sábado, 29 de janeiro de 2011
PÃO-DE-AÇUCARENSE TERÁ BIOGRAFIA
Foi lançado no último dia 27, quinta-feira, no Memorial da República, o Edital Público que institui o Concurso Nacional para publicação de um livro sobre a vida de José de Freitas Machado, o alagoano (de Pão de Açúcar) precursor do ensino da Química no Brasil.
O Concurso é fruto de uma parceria entre a BRASKEM, Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação – SECTI e a FAPEAL – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas. A homenagem acontece no ANO INTERNACIONAL DA QUÍMICA, validado pela ONU.
Serão premiados os três primeiros colocados no Concurso. O 1º receberá a quantia de R$ 10.000,00 + a publicação de um livro sobre a Vida e a Obra do Professora Freitas Machado, cujo lançamento se dará durante a V Bienal Internacional do Livro de Alagoas, a se realizar e 21 a 30 de outubro de 2011 (A Bienal é uma realização da Universidade Federal de Alagoas, através da EDUFAL). O segundo receberá R$ 5.000,00 e o terceiro, R$ 2.500,00.
O Edital pode ser obtido no site da FAPEAL: www.fapeal.br.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
A GRANDE MESTRA
Pouco se sabe a respeito de Rosália Sampaio Bezerra. Seu nome, entretanto, está imortalizado porquanto dá nome a uma de nossas ruas e a uma Escola Estadual. Falecida já há mais de 53 anos (30 de dezembro de 1957), não sendo de Pão de Açúcar e não tendo deixado descendência, resta-nos apenas informações vagas colhidas de familiares de alguns de seus alunos.
Recentemente, encontrei no perfil de uma pessoa amiga numa rede social da internet, uma foto identificada como sendo da “Professora Rosália e seus alunos”. Surpresa!!! Temos, enfim, uma imagem da famosa Mestra.
Essa amiga, a também professora Maria Rocha, conseguiu da sua avó octogenária algumas informações: Não era casada. Veio para Pão de Açúcar com mais dois irmãos, que também moravam com ela: Rodolfo e Osvalda. Disse também que ela criou uma pessoa chamada Ivone e que o irmão dela ensinava, às escondidas, as tarefas aos alunos, através do corredor da sala.
Foi tão longa a atividade da Professora Rosália, que ela chegou a ensinar a sucessivas gerações da família de Maria Rocha: primeiro a avó Georgina, na década de 1920; depois a mãe Norma, na década de 1930 e a tia Solange, na década de 1940.
Desde antes da construção do Grupo Escolar Bráulio Cavalcante, cujas aulas iniciaram em 2 de julho de 1935 e do qual foi sua primeira Diretora, D. Rosália lecionava na sala de sua própria residência.
É muito pouco o que temos, considerando a sua importância para a Educação em nossa terra. Rogo, então, aos que mais souberem para que deixem aqui o seu recado e, assim, contribuam para a constituição de uma biografia digna da Grande Mestra.
Pão de Açúcar-AL. Década de 1920. A Professora Rosália e seus alunos. Georgina de Carvalho Melo, filha de Alípio Gomes de Carvalho Mello e Maria Regina de Carvalho Mello, avó de Maria Rocha, é a terceira da direita para a esquerda, da segunda fila de cima para baixo.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
BOM JESUS DOS NAVEGANTES
Três cidades se destacam nessas comemorações: Penedo e Pão de Açúcar – em Alagoas, no segundo domingo e Propriá - em Sergipe, no último. É possível que essa prática, no início de cunho eminentemente religioso, remonte ao Século XIX.
Nas fotos 1 e 2 – em meados do Século XX – provavelmente década de 1940, o porto de Penedo repleto de embarcações em preparativos para a grande Procissão Fluvial. Um grande número de canoas, além do Navio Comendador Peixoto, formavam o cortejo por determinado trecho do rio, conduzindo a imagem do Padroeiro.
As fotos 3 e 4 – por essa mesma época, mostram os festejos em Propriá, a bela cidade sergipana, com muita gente lotando a balsa que ostentava a imagem de Bom Jesus e a enorme quantidade de canoas seguindo o Navio. Na foto 5 – Década de 1960, canoas e lanchas competem em graciosidade, compondo um cenário deveras majestoso.
A foto 6 – início do Século XX, década de 1920, canoas navegam ao vento forte da tarde pão-de-açucarense, sob os olhares contemplativos de dezenas de pessoas que se apinham na margem do rio cheio, exibindo trajes típicos da época.
Finalmente, a Foto 7 – ano de 1966, fiéis conduzem a imagem sob o comando do Padre Heliomar Queiróz Mafra, um dos mais dinâmicos párocos que Pão de Açúcar já teve.
FOTO 1
FOTO 2
FOTO 3
FOTO 4
FOTO 5
FOTO 6
FOTO 7
A POESIA DE PÃO DE AÇÚCAR
PÃO DE AÇÚCAR
Marcus Vinícius*
Meu mundo bom
De mandacarus
E Xique-xiques;
Minha distante carícia
Onde o São Francisco
Provoca sempre
Uma mensagem de saudade.
Jaciobá,
De Manoel Rego, a exponência;
De Bráulio Cavalcante, o mártir;
De Nezinho (o Cego), a música.
Jaciobá,
Da poesia romântica
De Vinícius Ligianus;
Da parnasiana de Bem Gum.
Jaciobá,
Das regências dos maestros
Abílio e Nozinho.
Pão de Açúcar,
Vejo o exagero do violão
De Adail Simas;
Vejo acordes tão belos
De Paulo Alves e Zequinha.
O cavaquinho harmonioso
De João de Santa,
Que beleza!
O pandeiro inquieto
De Zé Negão
Naquele rítmo de extasiar;
Saudade infinita
De Agobar Feitosa
(não é bom lembrar...)
Pão de Açúcar
Dos emigrantes
Roberto Alvim,
Eraldo Lacet,
Zé Amaral...
Verdadeiros jaciobenses.
E mais:
As peixadas de Evenus Luz,
Aquele que tem a “estrela”
Sem conhecê-la.
Pão de Açúcar
Dos que saíram:
Zaluar Santana,
Américo Castro,
Darras Nóia,
Manoel Passinha.
Pão de Açúcar
Dos que ficaram:
Luizinho Machado
(a educação personificada)
E João Lisboa
(do Cristo Redentor)
A grandiosa jóia.
Pão de Açúcar,
Meu mundo distante
De Cáctus
E águas santas.
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Marcus Vinícius Maciel Mendonça(Ícaro)
(*) Pão de Açúcar(AL), 14.02.1937
(+) Maceió (AL), 07.05.1976
Publicado no livro: Pão de Açúcar, cem anos de poesia.
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PÃO DE AÇÚCAR
Dorme, cidade branca, silenciosa e triste.
Dum balcão de janela eu velo o seu dormir.
Nas tuas ermas ruas somente o pó existe,
O pó que o vendaval deixou no chão cair.
Dorme, cidade branca, do céu a lua assiste
O teu profundo sono num divino sorrir.
Só de silêncio e sonhos o teu viver consiste,
Sob um manto de estrelas trêmulas a luzir.
Assim, amortecida, tú guardas teus mistérios.
Teus jardins se parecem com vastos cemitérios
Por onde as brisas passam em brando sussurrar.
Aqui e ali tu tens um alto campanário,
Que dá maior relevo ao pálido cenário
Do teu calmo dormir em noite de luar.
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Ben Gum, pseudônimo de José Mendes
Guimarães - Zequinha Guimarães.