sábado, novembro 15

ESCOLAS E SEUS PATRONOS – U.M. E CAP. MANOEL REGO

 

Por Etevaldo Amorim


A Rede Municipal de Ensino do Município de Pão de Açúcar conta com 26 Unidades Municipais de Ensino, incluindo duas creches. São 21 na zona rural e 5 na sede.


São elas UME SITIO JOAO LEITE, no Sítio João Leite; UME PÉ DA SERRA, no Pé da Serra; UME MANOEL RODRIGUES CORREIA, nas Emendadas; UME ANA TEREZA DE JESUS, em Meirús; PROF. JAIME DE ALTAVILLA, na Ipueira de Cima; UME CAP. MANOEL REGO, na Ipueira de Baixo; UME LINDAURO COSTA, no Limoeiro; UME JOSÉ TAVARES DE CASTRO, no Jacarezinho; UME ÁLVARO RODRIGUES FARIAS, em Santiago; UME MONSENHOR LYRA, no povoado Lagoa de Pedra; UME JOSÉ GONÇALVES DE ANDRADE, no povoado Machado; UME VER. ANTÔNIO MACHADO GUIMARÃES, na Rua Nova; UME MARIA CELESTE MACHADO DE ANDRADE, no Poço Grande; UME MINISTRO AUGUSTO DE FREITAS MACHADO, no povoado Lagoa de Pedra; UME PROFª MARIA TAVARES PINTO, na Sede do município; UME RUI PALMEIRA, também na Sede; UME RONALÇO DOS ANJOS, no Conjunto José Gonçalves de Andrade, COHAB, Sede; UME JOAQUIM FONSECA, bairro Algo Fonseca, na Sede; UME JÚLIO DAMASCENO RIBEIRO, no sítio Xexéu; UME SÃO MIGUEL, no sítio Garrincha; UME PROF. MANOEL ALVES, no povoado Ilha do Ferro; UME PEDRO SOARES DOS PRAZERES, no Sítio União; UME CAMPO NOVO, no sítio Campo Novo; UME ASSENTAMENTO ALEMAR, no sítio Alemar; CRECHE MARINEUSA DO BONFIM LISGOA, no povoado Ipueira; e CRECHE IRMÃ CLEMENTINA WOUTERS, na cidade.


O Blog do Etevaldo inicia aqui uma série de artigos sobre essas escolas e, principalmente, seus patronos ou patronesses. São personalidades que, pela sua importância na sociedade ou, particularmente, no âmbito da educação, mereceram a denominação da escola.


Começamos pela Unidade Municipal de Ensino Capitão Manoel Rego.


UNIDADE MUNICIPAL DE ENSINO CAP. MANOEL REGO

 

Unidade Municipal de Ensino Capitão Manoel Rego.

O prédio da Unidade Municipal de Ensino Cap. Manoel Rego, localizado no povoado Ipueira de Baixo, foi inaugurado no dia 20 de dezembro de 1970, durante a gestão do prefeito Antônio Gomes Pascoal.


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 O Capitão Manoel Rego. Foto: acervo da família.



Manoel de Souza Rego Filho nasceu em Pão de Açúcar dia 2 de novembro de 1865. Era filho do português Manoel de Souza Rego e de D. Feliciana Emília Maciel de Carvalho (professora pública, natural de Pernambuco, que chegou a Pão de Açúcar removida da povoação de Morro de Camaragibe, em 1860).

 

No dia 15 de abril de 1893, casou-se com Etelvina Adelaide de Almeida, filha de Cincinato Almeida (natural de Penedo) e Clara Bela Farias Almeida (natural de Pão de Açúcar). O evento, celebrado pelo Escrivão Theotonio Rodrigues de Souza Christo, aconteceu na residência do seu sogro e em presença do Juiz Distrital em Exercício, Cap. Horêncio Pereira da Luz (que logo seria Intendente). Foram testemunhas: o Bacharel João Francisco de Novaes Paes Barreto (neto do Barão de Piaçabuçu, então com 19 anos) e o Capitão Antônio Moreira de Souza Saldanha. Ele, aos 26 anos de idade e ela com 19 anos. Ainda estiveram presentes os Srs. Serafim Soares Pinto (Intendente do Município), Antônio Rodrigues Noya, Henrique Salathiel Canuto, Manoel de Farias Almeida, Urbano Ferreira Lima (jornalista, fundador do jornal O Sertanejo), Elias Pereira da Silva, João Rodrigues de Albuquerque e Targino Salathiel Canuto.

 

O casal teve os filhos: Manoel Rego Neto, Sudomélia, Etelvina, Mário, Alfredo, Júlio, Judite, Antônio, Silvio e Virgínia (esta casada com Antônio Oliveira, proprietário do Hotel Imperial).

 

Em 1894, exercia o cargo de Comissário de Polícia. Em 18 de novembro de 1906, fundou o jornal A VOZ DO SERTÃO, imparcial, literário e noticioso. Em 1919, Manoel Rego atuava como Administrador da Recebedoria de Pão de Açúcar, do qual foi exonerado a 17 de novembro de 1924.


Durante a gestão do Intendente Manoel Pereira Filho - 07.01.1925 a 07.01.1928, ele foi Vice-Presidente do Conselho Municipal (equivalente a Câmara de Vereadores).


O Dr. Adherbal de Arecippo escreveu sobre Manoel Rego no jornal Gazeta de Alagoas de 22 de janeiro de 1956, sob o título “Gente do meu Tempo”:


Era Manoel Rego de boa estrutura, cabelo cortado à escovinha, alvo e excessivamente corado. Em Pão de Açúcar ele desempenhou várias missões: foi político, funcionário público estadual, jornalista, orador, pequeno fazendeiro e fabricava os próprios calçados que usava. As botinas eram de cor cinza, sola fina, cano curto e salto baixo. A gravata era de um tipo único: laço “borboleta”, estreita, pano de fustão e sempre na cor branca. Como jornalista, fundou e dirigiu “A Voz do Sertão” que circulava semanalmente. Pelas suas colunas fazia política e defendia o município. Na qualidade de orador, falava nas solenidades sociais e políticas, como também pelo carnaval, em plena rua, saudando os “blocos” idealizados e dirigidos por Manoelzinho Pereira. Na função de empregado público, foi o administrador da Recebedoria, e ninguém apontou uma falha moral ou material no curso dos serviços.


......

 

E assim viveu Manoel Rego, como um dos homens de vida social e política das mais representativas do município pão-de-açucarense, até o dia em que Deus considerou encerradas as variadas missões que ali exercia”.


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Inauguração da escola Cap. Manoel Rego. A partir da esquerda: Antônio Alves da Silva (Totonho Pampia), Dr. Waldemar da Guia, Massilon Silva, Vice-Prefeito Pedro Ferreira Lima; João Batista Cardeal; Flávio Almeida da Silva e o prefeito Antônio Gomes Pascoal.

Para saber mais acesse: O CAPITÃO MANOEL REGO

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NOTA:

Caro leitor,

Deste Blog, que tem como tema “HISTÓRIA E LITERATURA”, constam artigos repletos de informações históricas relevantes. Essas postagens são o resultado de muita pesquisa, em geral com farta documentação e dotadas da competente referência bibliográfica. Por esta razão, solicitamos que, caso sejam do seu interesse para utilização em qualquer trabalho, que delas faça uso tirando o maior proveito possível, mas fazendo também o necessário registro de autoria e a citação das referências. Isso é correto e justo.

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A POESIA DE PÃO DE AÇÚCAR



PÃO DE AÇÚCAR


Marcus Vinícius*


Meu mundo bom

De mandacarus

E Xique-xiques;

Minha distante carícia

Onde o São Francisco

Provoca sempre

Uma mensagem de saudade.


Jaciobá,

De Manoel Rego, a exponência;

De Bráulio Cavalcante, o mártir;

De Nezinho (o Cego), a música.


Jaciobá,

Da poesia romântica

De Vinícius Ligianus;

Da parnasiana de Bem Gum.


Jaciobá,

Das regências dos maestros

Abílio e Nozinho.


Pão de Açúcar,

Vejo o exagero do violão

De Adail Simas;

Vejo acordes tão belos

De Paulo Alves e Zequinha.

O cavaquinho harmonioso

De João de Santa,

Que beleza!

O pandeiro inquieto

De Zé Negão

Naquele rítmo de extasiar;

Saudade infinita

De Agobar Feitosa

(não é bom lembrar...)


Pão de Açúcar

Dos emigrantes

Roberto Alvim,

Eraldo Lacet,

Zé Amaral...

Verdadeiros jaciobenses.

E mais:

As peixadas de Evenus Luz,

Aquele que tem a “estrela”

Sem conhecê-la.


Pão de Açúcar

Dos que saíram:

Zaluar Santana,

Américo Castro,

Darras Nóia,

Manoel Passinha.


Pão de Açúcar

Dos que ficaram:

Luizinho Machado

(a educação personificada)

E João Lisboa

(do Cristo Redentor)

A grandiosa jóia.


Pão de Açúcar,

Meu mundo distante

De Cáctus

E águas santas.

______________

Marcus Vinícius Maciel Mendonça(Ícaro)

(*) Pão de Açúcar(AL), 14.02.1937

(+) Maceió (AL), 07.05.1976

Publicado no livro: Pão de Açúcar, cem anos de poesia.


*****


PÃO DE AÇÚCAR


Dorme, cidade branca, silenciosa e triste.

Dum balcão de janela eu velo o seu dormir.

Nas tuas ermas ruas somente o pó existe,

O pó que o vendaval deixou no chão cair.


Dorme, cidade branca, do céu a lua assiste

O teu profundo sono num divino sorrir.

Só de silêncio e sonhos o teu viver consiste,

Sob um manto de estrelas trêmulas a luzir.


Assim, amortecida, tú guardas teus mistérios.

Teus jardins se parecem com vastos cemitérios

Por onde as brisas passam em brando sussurrar.


Aqui e ali tu tens um alto campanário,

Que dá maior relevo ao pálido cenário

Do teu calmo dormir em noite de luar.

____

Ben Gum, pseudônimo de José Mendes

Guimarães - Zequinha Guimarães.






PUBLICAÇÕES

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Pão de Açúcar, Cem Anos de Poesia