura de Cristiano Machado e a transferência de seus votos para Vargas configuraram um processo de esvaziamento eleitoral que ficou conhecido no jargão político como "cristianização”. (Fonte: CPDOC/FGV). Ainda hoje, quando algum candidato sofre rejeição e traição de membros do seu próprio partido, se diz que ele foi “cristianizado”.

Para Governador do Estado, o vencedor foi o jornalista Arnon de Mello, que obteve 56.962 votos, enquanto Campos Teixeira recebeu 36.338.

Para o Senado, Ezechias Jerônimo da Rocha, da UDN, foi o vencedor, com 49.482 votos. O General Pedro Aurélio de Góis Monteiro obteve 38.676 sufrágios.

Para a Câmara Federal, o mais votado no Estado foi Freitas Cavalcanti, com 9.896 votos.

Para Deputado Estadual, o mais votado foi o Cel. Lucena Maranhão, com 2.449 votos. O pão-de-açucarense Segismundo Andrade foi eleito para o seu segundo mandato com 1.776 votos.

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Faleceu em Maceió,[i] às 16:30 h do dia 26 de novembro de 1952, sem concluir o período administrativo para o qual foi eleito. Na Câmara dos Deputados, fez o seu necrológio o Deputado Mendonça Braga.[ii]

A 18 de fevereiro de 1951, foi inaugurado o prédio do Grupo Escolar de Limoeiro e, em outubro do mesmo ano, o do povoado Ilha do Ferro.

Outras realizações: aquisição de um caminhão para coleta de lixo; calçamento da Praça do Bonfim.

Por força da Lei nº 199, de 14 de outubro de 1952, o Poder Executivo adquiriu por compra à firma Joaquim Rezende, a Empresa Elétrica, pela quantia de Cr$ 250.000,00 (Duzentos e Cinquenta Mil Cruzeiros), em três prestações anuais, sem juros.

Inauguração de Posto de Puericultura em Pão de Açúcar.[iii]

Notícia do Diário de Pernambuco, 7 de setembro de 1952, diz.

“O Departamento Estadual de Saúde, continuando a campanha educativa, em colaboração com o Fundo Internacional de Socorro à Infância, acaba de instalar em Pão de Açúcar mais um Clube de Mães, com a inauguração do Posto de Puericultura local. Com a instalação do referido Clube, foi feita a primeira distribuição de leite em pó e vitaminas às crianças matriculadas.”

Outras realizações: aquisição de um caminhão para a coleta do lixo e pavimentação a paralelepípedo da Praça Senhor do Bomfim.

 

 

ANTÔNIO DE FREITAS MACHADO                           DE 27/11/1952 A 23/02/1953

 

O Prof. Antônio de F. Machado

Na qualidade de Presidente da Câmara, assumiu o cargo de Prefeito.

Desse curto período, conseguimos algumas informações da sua atuação no campo da assistência social.

 No Diário Oficial de 27 de dezembro de 1952:

 ATIVIDADES DA C.A.M. — A propósito da instalação de novos Comitês municipais da Comissão de Abastecimento do Nordeste, o Presidente Getúlio Vargas recebeu os seguintes telegramas:

 

De Pão de Açúcar. Alagoas — "Tenho a satisfação de comunicar a V. Exª. que acaba de ser instalado o Comitê Municipal da C.A.N. que contou com a presença do Sr. Georges de Brun, Diretor Técnico da C.A.N, seção de Alagoas. Comunico, também. que acabo de receber a primeira remessa de gêneros alimentícios. Agradeço em nome do povo de Pão de Açúcar a atenção que V. Exa. tem prestado à cota deste município e envio a V. Exª atenciosas saudações. – ANÔNIO DE FREITAS MACHADO, Prefeito."

 

GEORGES LE BRUN, referido pelo prefeito, era Assistente Técnico do Departamento de Municipalidades do Estado de Alagoas, no governo de Arnon de Mello. GEORGES LE BRUN DE VIELMOND, era engenheiro, nascido na França, é pai da atriz René de Vielmond, cuja mãe era uma advogada alagoana, Maria de Lourdes Cruz, servidora do Tribunal de Contas da União.

Telegrama do Prefeito de Pão de Açúcar ao Presidente Getúlio Vargas:

“Comunico a V. Exª que foi instalado o Comitê Municipal da CAN, sob a presidência do engenheiro Georges Le Brun[iv], diretor-técnico da CAN, seção de Alagoas. Comunico, também, que acabo de receber a primeira remessa de gêneros alimentícios. Agradeço em nome do povo de Pão de Açúcar a atenção que V. Exª tem prestado à cota deste município, e envio a V. Exª atenciosas saudações. – Antônio Machado - Prefeito.” Fonte: A Manhã, RJ, 27 de dezembro de 1952.

Outro expediente, desta feita do Secretário da Prefeitura, Sr. João Marques de Albuquerque:

“A respeito da instalação, no município de Pão de Açúcar, da Comissão Municipal de Abastecimento, o governador do Estado recebeu o seguinte telegrama:

‘Tenho a satisfação de comunicar a V. Exª que acaba de ser instalado o Comitê Municipal da Comissão de Abastecimento do Nordeste, que contou com a presença do Dr. Georges Le Brun, diretor-técnico da CAN, secção de Alagoas. Comunico a remessa de gêneros alimentícios. Agradeço em nome do povo de Pão de Açúcar a atenção que V. Exª tem prestado ao angustioso problema da seca. Esperando seja aumentada a cota deste município, envio a V. Exª atenciosas saudações. – João Marques de Albuquerque – Secretário da prefeitura.” Fonte: Diário de Pernambuco, 4 de janeiro de 1953.

 

ELÍSIO DA SILVA MAIA                                                DE 23/02/1953 A 07/09/1954.

 

O Sr. Elísio Maia

Segundo o diário O Jornal, do Rio de Janeiro, de 22 de janeiro de 1953, as eleições se realizaram em 25 de janeiro daquele ano:

“APENAS UM CANDIDATO. O Juiz Eleitoral do Município de Pão de Açúcar comunicou ao TRE que apenas um candidato a prefeito foi registrado para a eleição a realizar-se no dia 25 do corrente.”

Efetivamente, o Sr. Elísio da Silva Maia foi eleito e, segundo Aldemar de Mendonça, tomou posse em 23 de fevereiro daquele ano.

Em 3 de fevereiro de 1953, Pão de Açúcar recebeu a visita do senador Ismar de Goes Monteiro. Em companhia do professor Guedes de Miranda e do Deputado Mendonça Junior, tratava da reestruturação dos diretórios municipais do PSD na Região, tendo visitado diversos distritos do município em companhia do prefeito Elísio Maia. Fonte: O Jornal, RJ, 4 de fevereiro de 1954. A esse tempo, o Sr. Elísio Maia, aqui referido como “prefeito”, devia ser ainda Prefeito Eleito, posto que tomaria posse no dia 23.

Em julho de 1953, foi concluída a construção da estrada entre o povoado Retiro (atual Palestina) e a Vila Alecrim (que voltou à antiga denominação de Limoeiro).[v]

A abertura dessa estrada serviu também para proporcionar renda à população, prejudicada pela prolongada estiagem. Par ao mesmo fim, segundo informa o mesmo jornal carioca, tencionava-se construir um açude em Poço Grande.

Fundação da Associação Rural de Pão de Açúcar[vi], sendo esta a sua primeira Diretoria:

Presidente:                  Dr. Olavo de Freitas Machado

Vice-Presidente:         José Teófilo Filho

1º Secretário:              José Mendes Guimarães

2º Secretário:              Domingos Soares Pinto

1º Tesoureiro:             Antônio Mendes Guimarães

Comissão Fiscal:         Augusto de Freitas Machado, Joaquim Rezende e Elísio da Silva Maia.

 

No decorrer desse período, a Comissão do Vale do São Francisco iniciou a construção do prédio do Fomento Agrícola, defronte a Praça Dr. José Clovis de Andrade (depois chamada Praça do Centenário e também conhecida como Praça do Padre Cícero);

Seguiu-se, então uma série de administradores interinos, até as eleições de 3 de outubro de 1955.

 

ANTÔNIO DE FREITAS MACHADO                           DE 17/06/1953 A 07/07/1953.


O Prof. Antônio de F. Machado

Na qualidade de Presidente da Câmara, assume interinamente o Cargo de Prefeito.

Ao final desse período, reassume o cargo o Sr. Elísio da Silva Maia, permanecendo até 7 de setembro de 1954, quando foi afastado do cargo para responder a processo que apurava a autoria do assassinato do ex-prefeito Joaquim Rezende, ocorrido em 18 de agosto daquela ano. Assumiu, novamente, o presidente da Câmara, Antônio de Freitas Machado.

 

Tendo sido o Titular impedido pela Justiça, a Câmara elegeu o Sr. Durval Nery de Araújo, que administrou o município de 8 de setembro de 1954 a 1º de fevereiro de 1956.

 

DURVAL NERY DE ARAÚJO               De 08/09/1954 a 01/02/1956.

 

O Sr. Durval Nery

Nesse período foi criada, pela Lei nº 225, a Biblioteca Pública Municipal denominada “Biblioteca Freitas Machado”.

Durval Nery de Araújo foi casado com D. Maria Lúcia Dantas.

“A Comissão de Orçamento da Câmara dos Deputados aprovou, na sua reunião de hoje, Emenda do Deputado Segismundo Andrade, no montante de 3.000.000 (três milhões) de Cruzeiros, para estudos, projetos e início de obras de irrigação do Baixo São Francisco e abastecimento de água na região de Jacaré dos Homens, Olho D’Água das Flores e Batalha, no Estado de Alagoas. Igualmente foi aprovada Emenda do mesmo deputado, num total de 1.000.000 (um milhão) de Cruzeiros, para construção de um campo de pouso na cidade de Pão de Açúcar.”

Nas Eleições de 1954, o pão-de-açucarense Segismundo Andrade conquistou seu primeiro mandato de Deputado Federal, obtendo 7.760. O ex-prefeito Augusto Machado era reeleito Deputado Estadual, com 1.572 votos.[vii]

 

OSVALDO VIEIRA DANTAS                 DE 01/02/1956 A 05/02/1956.

 

O Sr. Oswaldo Vieira Dantas

Tendo sido eleito novo prefeito em pleito realizado em 3 de outubro de 1955, assumiu o cargo de prefeito interino o Sr. Osvaldo Vieira Dantas, natural do povoado Jacaré dos Homens, até 5 de fevereiro de 1956.

 

Em 1926 era Sub-Delegado no Distrito de Jacaré.[viii]





NOTA:

Caro leitor,

Deste Blog, que tem como tema “HISTÓRIA E LITERATURA”, constam artigos repletos de informações históricas relevantes. Essas postagens são o resultado de muita pesquisa, em geral com farta documentação e dotadas da competente referência bibliográfica. Por esta razão, solicitamos que, caso sejam do seu interesse para utilização em qualquer trabalho, que delas faça uso tirando o maior proveito possível, mas fazendo também o necessário registro de autoria e a citação das referências. Isso é correto e justo.

Tratamento de imagens: Vívia Rodrigues Amorim.


[i] A Noite, RJ, 1º de dezembro de 1952.

[ii] O Jornal, RJ, 29 de novembro de 1952.

[iii] A Manhã, RJ, 5 de novembro de 1952.

[iv] GEORGES LE BRUN DE VIELMOND. Engenheiro, nascido na França. Filho de René Le Brun de Vielmond e Renie Le Brun de Vielmond. Pai da atriz René de Vielmond, cuja mãe era uma advogada alagoana, Maria de Lourdes Cruz, servidora do Tribunal de Contas da União (filha de Antônio da Cruz Leite e Maria Augusta Santos Cruz). Foi assistente técnico do Departamento de Municipalidades do Estado de Alagoas, no governo de Arnon de Mello.

[v] O Jornal, RJ, 18 de julho de 1953.

[vi] Diário de Pernambuco, Recife, 5 de abril de 1953.

[vii] Fonte: ABC DAS ALAGOAS, BARROS, José Reynaldo Amorim de.

[viii] Diário de Pernambuco, Recife, 6 de novembro de 1926.

Um comentário:

  1. Mais uma bela obra publicitária sobre a vida politica de nossa Pão de Açúcar e seus personagens. Parabéns, confrade Etevaldo

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A POESIA DE PÃO DE AÇÚCAR



PÃO DE AÇÚCAR


Marcus Vinícius*


Meu mundo bom

De mandacarus

E Xique-xiques;

Minha distante carícia

Onde o São Francisco

Provoca sempre

Uma mensagem de saudade.


Jaciobá,

De Manoel Rego, a exponência;

De Bráulio Cavalcante, o mártir;

De Nezinho (o Cego), a música.


Jaciobá,

Da poesia romântica

De Vinícius Ligianus;

Da parnasiana de Bem Gum.


Jaciobá,

Das regências dos maestros

Abílio e Nozinho.


Pão de Açúcar,

Vejo o exagero do violão

De Adail Simas;

Vejo acordes tão belos

De Paulo Alves e Zequinha.

O cavaquinho harmonioso

De João de Santa,

Que beleza!

O pandeiro inquieto

De Zé Negão

Naquele rítmo de extasiar;

Saudade infinita

De Agobar Feitosa

(não é bom lembrar...)


Pão de Açúcar

Dos emigrantes

Roberto Alvim,

Eraldo Lacet,

Zé Amaral...

Verdadeiros jaciobenses.

E mais:

As peixadas de Evenus Luz,

Aquele que tem a “estrela”

Sem conhecê-la.


Pão de Açúcar

Dos que saíram:

Zaluar Santana,

Américo Castro,

Darras Nóia,

Manoel Passinha.


Pão de Açúcar

Dos que ficaram:

Luizinho Machado

(a educação personificada)

E João Lisboa

(do Cristo Redentor)

A grandiosa jóia.


Pão de Açúcar,

Meu mundo distante

De Cáctus

E águas santas.

______________

Marcus Vinícius Maciel Mendonça(Ícaro)

(*) Pão de Açúcar(AL), 14.02.1937

(+) Maceió (AL), 07.05.1976

Publicado no livro: Pão de Açúcar, cem anos de poesia.


*****


PÃO DE AÇÚCAR


Dorme, cidade branca, silenciosa e triste.

Dum balcão de janela eu velo o seu dormir.

Nas tuas ermas ruas somente o pó existe,

O pó que o vendaval deixou no chão cair.


Dorme, cidade branca, do céu a lua assiste

O teu profundo sono num divino sorrir.

Só de silêncio e sonhos o teu viver consiste,

Sob um manto de estrelas trêmulas a luzir.


Assim, amortecida, tú guardas teus mistérios.

Teus jardins se parecem com vastos cemitérios

Por onde as brisas passam em brando sussurrar.


Aqui e ali tu tens um alto campanário,

Que dá maior relevo ao pálido cenário

Do teu calmo dormir em noite de luar.

____

Ben Gum, pseudônimo de José Mendes

Guimarães - Zequinha Guimarães.






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Pão de Açúcar, Cem Anos de Poesia