Meia noite! Nos bronzes: Meia noite!
E medroso caminho pela rua...
- Por mais – diz um fantasma, que se afoite
Esse pobre mortal treme, recua!...
E o vento rijo, demorado açoite,
Passa ganindo na ironia sua...
Meia noite! Nos bronzes: Meia noite!
E o meu passo medroso continua...
Trêmulo, encontro os Mausoléus do Medo...
Vejo avenidas lúridas e místicas,
Como quem viaja
dentro de um Segredo...
E pesa-me sombria, pelos ombros,
Em danças macabras, Cabalísticas,
Fera Legião de Lôbregos Assombros! ...
(Bráulio Cavalcante, 1909[i])
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Publicado no jornal O MONITOR, Penedo, 24 de maio de 1909.
NOTA
Caro leitor,
Deste Blog, que tem como tema “HISTÓRIA E LITERATURA”,
constam artigos repletos de informações históricas relevantes. Essas postagens
são o resultado de muita pesquisa, em geral com farta documentação e dotadas da
competente referência bibliográfica. Por esta razão, solicitamos que, caso
sejam do seu interesse para utilização em qualquer trabalho, que delas faça uso
tirando o maior proveito possível, mas fazendo também o necessário registro de
autoria e a citação das referências. Isso é correto e justo.
[i] Bráulio Guatimozim Cavalcante. Filho do Capitão José Venustiniano Cavalcante e de D. Maria Olympia. Nasceu em Pão de Açúcar-AL, no dia 14 de março de 1887, na casa nº 23 da rua da Matriz (hoje Avenida Bráulio Cavalcante, nº 209). Faleceu em 10 de março de 1912, na Praça dos Martírios, em Maceió, de um ferimento penetrante na linha axilar posterior direita, no quarto intercostal, recebido quando realizava um comício em prol das candidaturas do Cel. Clodoaldo da Fonseca e do Dr. Fernandes Lima.
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