domingo, dezembro 14
A INAUGURAÇÃO DO SERVIÇO DE ALTO-FALANTES
Por Etevaldo Amorim

O Serviço de Alto-Falantes A VOZ DO MUNICÍPIO. Pão de Açúcar, 1942. Foto: João Lisboa
Durante a segunda gestão do prefeito Augusto Machado
(18/06/1941 a 17/01/1947), a cidade de Pão de Açúcar passou a ser dotada de um serviço
de alto-falantes, instalado na avenida Bráulio Cavalcante.
Segundo Aldemar de Mendonça, a inauguração se deu no dia 6 de
fevereiro de 1942. Entretanto, reportagem do jornal Gazeta de Alagoas dá conta
de que o ato aconteceu no dia 22 de fevereiro daquele ano, um domingo.
Em sua edição de 3 de março de 1942, o jornal publica notícia
do seu correspondente em Pão de Açúcar, o tabelião Antônio de Freitas Machado:
“Ao ato de inauguração compareceram muitas autoridades e
pessoal gradas, e na ocasião o ilustre prefeito, ao microfone, pronunciou as
seguintes palavras:
‘Meus munícipes: Ocupando por breves instantes o
microfone, com que a atual administração municipal procurou dotar, com o
respectivo alto-falante, esta cidade, fazendo-o instalar em uma das suas
principais vias públicas, dou-o como inaugurado neste momento.
Poderá parecer a alguns, quando não seja a muitos, estultícia da minha parte ter adquirido o aparelho ora em funcionamento. Tenho para mim, porém, (questão de ângulo de vista) haver, com esse passo dado, corrido ao encontro do desejo da maioria da população, sempre ávida em recrear o espírito, circunstância a que se não deve alhear os poderes públicos, nos dias que correm.
Mas, não apenas essa será a missão do aparelho instalado. Servirá também e
principalmente para a divulgação daqui ou d’alhures, de todos os programas cuja
nota predominante possa concorrer para a educação cívica, cultural e artística
do povo desta terra.
Que esse meu esforço seja bem compreendido, é o meu grande e
único desejo.’
O próprio correspondente usou da palavra naquele momento, congratulando-se
com o povo e com o laborioso prefeito Augusto Machado pelo grande serviço recém-inaugurado
na cidade.
“O alto-falante A VOZ DO MUNICÍPIO veio realmente dar vida e
alegria à nossa modesta, mas formosa cidade, e oxalá que outros municípios do
interior compreendam o seu valor e imitem Pão de Açúcar neste surto de
progresso, inteligência e valor artístico.”
E conclui dizendo:
“É um prazer observar-se a formidável concorrência de
famílias locais, todas as noites, na formosa avenida, ávidas pelas palpitantes
notícias do dia, e pelas músicas e cantos deliciosos que o rádio nos transmite.”
____
NOTA:
Caro
leitor,
Deste
Blog, que tem como tema “HISTÓRIA E LITERATURA”, constam artigos repletos de
informações históricas relevantes. Essas postagens são o resultado de muita
pesquisa, em geral com farta documentação e dotadas da competente referência
bibliográfica. Por esta razão, solicitamos que, caso sejam do seu interesse
para utilização em qualquer trabalho, que delas faça uso tirando o maior
proveito possível, mas fazendo também o necessário registro de autoria e a
citação das referências. Isso é correto e justo.
quinta-feira, dezembro 11
ESCOLAS E SEUS PATRONOS – U. M. E. PROF. JAIME DE ALTAVILA
Por Etevaldo Amorim
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| A Unidade Municipal de Ensino Jayme de Altavila |
A
Unidade Municipal de Ensino do Povoado Ipueira de Cima foi criada por meio do Decreto
nº 409, de 26 de fevereiro de 1971, durante a gestão do prefeito Antônio Gomes Pascoal
(31/01/1970 a 31/01/1973).
No dia 30 de janeiro de 1973[i],
faltando um dia para transmitir a administração para o seu sucessor, o Dr. Pascoal
(como era mais conhecido) inaugurou o prédio da escola, que recebeu o nome do
Professor Jaime de Altavila.
A essa época, durante o governo Afrânio Lages (15/03/1971
a 15/03/1975 ), era
Secretário de Educação e Cultura o Sr. Jaime Lustosa de Altavila. Restava uma
dúvida: o patrono da escola seria o então Secretário (atualmente presidente do
Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas) ou o pai dele, poeta JAIME DE
ALTAVILA?
Recorri
ao amigo e conterrâneo Dr. Álvaro Antônio Melo Machado, que é sócio do IHGA. Passados
alguns dias, ele me respondeu que, indagando o próprio presidente do Instituto,
obteve deste a informação de que a denominação da escola é uma homenagem ao seu
pai, Amphilóphio de Oliveira Mello, conhecido por Jaime de Altavila.
*** ***
Segundo
a professora Edivânia Vieira da Silva, reproduzindo informações de moradores, essa
escola não foi a primeira instituição de ensino na localidade. Teria sido criada
há cerca de 80 anos, quando o senhor Antônio Higino de Almeida, conhecido como “Tonho
do Ouro”, um dos primeiros habitantes dali, doou uma área de terra para a sua construção.
Antes, funcionava em uma casa próxima à serra e teve como primeira professora a
Srª Marluce Simão Couto[ii].
***
***
Sob a direção da Professora Edivânia Vieira da Silva e com a
coordenação pedagógica do professor Rafael Costa Lima, a escola funciona nos
turnos matutino e vespertino, ou seja, a escola funciona em tempo Integral, com
um corpo docente de 10 professores (as) e seus 97 alunos. A escola funciona com o fundamental II, sendo
com 3 turmas do 6° ano, turmas essas oriundas de 12 comunidades do município de
Pão de Açúcar.
Frequentam a escola alunos de diversas comunidades da zona
rural de Pão de Açúcar: Meirus, Rua Nova, Assentamento Bom Conselho,
Assentamento Bezerra, Povoado Impoeiras de Baixo, Povoado Lagoa de Pedra e
Povoado Quibanzê. (Fonte: Secretaria Municipal de Educação)
*** ***
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| O Professor Jayme de Altavila |
O PATRONO
O patrono da escola localizada no povoado Ipueira de Cima,
Professor Jayme de Altavila, foi personalidade de grande importância nos
cenários político, acadêmico, jurídico e literário de Alagoas.
Além de fundador e presidente da Academia Alagoana de Letras,
Jayme foi também professor de economia na Universidade Federal de Alagoas,
membro e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, prefeito de
Maceió, escritor de várias obras, entre elas, o livro “Origem dos Direitos dos
Países”, e autor do hino do time de futebol alagoano Clube de Regatas Brasil.[iii]
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| Jayme de Altavila quando era Prefeito de Maceió. Foto: Jornal do Recife, 1927. |
Foi professor, deputado
estadual, juiz, vereador, promotor público. Fez seus
estudos no Liceu Alagoano. Aos quinze anos inicia sua colaboração em jornais,
em O Guarani, modesta publicação surgida em Maceió em 20 de
março daquele ano, e do qual era redator-secretário. No seu primeiro número
publica um pensamento, escondido no pseudônimo de Ollém.
Em 1911, ingressou no Congresso Lítero-Cívico-Alagoano,
possivelmente a primeira instituição literária a que pertenceu. Na adolescência
ministrou aulas no Colégio do Professor Higino Belo. Nesse mesmo ano, integrou
a Escola Literária Euclides da Cunha, composta por alunos do Liceu
Alagoano. Matriculou-se na Faculdade de Direito do Recife, onde morou
três anos, terminando, porém, seu curso na Faculdade de Direito da Universidade
do Rio de Janeiro (1923). Nesse mesmo ano regressa a Alagoas.
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| Jayme de Altavila. Foto: Revista O Malho, 1923. |
Foi professor de História Geral, Instrução Moral e Cívica e
História da Civilização, além de Sociologia na Escola Normal de Maceió e no
Liceu Alagoano, tendo sido diretor deste último, em 1934, bem como seu Inspetor
Federal de Ensino. Prefeito de Maceió (na condição de presidente do Conselho
Municipal) no período de 01/02/1927 a 07/01/1928 (11 meses e 7 dias), devido à
renúncia do seu titular, José Moreira da Silva Lima. Em sua gestão foi
construído o Coreto de Jaraguá (01/01/1928), ocorreu a urbanização da Avenida
Duque de Caxias. E foi introduzido o telefone automático. Deputado à
Assembleia Legislativa na Legislatura 1929-30, renuncia a 15/02/1929, por
ter sido nomeado adjunto do 1º Promotor Público da Comarca de Maceió. Foi
diretor da Imprensa Oficial de Alagoas em 1915; promotor público, na capital,
em 1923; Juiz Federal no Estado da Paraíba, nomeado em 20/09/1932.
Professor fundador da Faculdade Livre de Direito de Alagoas, tendo sido nomeado
em 08/07/1931 para a cadeira de Economia Política e Ciência das Finanças. Em
11/03/1933, passa a ocupar a cadeira de Direito Civil. Foi diretor daquela
Faculdade de 1948 a 1962 e, após seu afastamento recebeu o título de Professor
Emérito.
Foi, ainda, professor na Faculdade de Ciências Econômicas.
Membro, a partir de 1923, do IHGAL, e seu 9º presidente, de 1959 a
1970, como também assíduo colaborador na revista e,
finalmente, patrono da cadeira 12 da instituição. Fundador da AAL (1919),
tendo sido o redator da primeira ata da instituição e primeiro
ocupante da cadeira 4, e também seu presidente, em 1936-37 e de 1961 a 1964.
Membro do Conselho Estadual de Cultura. Pertenceu, ainda, à Academia
Mineira de Letras, ao Instituto Histórico de Sergipe, ao Instituto
Histórico, Geográfico e Etnográfico do Rio Grande do Norte, Instituto
Histórico, Geográfico e Etnográfico Paranaense, Instituto Histórico e
Geográfico de Minas Gerais e The National Geographic Society, de Washington.
Membro honorário da AML Pseudônimo: Ollem (Mello ao contrário). Patrono da
Cadeira 30 da ACALA.
São obras suas: Crepúsculo d´Oiro e
Sangue, prefácio de Justino de Montalvão Maceió: [s.ed.], 1915
(versos); Da Vida e do Sonho, Maceió: Casa Ramalho, 1916
(versos); Mil e Duas Noites, capa de Correia Dias, Maceió:
Livraria Fonseca, 1921, (crônicas); Gênese e Desenvolvimento
da Literatura Alagoana, Conferência Realizada em 6 de Setembro de
1922, Maceió: Tipografia Oriental, 1922; Lógica de um
Burro, São Paulo: Of. Graf. Monteiro Lobato, 1924 (incorporando
duas novelas regionalistas, a que dá título ao volume e O Destino
tem Coisas... ), menção honrosa da Academia Brasileira de Letras,
1925; O Desquite e A Sevícia, ( Razões de um Apelante ), Maceió: Tip.
Alagoana, 1927; Mensagem Apresentada ao Conselho Municipal de Maceió.
aos 7 de Janeiro de 1928, pelo dr. Anfilófio de Mello, Prefeito de Maceió
e Relativa ao Exercício de 1927, Maceió: Tipografia Alagoana,
1928; Diário de Todos os Amantes, capa de Renato, Rio de Janeiro: Of.
Graf. D’A Pernambucana, 1928 (versos); A Extinção da Capitania da
Paraíba, João Pessoa: Imprensa Oficial, 1932 (conferência); O
Quilombo dos Palmares, São Paulo: Cia. Melhoramentos, [1930], (romance
histórico); História da Civilização do Brasil, Resumo Histórico,
Maceió: Tip. Alagoana, 1934; História da Civilização das Alagoas, Maceió:
Tip. Alagoana, 1933, a partir da 4ª edição, anotada por Moacir
Medeiros de Sant'Ana e com nota introdutória de Carlos Moliterno, atualmente na
8ª edição, com revisão e atualização de Jaime Lustosa de
Altavila; Estudos de Literatura Brasileira, Maceió: Casa
Ramalho, 1937; Portugal e o Brasil de D. João VI, Maceió: Casa
Ramalho, 1940 (crônicas históricas); A Linha Sinuosa do Direito,
Conferência, Maceió: Of. Gráfica do Orfanato São Domingos,
1946 (conferência realizada na Faculdade de Direito da Bahia, em 19 de novembro
de 1942); Canto Nativo: Versos, Maceió: Of. Gráfica do Orfanato
S. Domingos, 1949 (poesia); Luango. O Negrinho dos
Palmares, ilustração de Oswaldo Storni, São Paulo: Ed.
Melhoramentos, [1949], (novela histórica); O Tesouro
Holandês de Porto Calvo, Maceió: Caderno IV, Série Estudos
Alagoanos, DEC,1961, prefácio de Guedes de Miranda (romance
histórico); Origem dos Direitos dos Povos, São Paulo: Ed.
Melhoramentos, {1956]; A Testemunha na História e no Direito,
São Paulo: Editora Melhoramentos, [1967]; 50 Anos da Academia Alagoana de
Letras, Discurso Inédito que Deveria Ser Pronunciado nos 50 Anos de
Academia, Maceió: [s. ed.], 1971; Sabalangá, [Maceió:
DAC, 1974], prefácio de Divaldo Suruagy, (contos inéditos escritos em
1937); A Terra Será de Todos, atualizado por Edwaldo Cruz, Maceió:
EDUFAL, 1983 (romance); Poesias de Jayme de Altavila, apresentação
de João Azevedo, Maceió: SECULT/SERGASA, 1995, as quatro últimas obras
publicadas postumamente. Publicações em periódicos; A Redenção dos
Palmares, Revista IAGA, v. 11, ano 54, 1926, p. 58-67; As Novas
Recepções do Instituto, Revista IAGA, v.12, ano 55, 1927, Maceió:
Livraria Machado, p. 246-251; O Adeus do Instituto, Revista IAGA,
v.12, ano 55, 1927, Maceió: Livraria Machado, 307-308; Arquitetura
Brasileira, Revista do IAGA, v.13, ano 56, 1928, Maceió: Livraria
Machado, p. 40-42; Quilombo dos Palmares, Revista do IAGA,
v.13, ano 56, 1928, Maceió: Livraria Machado, p. 231-237; Discurso
de Recepção do Sócio Efetivo Dr. Arthur Acioly, Revista do IHGAL, v.18,
ano 61, 1935, p. 38-44; S. José de Anchieta, Discurso Pronunciado
pelo Escritor Jayme de Altavila no Instituto Histórico de Alagoas na
Comemoração do Grande Apóstolo do Brasil, Revista do IHGAL, v.18, ano 61,
1935, pg.51-58; Alagoas na Revolução Pernambucana de 1817, Discurso do
Consócio Anfilófio de Melo ( Jayme d’Altavila) na Sessão Magna de 16 de
Setembro de 1935, Revista do IHGAL, v.18, ano 61, 1935,
pg.122-128; Discurso do Professor Jayme de Altavila na Sessão Solene
Comemorativa ao Nascimento do Dr. José Antônio Duarte, Revista do IHGAL,
v. 28, ano 1968, Maceió: 1969, p. 157-169; Discurso Pronunciado pelo
Presidente do Instituto Histórico na Data Comemorativa da Fundação da Casa de
Alagoas, Revista do IHGAL, v. 29, ano 1972, Maceió:
1972, p. 71-78; Discurso Pronunciado pelo ex-Presidente do IHGAL Prof.
Jayme de Altavila ( Anfilófio Jayme de Altavila Melo) na Sessão Solene
Comemorativa aos 150 Anos da Cidade de Maceió, em 05 de Dezembro de 1965, in Revista
do IGHAL, Maceió: v, 47, 2005-2009, p. 129-141. Iniciou sua
vida de jornalista em O Guarani, jornal do bairro do
Poço, na capital, sendo colaborador, posteriormente, do Jornal do
Recife enquanto estudante naquela cidade. Colaborou, ainda, em
Maceió, em A República, o Albor, Gazeta do Povo,
Jornal de Alagoas, Renascença, O Dia, O Caduceu, O Bergantim, A Pirausta e A
Tribuna. Peças Teatrais: A Cabeça de Salomé, teatro em versos,
publicada no Diario do Norte, do Recife, em 16/05/1915; O
Herói do Madrigal, cena romântica em versos, escrita em janeiro de
1922, in Álbum de Recortes: Jayme de Altavila, nº
4 e Inversão de Papéis, com o subtítulo “Cena de Uma Noite de
Carnaval”, publicado na Ilustração Brasileira, Rio de Janeiro: janeiro de
1923. Foi ainda autor de letras de
músicas: O Biá-tá-tá, São Paulo: Editora A Melodia (coco, 1930,
gravado pela RCA Victor em 30/04/1934, na interpretação de Elisa
Coelho); Eita, Brasil! Rio de Janeiro:Casa Carlos Machado,
1933; Eu Piso, Mulata, Rio de Janeiro:Casa Carlos Machado,
1933; Ave-Maria do Brasil, Rio de Janeiro:Casa Carlos Machado, 1933,
as quatro musicadas por Hekel Tavares; Depois de um Sonho ,
Rio de Janeiro:[1915], (valsa); Vence Quem Ama, São Paulo: Campassi &
Camin, 1920, (valsa), Coração de Bertini, Rio de
Janeiro: Casa Carlos Wehrs, [1916], (valsa); Foi Você ? Eu
Não , 1922, (tango); Valsa da Paz, Maceió: Litografia
Trigueiros, [1919]; Os Batutas do CRB, 1921 (tango
carnavalesco); Canção dos Jangadeiros, essas
com música de Tavares de Figueiredo; Cantos Escolares, música
de Tavares de Figueiredo e versos de Jayme de Altavila, Recife: Litografia
Alemã, 1924; Cadernos de Compositores Alagoanos, Homenagem
ao Centenário de Nascimento de Jayme de Altavila, Caderno Especial 1 (contendo:
Hino Ao Centenário [da Independência do Brasil], p. 5-7; Canção dos Escoteiros,
p.13-14; Canção do Trabalho, p. 15-17; Canção dos Jangadeiros, p. 18-19;
Canção da Pátria, p. 21-24); Marcha Regatas, Rio de Janeiro: Casa
Carlos Gomes, 1923, música de Isabel Alvim de Medeiros; Gotas
de Luz, Recife: Casa Ribas, música de Alfredo Gama 1921,
(valsa); Ingrata, Recife: Casa Ribas, 1923, (valsa ), música de
Alfredo Gama ; Eterna Mágoa, Maceió: Litografia Trigueiros, 1920, (marcha
para piano), música de Maria Polito Lopes; Cruzeiro do
Sul, Maceió: Litografia Trigueiros, 1921(marcha), música de Maria
Amélia de Jesus Taveiros; Hino do Ipiranga Futebol Clube, música de
R. Donizetti; 1921 ; Valsa da Saudade, música de Aristóbolo
Cardoso, 1932; Amo-te, 1926 ou 1927, música de Alfredo Gama.
Póstumas: Antônio Caio da Silva Prado, Presidente da Província das
Alagoas, Revista do IHGAL, n. 44, 1993-1994, Maceió:1995, p.
83-86; Você, Revista da AAL, n. 13, p. 211 (Antologia do Soneto
Alagoano); Reino do Som, Revista da AAL, n. 15, p. 281 (Antologia do
Soneto Alagoano).
Com Canto Nativo e O Pescador de
Sururu, participou da Notas Sobre a Poesia Moderna em Alagoas.
Antologia, de Carlos Moliterno, p. 127-128; e, ainda, com o
conto Lógica de um Burro, participou de Os Contos de
Alagoas - Uma Antologia, de Antônio S. Mendonça Neto, Maceió:
Ed. Catavento, 2001, p. 143-176. Barbosa Lima Sobrinho, em seu
primeiro artigo na imprensa, publicado em 27/05/1921, sobre O Momento
Literário, analisa, entre outros autores, o livro Mil e Duas
Noites, de Jayme de Altavila. A Bibliografia Passiva encontra-se no
capítulo 8 do livro Evocação, de Moacir Medeiros de
Santana. Esplendor e Decadência do Banguê, in Revista do
IHGAL, Maceió: Imprensa Oficial Graciliano Ramos, 2019, vol. 52, p.
92-102. Floriano Peixoto – Cedente Comissionado em Marechal, Jayme
Altavila, in Revista do IHGAL, Maceió: Imprensa Oficial Graciliano
Ramos, 2023, vol. 53, p. 143-170. Fonte: ABC DAS ALAGOAS, organizada por
Francisco Reynaldo Amorim de Barros.
*** ***
Jaime de Altavila nasceu no dia 17 de outubro de 1895[iv]
como Amphilóphio de Oliveira Mello, no bairro do Bom Parto, em
Maceió, na residência do seu avô na Rua General Hermes.
Seus pais eram Balbino Figueiredo de
Mello e Deolinda de Oliveira Mello. Seu avô materno foi quem
permitiu, mais tarde, a adoção do nome de Altavila. Felici Belli
D’Olivieri era italiano de Nápoles, mas descendia de uma família de Altavila
Silentina, Província de Avelino, região de Campânia.[v]
De fato, a 18 de janeiro de 1950, por mandado expedido pelo
Juiz de Direito da 3ª Vara da Capital, Dr. Arthur da Silva Jucá, o Oficial do
Registro Civil fez anotação no assento de seu nascimento incluindo o nome
“Jayme de Altavila”, que passou a assinar-se ANFILÓFIO JAYME DE ALTAVILA MELO.
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Caro
leitor,
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Blog, que tem como tema “HISTÓRIA E LITERATURA”, constam artigos repletos de
informações históricas relevantes. Essas postagens são o resultado de muita
pesquisa, em geral com farta documentação e dotadas da competente referência
bibliográfica. Por esta razão, solicitamos que, caso sejam do seu interesse
para utilização em qualquer trabalho, que delas faça uso tirando o maior
proveito possível, mas fazendo também o necessário registro de autoria e a
citação das referências. Isso é correto e justo.
[i]
Segundo Aldemar de Mendonça em Monografia de Pão de Açúcar, 1976.
[ii]
Ou seria Marluce Simões Couto?
[iii] Ascom Semed/ Amanda Bezerra
(Estagiária)
[iv] Curioso é que, nesse assento, reza que teria nascido
em 17 de outubro de 1895, e não no dia 16, como referido em muitas fontes.
[v] PINTO, Edberto Ticianeli. JAYME DE ALTAVILA, O AMPHILOPHIO DE OLIVEIRA MELLO - HISTÓRIA DE ALAGOAS.
sábado, dezembro 6
ESCOLAS E SEUS PATRONOS - U. M. E. RONALÇO DOS ANJOS
Por Etevaldo
Amorim
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| Escola Ronalço dos Anjos, no bairro COHAB. |
Esta Unidade
Municipal de Ensino está localizada na Rua Mestre Nozinho, no Conjunto José
Gonçalves de Andrade, bairro COHAB, na Sede do Município.
Criada pelo
Decreto nº 409, de 26 de fevereiro de 1971, teve a construção do seu prédio
iniciada durante a gestão do prefeito Elísio da Silva Maia e concluída na
gestão do seu sucessor Elísio Sávio dos Anjos Maia, conforme consta da placa de
inauguração, datada de 17 de fevereiro de 1990.
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| Placa da inauguração da escola em 1990. |
Em 2006, na segunda gestão do prefeito Antônio
Carlos lima Rezende – Cacalo, o prédio da escola foi ampliado; e, em 2015, na
terceira gestão do prefeito Jorge Silva Dantas, recebeu melhoramentos, com
reforma e nova ampliação.
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| Placa que marca a ampliação da escola em 2006. |
Essas ações do Poder Público Municipal certamente contribuíram
para a melhoria do ensino. Tanto que, no dia 15 de dezembro de 2015, a Escola foi
agraciada pelo Governo Estadual, através da Secretaria de Estado da Educação,
com o “prêmio Ib Gato Falcão pela qualidade da educação”, por ter alcançado a
média 5,00 no IDEB nas Séries Iniciais, em 2015, no Município de Pão de Açúcar,
recebendo um certificado, uma medalha e um prêmio de 10 mil reais.[i]
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| Registro da reforma e ampliação da escola em 2015. |
** **
Funcionando nos turnos matutino e vespertino, com um corpo
docente de 12 professores (as) e seus 180 alunos, sob a direção da professora Ana
Telma Lima da Silva, a escola funciona com as Séries/Anos: Pré escolar I e
II,1º ao 5º.
Etapas de Ensino/Modalidade/Integral: Educação Infantil
(Integral), Ensino Fundamental I.
(Fonte: Secretaria Municipal de Educação.)
*** ***
| O Sr. Ronalço Vieira dos Anjos, patrono da Escola da COHAB. |
A escola leva o nome do Sr. Ronalço Vieira dos
Anjos, filho de Serafim Vieira dos Anjos e Rosa Maria dos Anjos, tendo como
avós paternos Manoel Antônio dos Anjos[ii]
e Maria Madalena de Jesus e, maternos, José Ignácio da Fonseca e Clemência
Leite Sampaio, nasceu em Pão de Açúcar no dia 20 de novembro de 1912.
Casou-se com a Srª Deleusa Marques dos Anjos, filha de Joel Marques e Maria
Nepomuceno Marques, com quem teve os filhos Paulo e Carlos Alberto.
*** ***
Seu Ronalço era industrial, proprietário de fábrica de
descaroçar algodão. Possuía uma grande canoa de tolda chamada Cruzeiro do Sul,
que foi vendida e transportada para o “rio de cima”, região de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), sobre uma carreta.
Foi também, por muitos anos, presidente do Iate Clube Pão de
Açúcar.
Nas eleições municiais de 3 de outubro de 1960, disputando
pelo PSP – Partido Social Progressista, sagrou-se vencedor, recebendo 768
sufrágios, que representava 69% dos votos válidos, superando o candidato da UDN
– União Democrática Nacional, Ródio Machado Gonçalves. Era candidato a
Vice-Prefeito deste, o Sr. José Moura Amaral.
Esteve como prefeito do município de 02/02/1961 a 30/01/1966, realizando profícua administração. Na sua gestão, foram construídas as primeiras galerias de águas pluviais da cidade, precisamente em trecho da Av. Bráulio Cavalcante/confluência com a Rua João Antônio dos Santos (Beco da Farmácia).
Faleceu em desastre automobilístico no dia 21 de
novembro de 1988, deixando saudosos todos aqueles que o respeitavam e admiravam pela sua cordialidade e simpatia.
*** ***
NOTA:
Caro
leitor,
Deste
Blog, que tem como tema “HISTÓRIA E LITERATURA”, constam artigos repletos de
informações históricas relevantes. Essas postagens são o resultado de muita
pesquisa, em geral com farta documentação e dotadas da competente referência
bibliográfica. Por esta razão, solicitamos que, caso sejam do seu interesse
para utilização em qualquer trabalho, que delas faça uso tirando o maior
proveito possível, mas fazendo também o necessário registro de autoria e a
citação das referências. Isso é correto e justo.
[i] Fonte: FIALHO, Helio S. ESCOLAS
MUNICIPAIS RONALÇO DOS ANJOS E SÍTIO JOÃO LEITE RECEBEM O PRÊMIO IB GATTO
FALCÃO EM SOLENIDADE PROMOVIDA PELO GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS. Disponível
em: https://www.noticiaquente.com.br.
[ii]
Manoel Antônio dos Anjos. Foi Capitão da 2ª Companhia da 7ª Seção do Batalhão
de Reserva da Guarda Nacional em Pão de Açúcar. Fonte: Almanak do Estado de
Alagoas, 1891.
quinta-feira, novembro 27
ESCOLAS E SEUS PATRONOS – U.M.E JOSÉ GONÇALVES DE ANDRADE
Por
Etevaldo Amorim
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| A Unidade Municipal de Ensino José Gonçalves de Andrade, no povoado Machado. |
A Unidade
Municipal de Ensino do Povoado Machado foi criada por meio do Decreto nº 409,
de 26 de fevereiro de 1971.
O
prédio foi construído em 1980, durante a gestão do prefeito Eraldo Cruz. As
inscrições gravadas na placa de inauguração sugerem que foi feita com recursos
do Estado, durante o governo de Guilherme Palmeira, tendo como Secretário da
Educação e Cultura, o prof. José Medeiros. Constam também os nomes do prefeito
Eraldo Lacet Cruz e do Vice-Prefeito Jurandir Gomes.
Mais
tarde, durante a segunda administração do prefeito Antônio Carlos Lima
Rezende-Cacalo, a escola recebeu obras de ampliação, custeadas com recursos
próprios (oriundos do Fundo de participação dos Municípios), inauguradas em 11
de novembro de 2006.
Funcionando nos turnos matutino, vespertino e noturno, com um
corpo docente de 16 professores (as) e seus 223 alunos, sob a direção da
professora Alba Nize do Nascimento Santos, a escola funciona com as Séries: Creche,
Pré escolar I e II,1º ao 5º,6º ao9º e EJA. Etapas de
Ensino/Modalidade/Integral: Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II, Educação Jovens e Adultos (EJA). (Fonte:
Secretaria Municipal de Educação.)

Placa que registra a inauguração da escola em 1980.
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| Placa referente à ampliação do prédio em 2006. |
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É
patrono da escola o Sr. JOSÉ GONÇALVES DE ANDRADE, conhecido por Zequinha
Andrade. Próspero comerciante, nasceu em Jacaré dos Homens, então pertencente
ao município de Pão de Açúcar, no dia 1º de dezembro de 1887.
Filho
de Leopoldo Gonçalves de Andrade e Antônia Clotildes Alves Souto, eram seus
avós paternos: o Tenente-Coronel José Gonçalves de Andrade e Cândida Delfina do
Coração de Jesus; e, maternos: José Francisco Capistrano Souto e Maria
Francisca Alves Feitosa.
Do
casamento com Maria Etelvina Dantas de Andrade, conhecida por “Branca” (filha
de Manoel Vieira Dantas e Maria Nicácia Souza), tiveram os filhos: José
Gonçalves Filho (Nozinho Andrade), Segismundo Gonçalves de Andrade, Etelvina
Gonçalves de Andrade (casada com o Sr. Eraldo Lacet Cruz), Edith Gonçalves de
Andrade, Eloi Gonçalves de Andrade, Massilon Gonçalves de Andrade e Zedith
Gonçalves de Andrade.
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| O Sr. José Gonçalves de Andrade (Zequinha Andrade). Foto: acervo da família. |
O
Padre Medeiros Neto, sacerdote que foi também Deputado Federal por seis
mandatos consecutivos[i],
assim falou sobre
“O
CEL. ZEQUINHA ANDRADE[ii]
PAJUÇARA.
Este nome alcançou a acuidade auditiva da minha afoita meninice. Quando
ingressei no Seminário Arquidiocesano de Nossa Senhora da Assunção, lá do Alto
do Jacutinga, quem primeiro se me deparou foi o ilustre filho da cidade de
Jacaré dos Homens, o inesquecível Jasson Souto, filho do Cel. Antônio Alves e
Olímpia Alves Souto.
Tornei-me
admirador e amigo desse adolescente cheio de qualidades e virtudes. Por isso
mesmo, vim a ter oportunidade de ouvir falar e até mesmo de conhecer vários dos
seus familiares.
Por
sinal, sempre vinha à tona em nossas conversas o nome de Zequinha, a quem
Jasson considerava um primo dedicado e irmão pela convivência familiar.
Nunca
o vi na minha infância, nem tampouco na minha mocidade. O ensejo para
conhece-lo se deu quando das lutas políticas em que se engajou seu filho Dr.
Segismundo. Aí, nesse estágio, era eu adulto por todas as ideias
político-partidárias. Militava em agremiação contrária àquela em que se
adestrou seu rebento esperançoso. Indo certa feita à ribeirinha cidade de Pão
de Açúcar, onde passou a residir o Cel. Zequinha Andrade, visitei-o em sua
loja.
Não
conversamos sobre política, desde quando éramos adversários. Tive a impressão
de estar diante de um homem frio de coração e espírito. Apresentava as
qualidades próprias de um burguês e comerciante, aliadas à segurança de ideias
e decisões.
Na cidade toda, o seu conhecimento era de um homem sério, sereno e seguro em todas as suas atividades. Concentrado em seu balcão e nas paredes do seu lar, olhava as dimensões da vida através das fronteiras do Nascente e do Poente do Rio da Unidade Nacional.
O que
soube é que gostava dos ares nobres da caatinga, do cheiro do curral e de ver
as reservas e invernadas para o seu gado vivido na extensão dos latifúndios
pessoais.
Não
fazia política nem convivia com os políticos. Tinha, porém, o capricho de não
assistir a uma derrota de seu candidato Segismundo.
Dizem
que costumava dizer: “Se for questão de despesa, isso não impedirá que meu
filho perca eleição.”
Com
essa atitude, se é que a adotava, nada mais fazia do que justiça a seu próprio
filho, em quem sempre encontrei a grandeza e elevação de um bom deputado.
Na
convivência de três Legislaturas, sempre tive oportunidade de aumentar a
amizade pessoal, apesar de sermos adversários em alguns pleitos com o honrado
deputado Segismundo Andrade. Para mim, era um dos udenistas mais compreensivos
e menos vaidosos.
Herdou
parte dessas virtudes da alma de seu grande pai e timoneiro. Ao morrer, o Cel.
Zequinha deixa uma família honra o sangue e a vida dos Andrades. Seus filhos e
netos terão na sua memória um modelo que dignifica.
Na
cidade de Pão de Açúcar, onde tantas tradições se encastelam pelo tempo, ficará
entre outras o nome tradicional do Cel. Zequinha Andrade.
Os
nobres vereadores daquela Cidade de Areia, para lhe reverenciar a memória,
deverão emprestar o nome do Cel. Zequinha Andrade a uma de suas artérias. Seria
o testemunho de resposta a um homem que soube conviver com seu tempo e soube
legar ao futuro as vocações maiores de seus filhos e netos.
Não
seria favor que o mesmo fizesse a Câmara de Vereadores da cidade de Jacaré dos
Homens, onde nasceu o Cel. Zequinha Andrade. A vida dos melhores deve
constituir motivo de exemplo para os que estão ficando no teatro das idades.”
![]() |
| Casa comercial do Sr. Zequinha Andrade em Pão de Açúcar. |
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O Sr. José Gonçalves de Andrade faleceu em Pão de Açúcar no
dia 18 de dezembro de 1975.
Seu nome também denomina o conjunto da COHAB, construído no
terreno onde outrora existiu o campo de futebol, ao pé do morro do Cavalete,
inaugurado em 1983 durante a gestão do prefeito Eraldo Lacet Cruz.[iii]
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NOTA:
Caro leitor,
Deste Blog, que tem como tema “HISTÓRIA
E LITERATURA”, constam artigos repletos de informações históricas relevantes.
Essas postagens são o resultado de muita pesquisa, em geral com farta
documentação e dotadas da competente referência bibliográfica. Por esta razão,
solicitamos que, caso sejam do seu interesse para utilização em qualquer
trabalho, que delas faça uso tirando o maior proveito possível, mas fazendo
também o necessário registro de autoria e a citação das referências. Isso é
correto e justo.
[i]
Luiz de Menezes Medeiros Neto, nasceu em Traipu-AL no dia 22 de novembro de
1914 e faleceu em Maceió no dia 9 de novembro de 1992. Filho de Isaac de
Medeiros Neto e Olímpia de Medeiros Neto. Deputado Federal nas Legislaturas
1946-50, 51-55, 55-59, 59-63, 63-67 e 67-71, cinco mandatos pelo PSD e um pela
ARENA.
[ii] Artigo
de fonte não identificada, obtida em arquivo da família.
[iii]
Diário de Pernambuco, 7 de março de 1983.
A POESIA DE PÃO DE AÇÚCAR
PÃO DE AÇÚCAR
Marcus Vinícius*
Meu mundo bom
De mandacarus
E Xique-xiques;
Minha distante carícia
Onde o São Francisco
Provoca sempre
Uma mensagem de saudade.
Jaciobá,
De Manoel Rego, a exponência;
De Bráulio Cavalcante, o mártir;
De Nezinho (o Cego), a música.
Jaciobá,
Da poesia romântica
De Vinícius Ligianus;
Da parnasiana de Bem Gum.
Jaciobá,
Das regências dos maestros
Abílio e Nozinho.
Pão de Açúcar,
Vejo o exagero do violão
De Adail Simas;
Vejo acordes tão belos
De Paulo Alves e Zequinha.
O cavaquinho harmonioso
De João de Santa,
Que beleza!
O pandeiro inquieto
De Zé Negão
Naquele rítmo de extasiar;
Saudade infinita
De Agobar Feitosa
(não é bom lembrar...)
Pão de Açúcar
Dos emigrantes
Roberto Alvim,
Eraldo Lacet,
Zé Amaral...
Verdadeiros jaciobenses.
E mais:
As peixadas de Evenus Luz,
Aquele que tem a “estrela”
Sem conhecê-la.
Pão de Açúcar
Dos que saíram:
Zaluar Santana,
Américo Castro,
Darras Nóia,
Manoel Passinha.
Pão de Açúcar
Dos que ficaram:
Luizinho Machado
(a educação personificada)
E João Lisboa
(do Cristo Redentor)
A grandiosa jóia.
Pão de Açúcar,
Meu mundo distante
De Cáctus
E águas santas.
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Marcus Vinícius Maciel Mendonça(Ícaro)
(*) Pão de Açúcar(AL), 14.02.1937
(+) Maceió (AL), 07.05.1976
Publicado no livro: Pão de Açúcar, cem anos de poesia.
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PÃO DE AÇÚCAR
Dorme, cidade branca, silenciosa e triste.
Dum balcão de janela eu velo o seu dormir.
Nas tuas ermas ruas somente o pó existe,
O pó que o vendaval deixou no chão cair.
Dorme, cidade branca, do céu a lua assiste
O teu profundo sono num divino sorrir.
Só de silêncio e sonhos o teu viver consiste,
Sob um manto de estrelas trêmulas a luzir.
Assim, amortecida, tú guardas teus mistérios.
Teus jardins se parecem com vastos cemitérios
Por onde as brisas passam em brando sussurrar.
Aqui e ali tu tens um alto campanário,
Que dá maior relevo ao pálido cenário
Do teu calmo dormir em noite de luar.
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Ben Gum, pseudônimo de José Mendes
Guimarães - Zequinha Guimarães.
PUBLICAÇÕES
Pão de Açúcar, Cem Anos de Poesia
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