Por Etevaldo Amorim
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O major Achilles Balbino de Leles Mello |
Embora não seja pão-de-açucarense
nato, o Major Achilles Mello pode ser considerado uma personalidade marcante na
“Terra de Jaciobá”.
Com o nome de Achilles Balbino de
Leles Mello, ele nasceu em Traipu, então Província das Alagoas, por volta de
1849. Era filho do Capitão Benedicto Soares de Freitas Mello e de Maria
Angélica dos Prazeres.[i]
Mas foi em Pão de Açúcar que ele, já um próspero fazendeiro, passou a residir
após o casamento, em 1870, com a Srtª Maria Idalina de Souza Mello (filha de Antônio
Bernardes de Souza e Izabel Bernardes de Souza). Com ela teve uma filha, Maria
Oliva de Souza Mello. Ela faleceu ainda muito jovem, com 34 anos de idade, em
26 de abril de 1876.
O Jornal do Penedo, na edição de 5
de maio de 1876, registra o seu falecimento e acrescenta:
“Modelo de virtudes, a morte
arrebatou-a ainda na flor da idade, após cruéis sofrimentos. Era um anjo de
bondade, que não cabia na terra e Deus chamou-a para si: ela era mesmo do céu.
Deixou um esposo inconsolável
e uma filhinha em tenra idade, que não sabe ainda aquilatar a enorme perda que
sofreu.
Nossos sentidos pêsames ao
nosso amigo, a quem aconselhamos paciência e resignação em tão dolorosa
provação.”
Em 7 de setembro de 1878,
casou-se com a Srª Josephina Soares Pinto de Mello (filha de Serafim Soares
Pinto e Josefina Carolina Soares Pinto), pertencente a uma das mais tradicionais
famílias alagoanas.
Fundou os jornais O PAULO AFFONSO
(em 27 de outubro de 1878), O TRABALHO (em 4 de junho de 1882 juntamente com
Mileto Rego) e A PALAVRA (em 13 de junho de 1889).
Em 1888, ele fundou uma
biblioteca em Pão de Açúcar, a “Biblioteca d’O Trabalho”, conforme notícia
divulgada no Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro, em 16 de outubro daquele
ano, registrando ainda que ele solicitava a coleção da Revista do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro.
Passando a residir em Penedo,
transferiu para lá esses dois últimos periódicos, vindo depois a fundar também
o hebdomadário católico “A Fé Cristã”, jornais esses que tiveram vida duradoura
e gloriosa.
Ingressando na política, como
membro do Partido Republicano, quando à frente do Governo alagoano o Barão de
Traipu, foi Vereador na Câmara Municipal de Pão de Açúcar, Juiz Substituto e, depois, por quatro
Legislaturas seguidas (1899-1900; 1903-1906; 1907-08 e 1909-10), Deputado à
Assembleia Legislativa do Estado, onde atuou de modo exemplar, tendo sido autor
de vários Projetos de Lei, muitos dos quais vieram a fazer parte da legislação
Estadual.
Foi ainda Provedor do Hospital de
Caridade do Penedo, cargo para o qual foi nomeado pelo Governador do Estado em
1906.[ii]
O major Achilles Mello faleceu no
dia 9 de julho de 1930, aos 81 anos, na cidade de Paraíba do Sul, Estado do Rio
de Janeiro, deixando uma ilustre prole, toda ela ocupando lugar de destaque na
sociedade, como o Reverendíssimo Monsenhor Achilles Mello, vigário da Paraíba
do Sul e de outras paróquias do Estado do Rio de Janeiro; Dr. Heitor Achilles,
clínico no Rio de Janeiro; Dr. Seraphim Achilles de Mello, cirurgião-dentista
radicado no Mato Grosso; Heráclito Mello e Olympio Achilles Mello, funcionários
do Banco do Brasil; Dona Josephina de Mello Almeida, casada com o Coronel
Silvino Otton Almeida, que era funcionário da administração do “Jornal do
Brasil”; Dona Margarida de Mello Freixeiro, esposa do Sr. Tasso
Freixeiro, que foi agente do Branco do Brasil em Ponta Grossa; Srtª Helena
Achilles Mello; Madre Benigna do Coração de Jesus; e Dona Maria Oliva de Mello
Pinto, esposa do Capitão Seraphim Soares Pinto, residente em Pão de Açúcar
(Alagoas).
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NOTA:
Caro leitor,
Deste Blog, que tem como
tema “HISTÓRIA E LITERATURA”, constam artigos repletos de informações
históricas relevantes. Essas postagens são o resultado de muita pesquisa, em
geral com farta documentação e dotadas da competente referência bibliográfica.
Por esta razão, solicitamos que, caso sejam do seu interesse para utilização em
qualquer trabalho, que delas faça uso tirando o maior proveito possível, mas
fazendo também o necessário registro de autoria e a citação das referências.
Isso é correto e justo. Tratamento de imagem: Vívia Amorim.
Ótimas revelações de um dos personagens pouco conhecido na história de Pão de Açúcar, mas de uma relevância monumental diante da sua contribuição histórica como um homem de prol e largo prestígio social de sua época, parabéns Mestre Etevaldo
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