quinta-feira, 18 de junho de 2009
DISCURSO
Exmº Sr. Cônsul-Geral dos Estados Unidos da América, no Brasil, Earl Irving,
Exmº Sr. Prefeito do Município de Pão de Açúcar, Jorge Silva Dantas,
Exmº Sr. Vice-Prefeito, Antônio Carlos Melo Machado...
Ao ensejo de tão ilustre visita, incumbiu-me o Sr. Prefeito de levar aos presentes uma breve explanação acerca da importância deste velho sobrado em que agora nos encontramos.
Quem o vê assim alquebrado e maltratado pelo tempo, não pode imaginar o quão pujante foi o seu passado e que tenha ele sido testemunha dos primeiros passos da florescente Vila do Pão d’Assúcar, concebida pela Lei Provincial Nº 233, de 3 de março de 1854.
Construído pelo Major João Machado de Novaes Melo, desde logo transformou-se em Casa da Câmara, que viria a ser instalada a 7 de agosto daquele mesmo ano. Desde então, foi palco de muitos eventos e abrigo às mais diversas e ilustres personalidades. Exemplo disso, e sem dúvida o acontecimento mais importante, foi a passagem do Imperador D. Pedro II que, demandando a Cachoeira de Paulo Afonso, aqui pernoitou nos dias 17 para 18 e 22 para 23 de outubro de 1859.
A certa altura do seu diário de viagem, no dia 17, diz o Imperador:
“Esquecia-me de dizer que havia junto ao lugar de desembarque, que arranjaram com algumas tábuas e coqueiros, uma música de rebecas e outros instrumentos que tocavam o Hino da Independência feito na Bahia, que era cantado por pessoas que me seguiram até chegar à Casa da Câmara, que está sofrivelmente arranjada.”
Adiante, já no dia 18, diz, descrevendo a cidade:
“Há uma bela rua direita longa e larga, e outra perpendicular também direita, porém menos longa e larga. Só vi uma casa de sobrado, a da Câmara, onde me hospedei”.
Já o Livro de Memórias da Viagem de Sua Majestade Imperial às Províncias do Norte, registra, no dia 17:
“Depois de permitir que todas as pessoas presentes lhe beijassem a mão, chegou várias vezes à janela do sobrado para agradecer às ovações que o povo na rua lhe fazia. Às 22:00 horas, recolheu-se ao seu aposento”.
Vale registrar ainda, para melhor ilustrar a sua magnitude, a visita do Presidente da Província de Alagoas, o Dr. José Bento da Cunha Figueiredo Junior, ocorrida dez anos depois, o qual, a exemplo do Imperador, também aqui pernoitou, nos dias 5 para 6 e 6 para 7 de janeiro de 1869. O sobrado já era então residência do Juiz de Direito Dr. Paes Barreto.
Passado tanto tempo, e se prestando a outras finalidades, vislumbra-se agora a chance de este velho casarão servir de novo à causa pública, por especial deferência dos herdeiros de “Seu Nozinho Andrade”, seus proprietários, tendo à frente o Sr. Elmano Machado Gonçalves, que se propõem a ceder o prédio ao Município.
Tem agora a Municipalidade, sob o comando do Prefeito JORGE DANTAS, a missão de restaurar e utilizar esta Casa no interesse da cultura pão-de-açucarense, seja por seus próprios meios, seja com a oportuna e imprescindível ajuda de qualquer outra entidade.
Quando isso acontecer, aqueles que amam e lutam por esta terra no presente e cultuam o seu passado agradecerão penhoradamente.
OBRIGADO!
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Discurso proferido pelo Secretário de Administração, Dr. Etevaldo Alves Amorim, no dia 6 de setembro de 1997, aproximadamente às 18:00 horas, por ocasião da visita a esta cidade do Cônsul dos Estados Unidos da América, Mr. Earl Irving (Consulado do Recife).
A POESIA DE PÃO DE AÇÚCAR
PÃO DE AÇÚCAR
Marcus Vinícius*
Meu mundo bom
De mandacarus
E Xique-xiques;
Minha distante carícia
Onde o São Francisco
Provoca sempre
Uma mensagem de saudade.
Jaciobá,
De Manoel Rego, a exponência;
De Bráulio Cavalcante, o mártir;
De Nezinho (o Cego), a música.
Jaciobá,
Da poesia romântica
De Vinícius Ligianus;
Da parnasiana de Bem Gum.
Jaciobá,
Das regências dos maestros
Abílio e Nozinho.
Pão de Açúcar,
Vejo o exagero do violão
De Adail Simas;
Vejo acordes tão belos
De Paulo Alves e Zequinha.
O cavaquinho harmonioso
De João de Santa,
Que beleza!
O pandeiro inquieto
De Zé Negão
Naquele rítmo de extasiar;
Saudade infinita
De Agobar Feitosa
(não é bom lembrar...)
Pão de Açúcar
Dos emigrantes
Roberto Alvim,
Eraldo Lacet,
Zé Amaral...
Verdadeiros jaciobenses.
E mais:
As peixadas de Evenus Luz,
Aquele que tem a “estrela”
Sem conhecê-la.
Pão de Açúcar
Dos que saíram:
Zaluar Santana,
Américo Castro,
Darras Nóia,
Manoel Passinha.
Pão de Açúcar
Dos que ficaram:
Luizinho Machado
(a educação personificada)
E João Lisboa
(do Cristo Redentor)
A grandiosa jóia.
Pão de Açúcar,
Meu mundo distante
De Cáctus
E águas santas.
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Marcus Vinícius Maciel Mendonça(Ícaro)
(*) Pão de Açúcar(AL), 14.02.1937
(+) Maceió (AL), 07.05.1976
Publicado no livro: Pão de Açúcar, cem anos de poesia.
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PÃO DE AÇÚCAR
Dorme, cidade branca, silenciosa e triste.
Dum balcão de janela eu velo o seu dormir.
Nas tuas ermas ruas somente o pó existe,
O pó que o vendaval deixou no chão cair.
Dorme, cidade branca, do céu a lua assiste
O teu profundo sono num divino sorrir.
Só de silêncio e sonhos o teu viver consiste,
Sob um manto de estrelas trêmulas a luzir.
Assim, amortecida, tú guardas teus mistérios.
Teus jardins se parecem com vastos cemitérios
Por onde as brisas passam em brando sussurrar.
Aqui e ali tu tens um alto campanário,
Que dá maior relevo ao pálido cenário
Do teu calmo dormir em noite de luar.
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Ben Gum, pseudônimo de José Mendes
Guimarães - Zequinha Guimarães.
Etevaldo, eu me lembro disso, eu estava lá.
ResponderExcluirBilly Magno