quinta-feira, novembro 27

DEIXE AQUI O SEU COMENTÁRIO - PONHA SEU NOME NO CORPO DA MENSAGEM


ESCOLAS E SEUS PATRONOS – U.M.E JOSÉ GONÇALVES DE ANDRADE

 

Por Etevaldo Amorim


A Unidade Municipal de Ensino José Gonçalves de Andrade, no povoado Machado.


A Unidade Municipal de Ensino do Povoado Machado foi criada por meio do Decreto nº 409, de 26 de fevereiro de 1971.


O prédio foi construído em 1980, durante a gestão do prefeito Eraldo Cruz. As inscrições gravadas na placa de inauguração sugerem que foi feita com recursos do Estado, durante o governo de Guilherme Palmeira, tendo como Secretário da Educação e Cultura, o prof. José Medeiros. Constam também os nomes do prefeito Eraldo Lacet Cruz e do Vice-Prefeito Jurandir Gomes.


Mais tarde, durante a segunda administração do prefeito Antônio Carlos Lima Rezende-Cacalo, a escola recebeu obras de ampliação, custeadas com recursos próprios (oriundos do Fundo de participação dos Municípios), inauguradas em 11 de novembro de 2006.


Funcionando nos turnos matutino, vespertino e noturno, com um corpo docente de 16 professores (as) e seus 223 alunos, sob a direção da professora Alba Nize do Nascimento Santos, a escola funciona com as Séries: Creche, Pré escolar I e II,1º ao 5º,6º ao9º e EJA. Etapas de Ensino/Modalidade/Integral: Educação Infantil, Ensino Fundamental   I e II, Educação Jovens e Adultos (EJA). (Fonte: Secretaria Municipal de Educação.)


 

Placa que registra a inauguração da escola em 1980.

Placa referente à ampliação do prédio em 2006.


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É patrono da escola o Sr. JOSÉ GONÇALVES DE ANDRADE, conhecido por Zequinha Andrade. Próspero comerciante, nasceu em Jacaré dos Homens, então pertencente ao município de Pão de Açúcar, no dia 1º de dezembro de 1887.


Filho de Leopoldo Gonçalves de Andrade e Antônia Clotildes Alves Souto, eram seus avós paternos: o Tenente-Coronel José Gonçalves de Andrade e Cândida Delfina do Coração de Jesus; e, maternos: José Francisco Capistrano Souto e Maria Francisca Alves Feitosa.


Do casamento com Maria Etelvina Dantas de Andrade, conhecida por “Branca” (filha de Manoel Vieira Dantas e Maria Nicácia Souza), tiveram os filhos: José Gonçalves Filho (Nozinho Andrade), Segismundo Gonçalves de Andrade, Etelvina Gonçalves de Andrade (casada com o Sr. Eraldo Lacet Cruz), Edith Gonçalves de Andrade, Eloi Gonçalves de Andrade, Massilon Gonçalves de Andrade e Zedith Gonçalves de Andrade.



O Sr. José Gonçalves de Andrade (Zequinha Andrade). Foto: acervo da família.


O Padre Medeiros Neto, sacerdote que foi também Deputado Federal por seis mandatos consecutivos[i], assim falou sobre


“O CEL. ZEQUINHA ANDRADE[ii]


PAJUÇARA. Este nome alcançou a acuidade auditiva da minha afoita meninice. Quando ingressei no Seminário Arquidiocesano de Nossa Senhora da Assunção, lá do Alto do Jacutinga, quem primeiro se me deparou foi o ilustre filho da cidade de Jacaré dos Homens, o inesquecível Jasson Souto, filho do Cel. Antônio Alves e Olímpia Alves Souto.


Tornei-me admirador e amigo desse adolescente cheio de qualidades e virtudes. Por isso mesmo, vim a ter oportunidade de ouvir falar e até mesmo de conhecer vários dos seus familiares.


Por sinal, sempre vinha à tona em nossas conversas o nome de Zequinha, a quem Jasson considerava um primo dedicado e irmão pela convivência familiar.


Nunca o vi na minha infância, nem tampouco na minha mocidade. O ensejo para conhece-lo se deu quando das lutas políticas em que se engajou seu filho Dr. Segismundo. Aí, nesse estágio, era eu adulto por todas as ideias político-partidárias. Militava em agremiação contrária àquela em que se adestrou seu rebento esperançoso. Indo certa feita à ribeirinha cidade de Pão de Açúcar, onde passou a residir o Cel. Zequinha Andrade, visitei-o em sua loja.


Não conversamos sobre política, desde quando éramos adversários. Tive a impressão de estar diante de um homem frio de coração e espírito. Apresentava as qualidades próprias de um burguês e comerciante, aliadas à segurança de ideias e decisões.


Na cidade toda, o seu conhecimento era de um homem sério, sereno e seguro em todas as suas atividades. Concentrado em seu balcão e nas paredes do seu lar, olhava as dimensões da vida através das fronteiras do Nascente e do Poente do Rio da Unidade Nacional.


O que soube é que gostava dos ares nobres da caatinga, do cheiro do curral e de ver as reservas e invernadas para o seu gado vivido na extensão dos latifúndios pessoais.


Não fazia política nem convivia com os políticos. Tinha, porém, o capricho de não assistir a uma derrota de seu candidato Segismundo.


Dizem que costumava dizer: “Se for questão de despesa, isso não impedirá que meu filho perca eleição.”


Com essa atitude, se é que a adotava, nada mais fazia do que justiça a seu próprio filho, em quem sempre encontrei a grandeza e elevação de um bom deputado.


Na convivência de três Legislaturas, sempre tive oportunidade de aumentar a amizade pessoal, apesar de sermos adversários em alguns pleitos com o honrado deputado Segismundo Andrade. Para mim, era um dos udenistas mais compreensivos e menos vaidosos.


Herdou parte dessas virtudes da alma de seu grande pai e timoneiro. Ao morrer, o Cel. Zequinha deixa uma família honra o sangue e a vida dos Andrades. Seus filhos e netos terão na sua memória um modelo que dignifica.


Na cidade de Pão de Açúcar, onde tantas tradições se encastelam pelo tempo, ficará entre outras o nome tradicional do Cel. Zequinha Andrade.


Os nobres vereadores daquela Cidade de Areia, para lhe reverenciar a memória, deverão emprestar o nome do Cel. Zequinha Andrade a uma de suas artérias. Seria o testemunho de resposta a um homem que soube conviver com seu tempo e soube legar ao futuro as vocações maiores de seus filhos e netos.


Não seria favor que o mesmo fizesse a Câmara de Vereadores da cidade de Jacaré dos Homens, onde nasceu o Cel. Zequinha Andrade. A vida dos melhores deve constituir motivo de exemplo para os que estão ficando no teatro das idades.”



Casa comercial do Sr. Zequinha Andrade em Pão de Açúcar.


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O Sr. José Gonçalves de Andrade faleceu em Pão de Açúcar no dia 18 de dezembro de 1975.


Seu nome também denomina o conjunto da COHAB, construído no terreno onde outrora existiu o campo de futebol, ao pé do morro do Cavalete, inaugurado em 1983 durante a gestão do prefeito Eraldo Lacet Cruz.[iii]

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NOTA:


Caro leitor,

Deste Blog, que tem como tema “HISTÓRIA E LITERATURA”, constam artigos repletos de informações históricas relevantes. Essas postagens são o resultado de muita pesquisa, em geral com farta documentação e dotadas da competente referência bibliográfica. Por esta razão, solicitamos que, caso sejam do seu interesse para utilização em qualquer trabalho, que delas faça uso tirando o maior proveito possível, mas fazendo também o necessário registro de autoria e a citação das referências. Isso é correto e justo.

 



[i] Luiz de Menezes Medeiros Neto, nasceu em Traipu-AL no dia 22 de novembro de 1914 e faleceu em Maceió no dia 9 de novembro de 1992. Filho de Isaac de Medeiros Neto e Olímpia de Medeiros Neto. Deputado Federal nas Legislaturas 1946-50, 51-55, 55-59, 59-63, 63-67 e 67-71, cinco mandatos pelo PSD e um pela ARENA.

[ii] Artigo de fonte não identificada, obtida em arquivo da família.

[iii] Diário de Pernambuco, 7 de março de 1983.

sábado, novembro 22

O RIO SÃO FRANCISCO

 

Por Bráulio Cavalcante[i]

(Ao provecto educador Domingos Feitosa)

 

Bráulio Cavalcante

Ainda hoje temos ocasião de observar, se bem que com menor intensidade, fenômenos como aqueles que deram lugar, outrora, a tantas modificações na crosta do globo...


Devido à influência de agentes como o ar, a água e o calor central da terra – nós aí as vemos, seja por meio das águas no seu admirável movimento de circulação, seja por meio do ar, agindo de modo exterior, sobre o envoltório terrestre; seja por meio do calor central do globo, saindo raivoso pelos vulcões, permanentemente, pelos fumeiros como sucede em Ischia, (perto de Nápoles) – lentamente pelas sulfureiras da Sicília e Pauzzoles, ou ainda por essas emanações de ácido carbônico, constituindo as mofetas, o mais baixo grau de atividade vulcânica.


Estes como as geleiras, os tremores de terra, os geisers, são fenômenos que observamos em tempos nossos, modificando o aspecto da superfície do globo: tudo isso, porém, agindo lentamente já sem mais aquele arrojo dos fenômenos geológicos antigos, que agiram sobre a formação do mundo, dando-lhe, finalmente, o seu moderno relevo. Isto podia ser por meio de correntes vastíssimas, a corroer as rochas, formando os deltas, cavando os vales; pela chuva diluviana e num tenebroso período glacial, desmanchando, achatando até reduzir a grandes superfícies de gelo os maiores continentes; pelos choques universais da esfera, mugidos de terremotos, ao ímpeto do calor central; pelas montanhas que se levantavam no meio dessa luta grandiosa, desse movimento terrível, onde a vida começava a agitar e progredir...


Como nós sabemos, o globo, depois de seu estado de incandescente fusão, e depois de ter resfriado pouco a pouco e criado esse envoltório de rochas cristalinas, já possuindo a mais antiga rocha – o granito em massas imensas – passava naqueles tempos por maravilhosos, admiráveis fenômenos!


Sabemos que, depois da solidificação do granito, aparecem rochas granitoides cristalizadas, de aspecto chistoso, e – como diz Langlebert[ii] – “as rochas cristalofilicas, gneiss e micaxistos, superpostas ao granito, a cada instante deslocadas pela retração da crosta primitiva que se resfria, assim como pelas incessantes erupções vulcânicas, apresentam inúmeras roturas, travejamentos, superfícies torcidas pela ação do calor.”


Este conjunto de rochas cristalizadas, compactas e chistosas – como diz o citado naturalista – formam o rolo primitivo azoico. E nós ainda temos ciência dos fenômenos diluvianos e glaciais que assinalaram os tempos quaternários que – como dizem os sábios, - se confundem coma a época geológica atual.


Neste período ocasionado por um resfriamento geral do globo terrestre, que a ciência não tem podido ainda explicar – “as torrentes correndo então sobre uma grande largura, com uma corrente de força prodigiosa, arrancavam, escavavam, esbarrancavam tudo em sua passagem, criando os atuais vales – cujos principais rios ocupam apenas pequena parte. ”


***    ***


Hoje, porém, já não vemos fenômenos tão extraordinários como os daqueles antiquíssimos tempos do próprio solo primitivo azoico... Restam, entanto, agentes diversos – o ar, a água e o calor central do globo – modificando lentamente a crosta da espera; resta a ação do ar formando as dunas em costas de Holanda, Flandres, Golfo Gasconha; a ação destrutiva da água doce, desagregando, decompondo as rochas em fragmentos pela ação mecânica ou química; a água do mar ainda por sua vez tem, aos olhos do observador, “o choque das vagas contra as falerias cretáceas ou as rochas graniticasda costa”; e o calor centrar vai flagelando por meio de contínuas erupções vulcânicas na bela pátria de Dante...


- Pois, bem; ainda não é só isso...


Agora o rio S. Francisco, o “mediterrâneo brasileiro”, e que, segundo Dr. Thomás do Bomfim Espíndola, “se não oferece aos olhos do observador as paisagens deslumbrantes do Reno, as possui que não deixam de ser assaz pitorescas” o majestoso rio S. Francisco, um dos maiores do Brasil, acaba de inundar com arrojo e impetuosidade, em Minas, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe – praias, cidades, florestas, trazendo no dorso os troncos e os nimbos...


É, pois, essa artéria enorme que ali vem desabrochando no coração da “Canastra” e que se precipita em Casca de Anta, de 1.000 pés de altura, conforme von Eschwege[iii], em rio que recebe tão grande número de afluentes, oferecendo aos olhos do observador belezas extraordinárias, quadros de pomposo colorido – como seja aquele em que toda essa mole imensa de água vem rolar, num formidável estrondo, como um começo de terremoto, no calcário de Paulo Afonso; é, finalmente esse rio, que aí vem rolando, arfando, com uma soberba, prodigiosa e terrível...


Com uma velocidade de 7 milhas por hora, com uma corrente de força impetuosíssima, que não fará esse gigante, que (dizem os historiadores), os olhos de Duarte Coelho Pereira foram descobrir aos 10 de outubro de 1522 a 1525, - dia de São Francisco de Borja?


Que não fará esse mesmo arrojado de 1780, quando suas águas – segundo ilustre geógrafo – subiram 20 pés acima do álveo? E agora, planícies verdejantes e belas, estendendo-se nas sus adjacências, povoações de viver tão agradável e poético; casinhas de homens pobres; porém, que eram verdadeiramente felizes, tudo essa onda colossal, de mais de 400 léguas, barrenta, alaga prodigiosa e cruel!


E triste, muito triste, recordando de todos esses quadros que me enchiam de tanta suavidade e poesia os primeiros tempos – eu aqui fico a me lembrar de Januária lá no sertão do velho Estado de Tiradentes, e Piranhas e Pão de Açúcar, de viver tão agradável e sereno! ...


Acordam-se, despertam-se depois a me doer dentro d’alma, desdobrando-se em pensamentos tenebrosos – senas de aflição, desespero – em que famílias inteiras fogem à impetuosidade das ondas, abandonando o que de mais caro tinha na vida! ...


...  ...

...   ...


Assim é que me vou lembrando dos versos do poeta náufrago da “Vile de Bourgogne”[iv]:


 

Os troncos arrancados

Sem rumo vão leviantes;

E os tetos arrancados

Inteiros, flutuantes,

Dão antes crua morte

Que asilo e proteção!

 

9 de março de 1906.

 

Bráulio Cavalcante

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Transcrito do jornal EVOLUCIONISTA, Maceió, 14 de março de 1906.

 

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NOTA:

Caro leitor,

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[i] Bráulio Guatimozim Cavalcante. Filho do Capitão José Venustiniano Cavalcante e de D. Maria Olympia. Nasceu em Pão de Açúcar-AL, no dia 14 de março de 1887, na casa nº 23 da rua da Matriz (hoje Avenida Bráulio Cavalcante, nº 209). Faleceu em 10 de março de 1912, na Praça dos Martírios, em Maceió, de um ferimento penetrante na linha axilar posterior direita, no quarto intercostal, recebido quando realizava um comício em prol das candidaturas do Cel. Clodoaldo da Fonseca e do Dr. Fernandes Lima.

[ii] Edmond-Jean-Joseph langlebert (1815-1894). Naturalista francês.

[iii] Wilhelm Ludwig von Eschwege, também conhecido por barão de Eschwege, Guilherme von Eschwege ou por Wilhelm Ludwig Freiherr von Eschwege, foi um geólogo, geógrafo, arquiteto e metalurgista alemão.

[iv] Trata-se do poeta brasileiro Gonçalves Dias morreu em um naufrágio do navio Ville de Boulogne em 3 de novembro de 1864, próximo à vila de Guimarães, no Maranhão, Brasil. O naufrágio ocorreu nos baixios de Atins, na Baía de Cumã. Gonçalves Dias, já debilitado, foi esquecido em sua cabine e acabou se afogando.

sábado, novembro 15

ESCOLAS E SEUS PATRONOS – U.M. E CAP. MANOEL REGO

 

Por Etevaldo Amorim


A Rede Municipal de Ensino do Município de Pão de Açúcar conta com 26 Unidades Municipais de Ensino, incluindo duas creches. São 21 na zona rural e 5 na sede.


São elas UME SITIO JOAO LEITE, no Sítio João Leite; UME PÉ DA SERRA, no Pé da Serra; UME MANOEL RODRIGUES CORREIA, nas Emendadas; UME ANA TEREZA DE JESUS, em Meirús; PROF. JAIME DE ALTAVILLA, na Ipueira de Cima; UME CAP. MANOEL REGO, na Ipueira de Baixo; UME LINDAURO COSTA, no Limoeiro; UME JOSÉ TAVARES DE CASTRO, no Jacarezinho; UME ÁLVARO RODRIGUES FARIAS, em Santiago; UME MONSENHOR LYRA, no povoado Lagoa de Pedra; UME JOSÉ GONÇALVES DE ANDRADE, no povoado Machado; UME VER. ANTÔNIO MACHADO GUIMARÃES, na Rua Nova; UME MARIA CELESTE MACHADO DE ANDRADE, no Poço do Sal; UME MINISTRO AUGUSTO DE FREITAS MACHADO, no povoado Lagoa de Pedra; UME PROFª MARIA TAVARES PINTO, na Sede do município; UME RUI PALMEIRA, também na Sede; UME RONALÇO DOS ANJOS, no Conjunto José Gonçalves de Andrade, COHAB, Sede; UME JOAQUIM FONSECA, bairro Algo Fonseca, na Sede; UME JÚLIO DAMASCENO RIBEIRO, no sítio Xexéu; UME SÃO MIGUEL, no sítio Garrincha; UME PROF. MANOEL ALVES, no povoado Ilha do Ferro; UME PEDRO SOARES DOS PRAZERES, no Sítio União; UME CAMPO NOVO, no sítio Campo Novo; UME ASSENTAMENTO ALEMAR, no sítio Alemar; CRECHE MARINEUSA DO BONFIM LISGOA, no povoado Ipueira; e CRECHE IRMÃ CLEMENTINA WOUTERS, na cidade.


O Blog do Etevaldo inicia aqui uma série de artigos sobre essas escolas e, principalmente, seus patronos ou patronesses. São personalidades que, pela sua importância na sociedade ou, particularmente, no âmbito da educação, mereceram a denominação da escola.


Começamos pela Unidade Municipal de Ensino Capitão Manoel Rego.


UNIDADE MUNICIPAL DE ENSINO CAP. MANOEL REGO

 

Unidade Municipal de Ensino Capitão Manoel Rego.

O prédio da Unidade Municipal de Ensino Cap. Manoel Rego, localizado no povoado Ipueira de Baixo, foi inaugurado no dia 20 de dezembro de 1970, durante a gestão do prefeito Antônio Gomes Pascoal.


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 O Capitão Manoel Rego. Foto: acervo da família.



Manoel de Souza Rego Filho nasceu em Pão de Açúcar dia 2 de novembro de 1865. Era filho do português Manoel de Souza Rego e de D. Feliciana Emília Maciel de Carvalho (professora pública, natural de Pernambuco, que chegou a Pão de Açúcar removida da povoação de Morro de Camaragibe, em 1860).

 

No dia 15 de abril de 1893, casou-se com Etelvina Adelaide de Almeida, filha de Cincinato Almeida (natural de Penedo) e Clara Bela Farias Almeida (natural de Pão de Açúcar). O evento, celebrado pelo Escrivão Theotonio Rodrigues de Souza Christo, aconteceu na residência do seu sogro e em presença do Juiz Distrital em Exercício, Cap. Horêncio Pereira da Luz (que logo seria Intendente). Foram testemunhas: o Bacharel João Francisco de Novaes Paes Barreto (neto do Barão de Piaçabuçu, então com 19 anos) e o Capitão Antônio Moreira de Souza Saldanha. Ele, aos 26 anos de idade e ela com 19 anos. Ainda estiveram presentes os Srs. Serafim Soares Pinto (Intendente do Município), Antônio Rodrigues Noya, Henrique Salathiel Canuto, Manoel de Farias Almeida, Urbano Ferreira Lima (jornalista, fundador do jornal O Sertanejo), Elias Pereira da Silva, João Rodrigues de Albuquerque e Targino Salathiel Canuto.

 

O casal teve os filhos: Manoel Rego Neto, Sudomélia, Etelvina, Mário, Alfredo, Júlio, Judite, Antônio, Silvio e Virgínia (esta casada com Antônio Oliveira, proprietário do Hotel Imperial).

 

Em 1894, exercia o cargo de Comissário de Polícia. Em 18 de novembro de 1906, fundou o jornal A VOZ DO SERTÃO, imparcial, literário e noticioso. Em 1919, Manoel Rego atuava como Administrador da Recebedoria de Pão de Açúcar, do qual foi exonerado a 17 de novembro de 1924.


Durante a gestão do Intendente Manoel Pereira Filho - 07.01.1925 a 07.01.1928, ele foi Vice-Presidente do Conselho Municipal (equivalente a Câmara de Vereadores).


O Dr. Adherbal de Arecippo escreveu sobre Manoel Rego no jornal Gazeta de Alagoas de 22 de janeiro de 1956, sob o título “Gente do meu Tempo”:


Era Manoel Rego de boa estrutura, cabelo cortado à escovinha, alvo e excessivamente corado. Em Pão de Açúcar ele desempenhou várias missões: foi político, funcionário público estadual, jornalista, orador, pequeno fazendeiro e fabricava os próprios calçados que usava. As botinas eram de cor cinza, sola fina, cano curto e salto baixo. A gravata era de um tipo único: laço “borboleta”, estreita, pano de fustão e sempre na cor branca. Como jornalista, fundou e dirigiu “A Voz do Sertão” que circulava semanalmente. Pelas suas colunas fazia política e defendia o município. Na qualidade de orador, falava nas solenidades sociais e políticas, como também pelo carnaval, em plena rua, saudando os “blocos” idealizados e dirigidos por Manoelzinho Pereira. Na função de empregado público, foi o administrador da Recebedoria, e ninguém apontou uma falha moral ou material no curso dos serviços.


......

 

E assim viveu Manoel Rego, como um dos homens de vida social e política das mais representativas do município pão-de-açucarense, até o dia em que Deus considerou encerradas as variadas missões que ali exercia”.


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Inauguração da escola Cap. Manoel Rego. A partir da esquerda: Antônio Alves da Silva (Totonho Pampia), Dr. Waldemar da Guia, Massilon Silva, Vice-Prefeito Pedro Ferreira Lima; João Batista Cardeal; Flávio Almeida da Silva e o prefeito Antônio Gomes Pascoal.

Para saber mais acesse: O CAPITÃO MANOEL REGO

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NOTA:

Caro leitor,

Deste Blog, que tem como tema “HISTÓRIA E LITERATURA”, constam artigos repletos de informações históricas relevantes. Essas postagens são o resultado de muita pesquisa, em geral com farta documentação e dotadas da competente referência bibliográfica. Por esta razão, solicitamos que, caso sejam do seu interesse para utilização em qualquer trabalho, que delas faça uso tirando o maior proveito possível, mas fazendo também o necessário registro de autoria e a citação das referências. Isso é correto e justo.

sábado, novembro 1

MEIRUS, O CAMPO ALEGRE DAS FLORES

 Por Etevaldo Amorim

 

Igreja de N. S. da Luz, em Meirus, Pão de Açúcar-AL

Afinal, é Meirus ou Campo Alegre?


As referências mais antigas tratavam o lugarejo, ora como Campo Alegre, ora como Meirus; e até como Campo Alegre dos Meirus e Campo Alegre das Flores.


É um desses casos em que, ignorando a tradição e o costume do povo, decide-se por impor outros nomes a lugares que já os têm desde tempos imemoriais.


Bem, pelo menos neste caso, deu-se fim a essa duplicidade de denominação. Desde 1992, passou a ser definitivamente Meirus, por Decreto Legislativo de autoria do vereador José Roberto Almeida da Silva (Beto de Meirus), aprovado na Câmara de Vereadores na Legislatura 1989-1992.


Depois de cumprir os muitos mandatos que lhe confiou o povo daquele importante povoado, Beto de Meirus é hoje artista reconhecido: poeta e artesão.

 

A ORIGEM DO NOME

 

A planta chamada Meirus, na lagoa próxima ao povoado. Foto: Cícero Almeida da Silva (Palega)

A foto acima, feita pelo amigo Cícero Almeida da Silva (Palega), mostra uma planta conhecida na região pelo nome indígena de Meru, que deu origem ao nome do povoado.


O fato de estar ambientada, e em grande quantidade, na lagoa próxima ao povoado, pode ter concorrido para que seu nome fosse usado como referência do lugar e usado assim, no plural: “é lá nos Merus”, “vou para os Merus”, “espere lá nos Merus”... Meirus, como é comumente escrito, pode ser uma corruptela de Meru.


Trata-se de uma planta aquática, da família Cannaceae, cujo nome científico é Canna glauca, recebendo outros nomes populares, a depender da região: Maracá, Caetê-imbiri, Piriquiti e Meru[i].


É muito valorizada tanto pela sua beleza em paisagismo quanto por sua capacidade de purificação da água em sistemas de biofiltragem (tratamento de esgoto). Nativa do Brasil, sua distribuição se estende desde o Pantanal até o Nordeste, sendo adaptada a áreas alagadas (pântanos, brejos e ao redor de rios e lagos, lagoas).


A CAPELA DE N. S. DA LUZ

A praça central de Meirus, vendo-se ao fundo a igreja de N. S. da Luz.


Fato marcante da sua história foi a doação feita por Dona Anna Theresa de Jesus, constituindo patrimônio da Capela ali existente, sob a invocação de Nossa Senhora da Luz. O registro consta do Livro do ano de 1863, fls. 24, do Cartório do 1º Ofício, que transcrevo com a ortografia da época:


“Escriptura de doação que faz D. Anna Theresa de Jesus de um pedaço de terra à Capella de N. S. da Luz de Campo Alegre.


Saibam quantos esta virem que sendo no anno do nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de Mil, Oitocentos e Sessenta e Quatro, aos vinte e seis dias do mês de fevereiro, nesta Villa de Pão d’Assúcar, Comarca de Mata Grande, Província das Alagoas, na rua da Praia, em casa de residência da Senhora Anna Theresa de Jesus, onde eu, tabelião, fui vindo para passar esta escriptura, na presença das testemunhas abaixo firmadas, compareceu a mesma D. Anna Theresa de Jesus, moradora nesta Villa, acompanhada de um tabelião, do que Dou Minha Fé, e pela mesma D. Anna Theresa de Jesus foi dito, perante mim e testemunhas, que de sua própria e boa vontade faz doação de cincoenta braças de terras de comprimento com quarenta de largura à Capella de Nossa Senhora da Luz de Campo Alegre, deste Município, cuja demarcação do referido terreno é do modo seguinte: da porta principal da sobredita capella se medirá, em linha recta para cima, trinta e cinco braças; do mesmo pondo se medirá, para baixo, quinze braças. Assim como com o sobredito ponto para o Norte se medirá dezoito braças; e, para o Sul, vinte e duas braças, e desse modo para demarcação o mencionado terreno por ella doado à referida Capella. Disse mais que a administração do terreno doado por ella ficará a seu cargo e, por sua morte, passará a seu herdeiro primogênito, e assim se obrigará com primogênito deste, cuja regra se guardará restrictamente para sempre. Disse mais que o aforamento do terreno pertencente à mesma Capella será de sessenta réis por palmo, anualmente, cuja quantia será augmentada assim que julgar conveniente a competente administradora. Disse mais que fazia a doação desse terreno no valor de cincoenta mil réis e que, pela presente, daria em favor da mesma Capella ---(ilegível) testemunhas Pedro Soares de Mello Alvino Cesão[ii] e José Rodrigues Delgado Gomes, que esta assignão a rogo da doadora, Francisco Rodrigues de Mello, Mariano Joaquim Cavalcante[iii]. Nesta Villa de Pão d’Assúcar, em vinte e cinco de fevereiro de mil, oitocentos e sessenta e quatro.”

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Dona Anna Theresa de Jesus era irmã do Cel. Anacleto de Jesus Maria Brandão e, portanto, tia do bispo Dom Antônio Brandão e do historiador Moreno Brandão.


Do seu casamento com Bento José Rodrigues Delgado, tiveram as filhas Clarinda Maria da Conceição e Maria do Espírito Santo. Esta última era casada com Antônio Duarte de Albuquerque (filho de Manoel Duarte de Albuquerque e Antônia Rodrigues do Bonfim). Estes Duarte de Albuquerque eram proprietários, por volta de 1857, de uma parte das terras do Itororó.


Dona Anna Theresa de Jesus e seu marido Bento José Rodrigues Delgado também eram donos de parte das terras da Lagoa de Pão de Açúcar.[iv]


A dita capela, segundo Aldemar de Mendonça, teria sido construída em 1714, por iniciativa do missionário português Frei José de S. Jerônimo. Entretanto, carta do correspondente do Jornal do Penedo, que se assinava por “Epaminondas”, datada de 30 de setembro de 1878, diz:


“ENFERMO. Do povoado Campo Alegre, deste termo, chegou ultimamente nesta cidade o Reverendo Frei José de S. Jerônymo, que se acha prostado de gravemente doente; e pelo seu estado melindroso é muito duvidoso que se restabeleça. O Reverendo Frei José há muitos anos que reside naquele povoado, onde sempre teve uma vida bastante regular, e estava construindo ali uma espaçosa capela dedicada a N. S. da Luz, que já vai bastante adiantada. Fazemos votos ao Altíssimo pelo restabelecimento de tão respeitável e virtuoso franciscano.”


Hormino Lyra[v], conterrâneo com origens no povoado Lagoa de Pedra, assim se refere a Meirus, em seu conto ASSASSÍNIO DE UM BANDIDO, publicado na revista Fon-Fon, Ano XVII. Nº 9, Rio de Janeiro, 3 de março de 1923, p. 3:


“Havia ao norte de Pão de Açúcar, pitoresca cidadezinha alagoana à margem do São Francisco, e distante doze quilômetros da mesma cidade, lugarejo aprazível denominado Meirus, com as suas palhoças, tijupás[vi], choupanas, casas de barro, pau-a-pique; umas cobertas com telhado de colmo[vii], outras, com telhado de telha vã[viii].


Nesse lugarejo aparecera velho religioso, Frei José de São Jerônymo, que ali se sentira bem, muito feliz, pois gozavam os olhos em rever todos os dias aquele delicioso pedaço de terra brasileira, recanto abençoado das Alagoas, que lhe lembrava um painel antigo, presépio encantador.

Com o auxílio dos habitantes dali, dos das suas cercanias, revolveu erigir lá uma capela, onde dizia as missas, e pregava ao modesto e meigo rebanho, cujas almas cândidas, como brancas pombas, feitas de piedade e de fé, criam piamente na lealdade, no saber do bom velhinho, criam ardorosamente nas verdades da religião.


Morou frei José ainda muitos anos no referido lugarejo, ao qual batizara de Campo Alegre, que hoje é povoação, tendo já, como base de progresso industrial, grande máquina de extrair a semente da penugem algodoeira, ou, como se diz vulgarmente, de descaroçar algodão.”


Em 1859, quando da visita a Propriá, Estado de Sergipe, o Imperador D. Pedro II, assistiu a um Te Deum, oficiado pelo Rev. vigário Nunes, o da Villa Nova, Rev. Manoel Francisco de Carvalho. O coro era composto dos Revs. Frei Simplicio da Santíssima Trindade, Frei José da Piedade e Frei José de S. Jeronymo. (fonte: Correio da Tarde, RJ, 11 de novembro de 1859).


Frei José de São Jerônymo faleceu em 1883. O Jornal do Penedo de 14 de julho, publicou esta nota:


“AGRADECIMENTO. A Ordem 3ª de São Francisco nesta cidade, juntamente com o seu Co-Comissário, Padre Tertuliano José dos Santos Patury, cordialmente agradecem aos reverendos Senhores Vigário da Freguesia, Cônego Manoel Antônio do Valle, Dr. Theotônio Ribeiro e Padre Simplício do Rosário o obséquio de, gratuitamente, se prestarem ao enterramento e visita solene do Rev. Padre Ex-Definidor e Guardião do mesmo convento, Frei José de S. Jerônymo, cuja morte sempre será sentida, não só por seus irmãos como pelo povo em geral.

Penedo, 10 de julho de 1883.”


Frei José fora eleito guardião do convento de Santa Maria dos Anjos, em Penedo, em 1875, com a incumbência do comissariado da Ordem Terceira, até 1877, já com o convento em vias de extinção.


Em 1903, vinte anos depois da morte de Frei José, segundo nota no jornal A Fé Christã, de 20 de junho, ainda se projetava concluir as obras da capela de “Campo Alegre dos Meirus”.


A pequena igreja, que foi visitada pelo bispo Dom Antônio Brandão, quando da sua visita a Pão de Açúcar em 22 de setembro de 1904[ix], recebeu também a marca da violência do bando de Lampião, que derrubou o sino com portentoso tiroteio. Este sino se encontra exposto no Museu Xucurús, em Palmeira dos Índios.


Aliás, o bando de cangaceiros também dizimou rebanhos inteiros de proprietários locais. Além disso, ateou fogo na fábrica a vapor de descaroçar algodão, de propriedade do Sr. João Pereira de Mello (Pereirinha), no dia 15 de janeiro de 1927.


Para proteger o algodão colhido, os moradores o estocaram na igreja, supondo que o famigerado cangaceiro não o incendiasse sob um teto sagrado. De fato, não o fez; mas retirou tudo para fora e ateou fogo. Cícero Almeida conta que, ainda durante a década de 1960, podia-se notar a mancha escura no chão, vestígio da fogueira sinistra de Lampião.


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EDUCAÇÃO

Alunos formados defronte à Escola Anna Thereza de Jesus, em Meirus. 1979.


Pela Resolução 1.074, de 20 de julho de 1889, assinada pelo Vice-Presidente, no Exercício da Presidência da Província, Dr. Manoel[x]Messias de Gusmão Lyra, foi criada a cadeira mista no povoado Meirus, sendo sua primeira professora a Srª Elysa Gaston Leite.[xi]


Por volta de 1894, era professor primário o Sr. Laurentino Irineu de Oliveira Maciel (avô materno de seu Dema).


Em 1916, segundo o Relatório dos Presidentes dos Estados Brasileiros – 1890-1930, lá estava o professor Ernesto Pereira de Mello. Mais tarde, entre 1929 e 1937, lecionava a professora Maria da Glória Lyra.[xii]


Pelo Decreto nº 651, de 11 de abril de 1913, assinado pelo Governador Clodoaldo da Fonseca, e pelo Secretário Tertuliano de Menezes Michell, foram criadas trinta e seis escolas subvencionadas no Estado de Alagoas, entre as quais as de Torrões e Campo Alegre. (Revista Comercial de Alagoas, nº 5, Maio-Junho de 1913.)


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ATIVIDADE AGRÍCOLA E INDUSTRIAL

Fábrica de descaroçar algodão, incendiada por Lampião em 1927,.


Meirus era centro produtor e beneficiador de algodão, o “ouro branco” da época. Demonstração da pujança do arrojado povoado é a nota publicada na Tribuna Popular, de Penedo, em 1º de novembro de 1899, pelo grande comerciante Manoel Francisco Pereira:


“AVISO. Para os devidos fins, faço ciente ao público ter-me associado ao meu sogro – Pedro Alves da Silva, sob a firma Pereira & Comp., para compras de algodão nos Meirus e Torrões, sendo ele encarregado naquele povoado e, no último, o nosso empregado Sr. Ismael  Pereira de Mello.

“Para qualquer negócio tendente ao que fica explicado, poderão os interessados dirigirem-se ao abaixo firmado, a cargo de quem fica a direção da casa.

Pão de Açúcar, 1º de outubro de 1899.

(a(a) Manoel Francisco Pereira.”

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MELHORAMENTOS.

 

Na década de 1960, durante o governo do Major Luiz Cavalcante, Meirus recebeu energia elétrica fornecida pela CHESP, cuja inauguração se deu no dia 30 de junho de 1967.


No dia 2 de outubro de 1971, foi assentada defronte a capela de Nossa Senhora da Luz a estátua do Padre Cícero, esculpida pelo pão-de-açucarense João Damasceno Lisboa.



Na gestão do prefeito Eraldo Lacet Cruz, foi construído um Postos de Saúde e instalada uma Estação Repetidora de TV na Serra de Meirus, bem como a instalação de TVs públicas na praça central do povoado.


Duante a gestão do prefeito Antônio Carlos Lima Rezende (Cacalo), Meirus foi beneficiado com um sistema de abastecimento de água, para atender também o vizinho povoado de Rua Nova.


Na gestão do prefeito Jorge Dantas, Meirus passou por um processo de intensa urbanização, tendo suas ruas e praças recebido pavimentação a paralelepípedo; aliás, produzidos ali mesmo pelos cantareiros locais, e assentados em regime de mutirão.


E muito mais se espera do povoado Meirus, berço de gente ativa e trabalhadeira, para ainda mais engrandecer o município de Pão de Açúcar.

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Assentamento da estátua do Pe. Cícero. 01/10/1971. À esquerda, o Sr. Humberto Machado conversa com o vereador José Roberto Almeida da Silva. Foto: Arquivo da Prefeitura. 

O Prefeito Augusto Machado assiste ao assentamento da estátua do Pe. Cícero. 1971.

Detalhe do povoado Meirus em 1971.


NOTA:

Caro leitor,

Deste Blog, que tem como tema “HISTÓRIA E LITERATURA”, constam artigos repletos de informações históricas relevantes. Essas postagens são o resultado de muita pesquisa, em geral com farta documentação e dotadas da competente referência bibliográfica. Por esta razão, solicitamos que, caso sejam do seu interesse para utilização em qualquer trabalho, que delas faça uso tirando o maior proveito possível, mas fazendo também o necessário registro de autoria e a citação das referências. Isso é correto e justo.

 



[i] Informações coligidas com a cooperação dos colegas Engenheiros Agrônomos Élcio Lins e Jussara Moreira.

[ii] Avô materno de Bráulio Cavalcante.

[iii] Avô paterno de Bráulio Cavalcante.

[iv] Fonte: SANTOS, Eduardo Padilha dos. Os Duarte de Albuquerque e Rodrigues Delgado — Pão de Açúcar — AL. Notas Históricas e Genealógicas — Edição 4–2017, por: Maria das Graças Alves.

[v] Poeta, romancista e ensaísta, HORMINO ALVES LYRA nasceu em Pão de Açúcar, Alagoas, em 3 de agosto de 1877. Filho de Higino da Rocha Lyra e Francisca Cavalcanti Alves, era irmão do ex-Prefeito Manoel Alves Lyra e do Monsenhor Lyra, que dá nome a uma escola no Povoado Lagoa de Pedra.

Fez seus estudos secundários no Ginásio São João em Penedo, onde exerceu as funções de censor e lecionou como substituto de várias cadeiras.

Em princípio, pensou dedicar-se à vida eclesiástica. Entretanto, não obstante a sua crença religiosa, percebeu que não tinha vocação para o sacerdócio. Prestou, então, concurso para a Fazenda e para os Correios e Telégrafos. Aprovado em ambos, preferiu o segundo, sendo admitido como Telegrafista.

Escreveu para vários jornais e revista como O Malho e Revista da Semana.

Suas principais obras são: Dona Ede (romance), em 1913; O 14 (contos), também em 1913; O Barão do Triunfo, 1941, separada da Imprensa Nacional (memória); Crisol (poesia), 1960. Troveiro, 1960 (poesia).

Foi casado, em primeiras núpcias, com Alayde Vaz Ribeiro (filha de João Vaz Ribeiro e Ana Braga Ribeiro) e, em segundas núpcias, com Marieta de Mello Carvalho (filha do Coronel Augusto Álvaro de Carvalho e de D. Maria Luiza de Mello Carvalho), falecida em 5 de janeiro de 1961. Hormino Lyra faleceu no rio de Janeiro em 13 de setembro de 1970.

[vi] Tijupá, palavra de origem tupi, referia-se a uma pequena cabana ou choupana utilizada como abrigo temporário.

[vii] É uma cobertura feita com materiais naturais como palha de junco, sapé, centeio ou palmeira, dispostos em feixes e compactados em camadas espessas.

[viii] Telhado de telha vã é um tipo de cobertura em que as telhas são instaladas diretamente sobre as ripas, sem o uso .de forro ou laje por baixo, deixando a parte interna da estrutura aparente

[ix] A Fé Christã, Penedo-AL, 15 de outubro de 1904.

[x] Jornal do Penedo, 14 de setembro de 1889.

[xi] Jornal do Penedo, 17 de agosto de 1889. Elysa Gaston, casada com Bellarmino Elvídio Leite, foi jubilada em 1910 quando lecionava em Ipióca, município de Maceió. Faleceu em Maceió no dia 14 de dezembro de 1912.

[xii] Almanak do Ensino do Estado de Alagoas – 1937.

A POESIA DE PÃO DE AÇÚCAR



PÃO DE AÇÚCAR


Marcus Vinícius*


Meu mundo bom

De mandacarus

E Xique-xiques;

Minha distante carícia

Onde o São Francisco

Provoca sempre

Uma mensagem de saudade.


Jaciobá,

De Manoel Rego, a exponência;

De Bráulio Cavalcante, o mártir;

De Nezinho (o Cego), a música.


Jaciobá,

Da poesia romântica

De Vinícius Ligianus;

Da parnasiana de Bem Gum.


Jaciobá,

Das regências dos maestros

Abílio e Nozinho.


Pão de Açúcar,

Vejo o exagero do violão

De Adail Simas;

Vejo acordes tão belos

De Paulo Alves e Zequinha.

O cavaquinho harmonioso

De João de Santa,

Que beleza!

O pandeiro inquieto

De Zé Negão

Naquele rítmo de extasiar;

Saudade infinita

De Agobar Feitosa

(não é bom lembrar...)


Pão de Açúcar

Dos emigrantes

Roberto Alvim,

Eraldo Lacet,

Zé Amaral...

Verdadeiros jaciobenses.

E mais:

As peixadas de Evenus Luz,

Aquele que tem a “estrela”

Sem conhecê-la.


Pão de Açúcar

Dos que saíram:

Zaluar Santana,

Américo Castro,

Darras Nóia,

Manoel Passinha.


Pão de Açúcar

Dos que ficaram:

Luizinho Machado

(a educação personificada)

E João Lisboa

(do Cristo Redentor)

A grandiosa jóia.


Pão de Açúcar,

Meu mundo distante

De Cáctus

E águas santas.

______________

Marcus Vinícius Maciel Mendonça(Ícaro)

(*) Pão de Açúcar(AL), 14.02.1937

(+) Maceió (AL), 07.05.1976

Publicado no livro: Pão de Açúcar, cem anos de poesia.


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PÃO DE AÇÚCAR


Dorme, cidade branca, silenciosa e triste.

Dum balcão de janela eu velo o seu dormir.

Nas tuas ermas ruas somente o pó existe,

O pó que o vendaval deixou no chão cair.


Dorme, cidade branca, do céu a lua assiste

O teu profundo sono num divino sorrir.

Só de silêncio e sonhos o teu viver consiste,

Sob um manto de estrelas trêmulas a luzir.


Assim, amortecida, tú guardas teus mistérios.

Teus jardins se parecem com vastos cemitérios

Por onde as brisas passam em brando sussurrar.


Aqui e ali tu tens um alto campanário,

Que dá maior relevo ao pálido cenário

Do teu calmo dormir em noite de luar.

____

Ben Gum, pseudônimo de José Mendes

Guimarães - Zequinha Guimarães.






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Pão de Açúcar, Cem Anos de Poesia