sexta-feira, julho 25

PERSONALIDADES PÃO-DE-AÇUCARENSES - ZALUAR SANT’ANA

 

Por Etevaldo Amorim

 

Zaluar Sant'Ana. Foto: acervo Lygia Mendonça.

No rol das personalidades pão-de-açucarenses, há aqueles que são natos e que desenvolvem suas vidas na terra natal; há aqueles que são de fora e se integram àquela sociedade; e há aqueles que ali nascem, mas logo deixam a terra demandando outras plagas.


Zaluar Sant’Ana é um desses. Filho de Francisco Sant’Ana e Silvina Virgínia de Sant’Ana, ambos pão-de-açucarenses, MANOEL ZALUAR DE SANT’ANA nasceu em Pão de Açúcar no dia 29 de novembro de 1904, na então chamada Rua da Frente, atual Av. Ferreira de Novaes.


Segundo o saudoso professor Francisco Reynaldo Amorim de Barros, organizador do ABC DAS ALAGOAS, em 1905 Zaluar é levado a viver no Rio de Janeiro, “mas logo depois sua família volta a viver em Maceió”.


Em 1909, com cinco anos de idade, ingressa na Escola de D. Mocinha Buarque, que funcionava na Praça Floriano Peixoto (Martírios). Em seguida – continua o professor Reynaldo - passa a morar em Aracaju, lugar onde seu pai, um adepto dos Maltas, escolheu para morar, enquanto esperava serenar os acontecimentos que levaram à queda de Euclides Malta. De volta a Maceió, passa a estudar no Instituto Benjamin Constant.


Em 1914, muda-se para Quebrangulo, onde seu pai resolvera ser agricultor. Porém, em 1918, já está vivendo em Rio Largo, estuda no Instituto Nilo Peçanha e é um dos fundadores da Sociedade Lítero-Musical Sete de Setembro.”


“Trabalhou no jornal oficioso A TRIBUNA, do qual se tornou gerente do periódico, transformado em Diário Oficial em 1912. Fez parte da orquestra de cinema ODEON.


Sua família volta a viver em Paulo Jacinto, entre 1920 e 1922, quando seu pai resolve se estabelecer novamente em Maceió.


Começa, então, sua fase de aprendizagem de pintura. E, logo depois, vende o seu primeiro quadro, por meio da Casa Mercúrio, especializada em molduras, vidros e estampas.


Em 1926, na quinta mostra da qual participou, vende alguns quadros, o que possibilitou sua viagem ao Rio de Janeiro, para melhor conhecer a obra e técnica de alguns pintores da capital federal, como Marques Júnior e Antônio Parreiras, além de visitar diversas exposições, entre as quais a retrospectiva de Batista da Costa. Em novembro desse mesmo ano, já está de regresso a Maceió.”


Em 3 de maio de 1930, expôs quarenta quadros no Cinema Capitólio, “reproduzindo trechos magníficos e empolgantes dos deslumbradores cenários alagoanos”, diz a reportagem do Diário de Pernambuco, do dia 10 daquele mês e ano.


Em novembro de 1930, participou da grande exposição de pintores alagoanos chamada “Semana das Cores”, promovida pela Academia Guimarães Passos.


 

Zaluar Santana expondo seus quadros no Rio de Janeiro. Foto: revista Fon-Fon, RJ, 18.10.1930, p. 38.


Foi nomeado, em 22 de maio de 1933, após aprovado em concurso, para o serviço público, como Estatístico Demógrafo-Sanitário, no qual se aposentou em 16 de abril de 1959.

 

 Aldemar de Mendonça, ao se referir a ele, cita matéria publicada na Gazeta de Alagoas de 7 de abril de 1974, pelo jornalista Álvaro Antônio Melo Machado:


“Zaluar Santana é mais um pão-de-açucarense que integra a galeria dos vultos ilustres da terra, posição altamente merecida pelo invejável talento de saber pintar bem, de que é possuidor.

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Ainda rapazinho trabalhou como Guarda Fiscal, no Governo Costa Rego e em 1928 dedicava-se oficialmente á sua verdadeira vocação, trabalhando como desenhista e cartógrafo do então Serviço de Profilaxia Rural.


Zaluar não sabe e nem avalia quantos quadros pintou até hoje, mas destaca alguns referentes a sua terra natal, que são de uma perfeição magnífica, talvez, fruto do amor que o pintor devota a Pão de Açúcar. São eles: “Casinha rústica”, “Tarde Sertaneja” e “Craibeiras Engalanadas”, além de outros. Suas obras estão espalhadas por todo o Brasil, fixadas em academias e nas mãos de famosos colecionadores.


Tem feito diversas exposições individuais e coletivas, nas principais cidades brasileiras. Ainda este mês Zaluar vai expor cerca de trinta quadros a óleo e guache em Brasília, vários dos quais já se encontram na capital federal. Logo após, partirá para uma nova exposição em Aracaju.


O que chama mais atenção nos seus quadros é, sem dúvidas, a arte de projetar luz e sombras nas cenas por ele retratadas.


Ele continua a integrar, orgulhosamente, a galeria dos filhos ilustres de Pão de Açúcar. Breve se tornará um imortal dela e será sempre lembrado pelas gerações futuras de sua terra querida”.

 

Fonte: ABC das Alagoas. BARROS, Francisco Reynaldo Amorim de.


Zaluar Santana. Foto: Diário de Pernambuco, 28.06.1935.


Tela SERRA DA BARRIGA, de Zaluar Sant'Ana.

Zaluar diante de alguns dos seus quadros.


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Zaluar casou-se em Maceió, a 14 de março de 1931, com Marina Lobo Medeiros de Sant’Anna, com quem teve os filhos: Maidir, Milton, Moema, Mário, Marluce, Marcelo, Murilo e Moacyr. Este último, o conhecidíssimo professor Moacyr Medeiros de Sant’Anna, pesquisador, escritor, e que foi por muitos anos Diretor do Arquivo Público de Alagoas.

 

Já contava 93 anos de idade, quando faleceu às 5:20h do dia 13 de janeiro de 1998, na Santa Casa de Misericórdia de Maceió. Residia na Rua Prof. Lavenère Machado, 468, no baixo Trapiche da Barra.


Zaluar Sant'Ana foi também músico. Aprendeu a tocar violino com o seu conterrâneo pão-de-açucarense Américo Castro Barbosa, irmão do Mestre Nozinho.


A Orquestra de Cordas Paganini com Zaluar ao centro, em 1963.


É patrono da Cadeira 26 da Academia Arapiraquense de Letras e Artes.


Fonte: SANT'ANA, Moacir Medeiros de. ZALUAR, UM HOMEM DE MUITAS ARTES. Sergasa, 1987.


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NOTA:

Caro leitor,

Deste Blog, que tem como tema “HISTÓRIA E LITERATURA”, constam artigos repletos de informações históricas relevantes. Essas postagens são o resultado de muita pesquisa, em geral com farta documentação e dotadas da competente referência bibliográfica. Por esta razão, solicitamos que, caso sejam do seu interesse para utilização em qualquer trabalho, que delas faça uso tirando o maior proveito possível, mas fazendo também o necessário registro de autoria e a citação das referências. Isso é correto e justo. Tratamento de imagem: Vívia Amorim.

sábado, julho 19

ILHA DO FERRO – UM POUCO DE HISTÓRIA

 

Por Etevaldo Amorim

 

A Arte em Madeira da Ilha do Ferro. Foto: Juliana Justino


Quem não conhece ou já ouviu falar na Ilha do Ferro?!

 

O pitoresco povoado alagoano, situado na margem esquerda do rio São Francisco e pertencente ao município de Pão de Açúcar, tornou-se popular principalmente pelos seus dotes artísticos e culturais, mas também tem como atrativo a singularidade de sua paisagem sertaneja.

 

O bordado “Boa noite”, marca da habilidade e da tradição cultural de seu povo, de há muito se tornou conhecido pelo Brasil afora e até no exterior. Organizadas na Cooperativa Art-Ilha, as artesãs conservam o conhecimento adquirido de seus antepassados e fazem disso uma considerável fonte de renda[i].

 

A arte em madeira também se destaca como formidável manifestação cultural daquela gente, aproveitando o legado do mestre Fernando Rodrigues.

 

A ilha, entre Bonsucesso-SE e Ilha do Ferro.

A ORIGEM

 

A origem do nome se deve à constitução geológica da ilha que lhe fica pronteira, formada de rochas “de caráter siderolítico”, isto é, que tem rochas ferruginosas. O termo tem origem no grego sideros, que significa ferro. A sua formação remonta a um período chamado sidérico ou sideriano, intervalo geológico que ocorreu entre 2.500 e 2.300 milhões de anos atrás, e que foi “marcado por intensas mudanças geológicas na superfície do planeta terra, como a formação de grandes depósitos de formações ferríferas bandadas (BIFs), oxigenação dos oceanos e da atmosfera”.[ii]

Mapa de Johannes Blaeuw, 1647.

Em mapas antigos, como o de Johannes Blaeuw, de 1647, Primeiro Mapa da Capitania de Sergipe Del Rey, que remonta à época da invasão holandesa, aparece a denominação Ilha do Ferro comum às duas margens. No decorrer do tempo, a localidade do lado sergipano recebeu o nome de Bonsucesso, restando o original apenas ao povoado alagoano.

 

O mapa de Halfeld, de 1860, também mostra Ilha do Ferro, ladeada pelas Traíras e pelo Buqueirão, tendo Bonsucesso defronte, na margem sergipana.


O mapa de Halfeld, 1860.


UM POUCO DE HISTÓRIA

 

Cuidaram da educação dos ilha-do-ferrenses os professores e professoras: Maria Jesuina da Costa, em 1894[iii]; Manoel Alves da Costa Lima[iv] e Juracy Lima, em 1929[v] e Regina Emirantina Bello, em 1937[vi].

Aliás, o professor Manoel Alves dá nome à Unidade Municipal de Ensino. Aliás, durante a gestão do Intendente Manoel Pereira Filho (de 7 de janeiro de 1925 a 7  de janeiro de 1928), foi criada uma Escola Municipal, segundo consta da Mensagem do Governador Pedro da Costa Rego ao Congresso Legislativo, na abertura da 2ª Sessão Ordinária da 18ª Legislatura, em 1926.

Há também uma Escola Isolada, construída pelo Estado em 1952.[vii]

Ilha do Ferro foi também marcada pelo naufrágio da lancha Moxotó, em 10 de janeiro de 1917, tragédia inesquecível, que se mantém viva na memória de todos. Para saber mais clique aqui.


Pela Lei Estadual nº 2.284, de 11 de agosto de 1960, foi criado o distrito judiciário de Ilha do Ferro, tendo sido instalado alguns anos depois.[viii]

 

Em 1º de setembro de 1994 foi inaugurado o sistema de abastecimento de água de Ilha do Ferro, obra da Fundação Nacional de Saúde, durante a gestão do prefeito Antônio Carlos Lima Rezende - Cacalo e do presidente da Funasa, o médico pão-de-açucarense Álvaro Antônio Melo Machado.


Por volta de 1965/1968, o povoado recebeu a visita do Major Luis Cavalcante, governador e deputado federal nesse período. A fotografia mostra um povoado humilde, cuja população se mantinha à custa da pesca e da agricultura de subsistência.

 

O povoado Ilha do Ferro entre 1961/1965,


Ilha do Ferro recebe a visita do Major Luis Cavalcante.

A Ilha do Ferro, hoje, experimenta uma era de prosperidade, acolhendo a todos com alegria, e podendo oferecer infra-estrutura para os que a escolhem como para desfrutar do sossego e a paz de espírito que o lugar inspira.

Ilha do Ferro em foto da década de 1990.



Museu Ilha do Ferro

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NOTA:

Caro leitor,

Deste Blog, que tem como tema “HISTÓRIA E LITERATURA”, constam artigos repletos de informações históricas relevantes. Essas postagens são o resultado de muita pesquisa, em geral com farta documentação e dotadas da competente referência bibliográfica. Por esta razão, solicitamos que, caso sejam do seu interesse para utilização em qualquer trabalho, que delas faça uso tirando o maior proveito possível, mas fazendo também o necessário registro de autoria e a citação das referências. Isso é correto e justo. Tratamento de imagem: Vívia Amorim

 



[i] BARROS, Rachel Rocha de Almeida. Bordado Boa-Noite da Ilha do Ferro: patrimônio cultural, geração de renda e desenvolvimento regional.

 

[ii] BRASIL MINERAL. MAIOR CONHECIMENTO SOBRE AS ROCHAS SIDERIANAS NO NE. Disponível em:

< https://www.brasilmineral.com.br/noticias/maior-conhecimento-sobre-rochas-siderianas-do-ne>. Acesso em: jul-2025.

 

[iii] Almanak do Estado de Alagoas.

 

[iv] Almanak Laemmert, 1929.

 

[v] REVISTA DO ENSINO, Órgão Oficial do Departamento Geral de Instrução Pública de Alagoas, Ano III, nº 75, maio-junho de 1929.

 

[vi] Almanaque do Ensino, 1937.

 

[vii] MENDONÇA, Aldemar de. MONOGRAFIA DE PÃO DE AÇÚCAR.

 

[viii] MENDONÇA, Aldemar de. MONOGRAFIA DE PÃO DE AÇÚCAR.

Referência: ASSIS, Antônio Xavier de. Esboço Histórico e Geográfico do Baixo São Francisco.

segunda-feira, julho 14

A ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DE PÃO DE AÇÚCAR

Por Etevaldo Amorim


A Estação Meteorológica de Pão de Açúcar

Há, em Pão de Açúcar, uma instalação pública de grande importância, mas que, por vezes, passa despercebida àqueles que transitam entre a Av. Manoelito Bezerra Lima e o Conjunto Dom Bosco. 

Caminhando nesse percurso, nota-se, a Nascente, a Estação Meteorológica de Pão de Açúcar. Aliás, a Alameda da Esperança (assim denominada por sugestão do vereador Cliuton Santos, aprovada pela Câmara na Legislatura 1983-1988), abriga um grande número de repartições públicas: o Fórum da Comarca, ladeado pela Escola Estadual Pe. Soares Pinto; a Secretaria Municipal da Educação, e um Anexo antes ocupado pela Secretaria Municipal da Agricultura; a Escola Estadual Bráulio Cavalcante, com seu Ginásio de Esportes, e, numa via perpendicular que leva o mesmo nome: a sede do INSS e o Ginásio de Esportes Dr. Átila Pinto Machado, pertencente ao Município.


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UM AVISO!  Fomos alertados por um leitor sobre a alteração do nome da Alameda da Esperança. Segundo a Lei nº 691, de 14 de agosto de 2024, aquela via é denominada Pedro Vieira dos Anjos. Nossas desculpas. O Projeto aprovado pela Câmara foi de autoria do vereador Edson Lira.

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A Estação Meteorológica de Superfície – Automática A323, como passou a ser denominada a partir de 13/07/2007, quando recebeu uma antena que a elevava à condição de automaticidade nas informações, acha-se localizada nas Coordenadas Geográficas - 9,74916, latitude e 37,430833, longitude, a uma altitude de 20,83m.

Trata-se de estrutura vinculada ao INMET – Instituto Nacional de Meteorologia, Órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária, cuja missão “é promover e coordenar atividades para produção de informações meteorológicas tempestivas e relevantes voltadas à mitigação de riscos e ao desenvolvimento sustentável do setor agropecuário, à conservação do meio ambiente e à segurança da sociedade brasileira”. (1)

As principais atribuições do INMET são o monitoramento do tempo e do clima, a previsão do tempo e do clima, emissão de avisos de tempo severo e vários produtos para apoio à agricultura, incluindo pesquisa e desenvolvimento.

Segundo Aldemar de Mendonça, no período de 07/01/1909 a 07/01/1911, durante a gestão do Intendente Pedro Soares Vieira, foi criado em Pão de Açúcar um “Serviço de meteorologia, do Ministério da Agricultura”. 

O respeitável escritor patrício, em seu Monografia de Pão de Açúcar, diz ainda que “O Sr. Joaquim Bezerra fez a doação de um terreno de setenta metros quadrados, para a instalação dessa estação, do Ministério da Agricultura, a qual foi inaugurada em outubro de 1914. A doação foi feita em 9 de outubro de 1912.”

Já o RELATÓRIO APRESENTADO AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL PELO MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA, INDÚSTRIA E COMÉRCIO, Dr. José Rufino Beserra Cavalcanti, Volume II, do Ano de 1916, pp. 88 e 89, relacionando os próprios nacionais a serviço daquele Ministério, diz que o terreno para instalação do Posto Meteorológico, com área de 30,00 m², localizado na Lagoa da Porta, foi doado por Manoel Bezerra Lima e sua esposa, em 27 de setembro de 1912, cuja doação fora insinuada por sentença de 11 de outubro de 1912, do Juiz Substituto do Município de Pão de Açúcar." (2)

Segundo idêntico Relatório, do ano de 1923, Pão de Açúcar sediava uma das 55 Estações Termo-pluviométricas sob a responsabilidade do Ministério da Agricultura.

Edições do Diário Oficial da União, de 1938 a 1940, dão conta da existência de uma “Estação Meteorológica” em Pão de Açúcar. Referem-se a um “encarregado”, sem, no entanto, nominá-lo. Falam apenas em uma “mensalista” chamada Anísia Correia de Albuquerque. (3) 

Fato é que, “até o final de 1972, os dados meteorológicos em Pão de Açúcar consistiam apenas em informações sobre as ocorrências pluviométricas, coletadas em um pluviômetro instalado na área externa do então Hospital Regional da F-SESP, pelo Sr. Antônio Oliveira - seu Antônio do Hotel". É o que nos informa o advogado e jornalista Massilon Ferreira da Silva, um dos dois primeiros operadores da Estação. Tomemos as suas próprias palavras:

“No início de 1973 foi instalada a Estação Meteorológica de Superfície, como resultado de um convênio firmado entre a SUDENE, OMM e PNUD(4), que criou uma rede de estações espalhadas por todo o Nordeste do Brasil mais a região de Minas Gerais denominada Polígono das Secas.

A Estação de Pão de Açúcar, como as demais administradas pela SUDENE, colhia diariamente informações e repassava em tempo real ao 4º Distrito de Meteorologia, com sede em Recife. Essas informações constavam principalmente de temperatura do ar e do solo até 1 metro de profundidade, pressão atmosférica, umidade relativa do ar, direção e velocidade do vento, evaporação, precipitação pluviométrica, insolação, cobertura de nuvens, etc..., informações conseguidas pela leitura diária de instrumentos nos horários de 00, 12 e 18 horas TMG. (5)

Os funcionários, profissionalmente designados como Observadores Meteorológicos de Superfície, eram submetidos inicialmente a uma seleção e, em seguida, participavam como alunos de um curso conhecido como Cursinho da SUDENE, em Recife, onde recebiam aulas teóricas de Meteorologia, Física, Instrumento, Nuvem, Matemática e outras matérias, além de aulas práticas em Estação própria, também no Recife, em tempo integral. O curso funcionava nas dependências do Colégio dom Bosco de Artes e Ofício.  

Os primeiros Observadores da Estação Meteorológica de Pão de Açúcar foram Sílvio Bezerra Nogueira e Massilon Ferreira da Silva."


Desde então, a Estação de Pão de Açúcar vem prestando relevantes serviços à coletividade pão-de-açucarense e de toda a Região, fornecendo informações meteorológicas, como previsões do tempo e dados sobre as condições atmosféricas, que se prestam ao planejamento de atividades diárias, prevenção de riscos e otimização de atividades, especialmente na agricultura, no nosso caso.

Em convênio do Município com o 3º DISME (Distrito de Meteorologia), sediado no Recife, trabalhavam como Auxiliar de Meteorologia as servidoras Maria Célia Lima (1984- 2005) e Margarida Maria Lima Ferreira (26/11/1984 a 19/11/2018), esta a encarregada do Serviço. A partir de 2006, contou com a Auxiliar de Meteorologia Juliana Lima Silva, contratada por Empresa à qual foi terceirizado o serviço.


Massilon, Silvio e Margarida, responsáveis pela Estação em diferentes épocas.


Trabalharam ainda dois servidores contratados pelo Município José Rael Ferreira (de 01/02/2013 a 20/12/2020) e Antônio Mamede Neto, que iniciou em 10 de outubro de 2020 e lá está o momento como Encarregado da Estação. 

Segundo informações do Secretário Municipal da Agricultura, Wellington Guimarães, a estrutura é atualmente denominada Estação Meteorológica 82990, e é gerida pelo Ministério da Agricultura- MAPA, tendo como responsável local a prefeitura de Pão de Açúcar, que contratou dois funcionário: Antônio Lira e Antônio Mamede Neto, ficando responsáveis por coletar os dados pluviométricos e manter os equipamentos no seu devido funcionamento.

As observações continuam sendo diárias, nos horários de 9:00h – 15:00h e 21:00h e enviadas para o Recife, por telefone, com toda pontualidade e exatidão.

O Superintendente do MAPA em Alagoas, Jorge Marques e o Secretário Municipal da Agricultura em tratativas visando a melhoria da Estação Meteorológica de Pão de Açúcar.


Acesse dados meteorológicos em tempo real: https://portal.inmet.gov.br/


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Nossos agradecimentos pelas informações a: Massilon Ferreira da Silva, Margarida Maria Lima Ferreira – “Garida” e Wellington Guimarães (Secretário Municipal da Agricultura).

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NOTA:

Caro leitor,

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(1) Site Institucional

(2) O Juiz Substituto era o Bel. Luiz Ignácio de Figueiredo.

(3) Anísia Correia de Albuquerque. Filha de José Clementino de Albuquerque e Cristine Novaes Leal. Nasceu em Pão de Açúcar em 8 de outubro de 1922 e faleceu em Maceió em 30 de novembro de 2003. Fonte: Diário Oficial da União, 22 de setembro de 1939.

(4) SUDENE-Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste; OMM-Organização Meteorológica Muncial; PNUD-Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

(5) Tempo Médio de Greenwich.

A POESIA DE PÃO DE AÇÚCAR



PÃO DE AÇÚCAR


Marcus Vinícius*


Meu mundo bom

De mandacarus

E Xique-xiques;

Minha distante carícia

Onde o São Francisco

Provoca sempre

Uma mensagem de saudade.


Jaciobá,

De Manoel Rego, a exponência;

De Bráulio Cavalcante, o mártir;

De Nezinho (o Cego), a música.


Jaciobá,

Da poesia romântica

De Vinícius Ligianus;

Da parnasiana de Bem Gum.


Jaciobá,

Das regências dos maestros

Abílio e Nozinho.


Pão de Açúcar,

Vejo o exagero do violão

De Adail Simas;

Vejo acordes tão belos

De Paulo Alves e Zequinha.

O cavaquinho harmonioso

De João de Santa,

Que beleza!

O pandeiro inquieto

De Zé Negão

Naquele rítmo de extasiar;

Saudade infinita

De Agobar Feitosa

(não é bom lembrar...)


Pão de Açúcar

Dos emigrantes

Roberto Alvim,

Eraldo Lacet,

Zé Amaral...

Verdadeiros jaciobenses.

E mais:

As peixadas de Evenus Luz,

Aquele que tem a “estrela”

Sem conhecê-la.


Pão de Açúcar

Dos que saíram:

Zaluar Santana,

Américo Castro,

Darras Nóia,

Manoel Passinha.


Pão de Açúcar

Dos que ficaram:

Luizinho Machado

(a educação personificada)

E João Lisboa

(do Cristo Redentor)

A grandiosa jóia.


Pão de Açúcar,

Meu mundo distante

De Cáctus

E águas santas.

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Marcus Vinícius Maciel Mendonça(Ícaro)

(*) Pão de Açúcar(AL), 14.02.1937

(+) Maceió (AL), 07.05.1976

Publicado no livro: Pão de Açúcar, cem anos de poesia.


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PÃO DE AÇÚCAR


Dorme, cidade branca, silenciosa e triste.

Dum balcão de janela eu velo o seu dormir.

Nas tuas ermas ruas somente o pó existe,

O pó que o vendaval deixou no chão cair.


Dorme, cidade branca, do céu a lua assiste

O teu profundo sono num divino sorrir.

Só de silêncio e sonhos o teu viver consiste,

Sob um manto de estrelas trêmulas a luzir.


Assim, amortecida, tú guardas teus mistérios.

Teus jardins se parecem com vastos cemitérios

Por onde as brisas passam em brando sussurrar.


Aqui e ali tu tens um alto campanário,

Que dá maior relevo ao pálido cenário

Do teu calmo dormir em noite de luar.

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Ben Gum, pseudônimo de José Mendes

Guimarães - Zequinha Guimarães.






PUBLICAÇÕES

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Pão de Açúcar, Cem Anos de Poesia