¹ O nome desse frade é Vitale de Frescarolo. Andou pelos sertões do Ceará, Pernambuco e outros Estados entre 1781 e 1820, onde ficou conhecido pelo nome de Frei Vidal da Penha (alusão ao convento da Penha, no Recife).
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
SANTA CRUZ DO DESERTO
¹ O nome desse frade é Vitale de Frescarolo. Andou pelos sertões do Ceará, Pernambuco e outros Estados entre 1781 e 1820, onde ficou conhecido pelo nome de Frei Vidal da Penha (alusão ao convento da Penha, no Recife).
terça-feira, 16 de setembro de 2014
16 DE SETEMBRO
Quem não se lembra, com saudade, dos desfiles de 16 de setembro em Pão de Açúcar?
Não sei por que razão, mas Pão de Açúcar sempre preferiu comemorar com mais ênfase a Emancipação Política de Alagoas. No 7 de setembro, apenas uma representação das escolas, um hastear de bandeiras, e só.
Depois de longos dias de ensaios, lá íamos nós, formados em pelotões, a desfilar, sob um sol escaldante, pelas ruas e avenidas de uma das cidades mais quentes do Brasil.
Os ensaios no Ginásio D. Antônio Brandão eram longos e carregados de tensão. Afinal, tudo tinha que estar perfeito no dia do desfile. O maestro da banda marcial – Zé Braz, ensinava os toques de comando para os movimentos da “tropa”. Dois toques: girar para a direita; três toques: girar para a esquerda. Vez por outra, alguém errava. E o diretor, Dr. Átila, corrigindo o deslize, bradava:
— DOIS É DIREITA MOÇA!!!!!
Todas as escolas se empenhavam ao máximo para fazer melhor. Além da formação clássica, com pelotões de alunos vestindo uniforme de gala, havia também os chamados “esportes”, pelotões temáticos, alusivos ou não à data cívica, mas que davam um tom de beleza e graciosidade. Em 1969, ficou particularmente famosa a alegoria à conquista da lua, com a nave Apolo 11. Famosos também ficaram os “Cavalos do Rosália”, pela entusiástica narração do vereador Pedro Lúcio que, do alto do Coreto, anunciava a aproximação dos grupos escolares, do ginásio e do colégio das freiras.
Ao escurecer, depois de voltas e mais voltas pela extensa Avenida Bráulio Cavalcante, todos se reuniam em torno do Coreto em frente à Matriz. Após o hasteamento das bandeiras, já de noite, as autoridades se esmeravam em discursos intermináveis, de improviso ou não, neste caso correndo o risco de iniciá-los com uma referência descabida a um “sol causticante”, que de há muito já desaparecera por detrás do Cavalete.
Ficaram, no entanto, as citações famosas, como aquela de Castro Alves, que nos ensinava que “a praça é do povo como o céu é do condor”.
A POESIA DE PÃO DE AÇÚCAR
PÃO DE AÇÚCAR
Marcus Vinícius*
Meu mundo bom
De mandacarus
E Xique-xiques;
Minha distante carícia
Onde o São Francisco
Provoca sempre
Uma mensagem de saudade.
Jaciobá,
De Manoel Rego, a exponência;
De Bráulio Cavalcante, o mártir;
De Nezinho (o Cego), a música.
Jaciobá,
Da poesia romântica
De Vinícius Ligianus;
Da parnasiana de Bem Gum.
Jaciobá,
Das regências dos maestros
Abílio e Nozinho.
Pão de Açúcar,
Vejo o exagero do violão
De Adail Simas;
Vejo acordes tão belos
De Paulo Alves e Zequinha.
O cavaquinho harmonioso
De João de Santa,
Que beleza!
O pandeiro inquieto
De Zé Negão
Naquele rítmo de extasiar;
Saudade infinita
De Agobar Feitosa
(não é bom lembrar...)
Pão de Açúcar
Dos emigrantes
Roberto Alvim,
Eraldo Lacet,
Zé Amaral...
Verdadeiros jaciobenses.
E mais:
As peixadas de Evenus Luz,
Aquele que tem a “estrela”
Sem conhecê-la.
Pão de Açúcar
Dos que saíram:
Zaluar Santana,
Américo Castro,
Darras Nóia,
Manoel Passinha.
Pão de Açúcar
Dos que ficaram:
Luizinho Machado
(a educação personificada)
E João Lisboa
(do Cristo Redentor)
A grandiosa jóia.
Pão de Açúcar,
Meu mundo distante
De Cáctus
E águas santas.
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Marcus Vinícius Maciel Mendonça(Ícaro)
(*) Pão de Açúcar(AL), 14.02.1937
(+) Maceió (AL), 07.05.1976
Publicado no livro: Pão de Açúcar, cem anos de poesia.
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PÃO DE AÇÚCAR
Dorme, cidade branca, silenciosa e triste.
Dum balcão de janela eu velo o seu dormir.
Nas tuas ermas ruas somente o pó existe,
O pó que o vendaval deixou no chão cair.
Dorme, cidade branca, do céu a lua assiste
O teu profundo sono num divino sorrir.
Só de silêncio e sonhos o teu viver consiste,
Sob um manto de estrelas trêmulas a luzir.
Assim, amortecida, tú guardas teus mistérios.
Teus jardins se parecem com vastos cemitérios
Por onde as brisas passam em brando sussurrar.
Aqui e ali tu tens um alto campanário,
Que dá maior relevo ao pálido cenário
Do teu calmo dormir em noite de luar.
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Ben Gum, pseudônimo de José Mendes
Guimarães - Zequinha Guimarães.