Agrippino Ether
Ainda os vejo lá:
os capacetes
agitando,
coqueiros do Sobral,
soldados,
de atalaia,
guardando
enfileirados
A enorme vastidão daquela praia.
O coqueiral!...
De um lado —Jaraguá;
do outro lado, tão
bonita!
a cismar,
de verde toda enfeitada,
naquela curva
infinita,
—a Pajuçara, sentada
na orla branca do mar.
No meio dessa esplêndida paisagem,
miragem,
onde cantaram
sereias,
onde rolaram
fetiches,
sobre o lençol tão branco das areias,
a reticência negra dos trapiches...
_________
Publicado na revista Fon Fon, Rio de
Janeiro,
23 de janeiro de 1932.
Prof. Agrippino Ether. Foto disponível
em:
(São Luís do Quitunde,
segundo a informação da AAL. Solange Lages, no discurso de posse, pois o
sucedeu, afirma ter nascido em Maceió AL 21/7/1886 (segundo Adalberto
Marroquim), ou 23 ou 26/7/1885 ou 1887 - Rio de Janeiro RJ 23/10/1954)
Jornalista, professor, dentista, advogado. Filho de Olímpio Dias Ferreira Ether
e Francelina Alves Ether. Estudou no Colégio 24 de Fevereiro, depois no
Seminário de Olinda e posteriormente no de Maceió, onde terminou o Curso de
Filosofia. Bacharelou-se em Letras, no Liceu Alagoano, e logo depois, seguiu
para a Bahia. Diplomado em Odontologia (1909), pela Faculdade de Medicina da
Bahia. Retorna a Maceió, onde instala sua clínica, tendo sido o primeiro
gabinete eletrodentário de Maceió. Mantém, contudo, sua atividade de jornalista,
tendo sido um dos fundadores de O Semeador. Por razões políticas muda-se para o
Rio de Janeiro. Forma-se em Direito, pela Faculdade de Direito do Rio de
Janeiro (1930). Professor catedrático da Faculdade Fluminense de Medicina e da
Faculdade Nacional de Odontologia. esta última da então Universidade do Brasil.
Membro-fundador da AAL, sendo o primeiro ocupante da cadeira 28, da qual o
poeta Franco Jatobá é o patrono. Secretario Geral do Instituto Brasileiro de
Estomatologia (1935/36). Professor honorário da Faculdade de Farmácia e
Odontologia de Manaus. Faleceu, repentinamente, quando tinha sido escolhido
paraninfo pelos doutorando da Faculdade Fluminense de Medicina. Pertenceu a
sociedades científicas nacionais e internacionais. Um dos membros fundadores a
Academia Brasileira de Odontologia. Patrono da cadeira n. 97 da Academia
Brasileira de Medicina Militar. Dirigiu a revista Brasil Odontológico.
Publicou: Inverno, 1920 (palestra literária); Ninféia, 1920 (palestra
literária); Homenagem à Memória de Rui Barbosa. Discursos Pronunciados na
Academia Alagoana de Letras, Maceió, 1923; Rui Barbosa, 1923 (estudo crítico);
Cinzas (poesia); Mentira (poesia); Rictus Faciais no Crime; Moldagem em Prótese
Buco-Facial, Rio de Janeiro, Ed. Pongetti, 1935; Silêncio, Rio de Janeiro,
Empresa Número, 1931; Escute, Rio de Janeiro, Ed. Borsoi, 1938; Infecções em
Foco, Revista Brasil Odontológico, 1925; O Molar dos Seis Anos, conferência na
Associação Médica Cirúrgica de Alagoas, 1922; O Mercúrio nas Obturações
Metálicas, Revista Brasil Odontológico, 1925; Odontologia ou Estomatologia,
tese ao 2o. Congresso Odontológico Latino-Americano, Buenos Aires, 1925; A Luta
Contra a Tuberculose, Revista Brasil Odontológico, 1925; Glândulas Endócrinas,
livreto, 1926; As Infecções Dentárias. Brasil Odontológico, 3 (1-2): 5, jul.
ago. 1926; O Câncer, Tese ao 3o. Congresso Latino-Americano de Odontologia,
1929; Pulpectomia versus Despulpação, Brasil Odontológico, 10(10); 170-172,
abr. 1930 ; Um Dente Infectado Como Causa de Êxito Letal, Revista Farmacêutica
Odontológica, (3):1/3, out., 1934; Com a .Vida Médica., livreto, 1934;
Moldagem, 1935; Antro de Highmore, Revista de Farmácia e Odontologia, 1937;
Fraturas Mandibulares, Revista Farmácia e Odontologia, p. 179, palestra no
Curso de Preparação da Reserva Odontológica (1942-43); A Diafanização nos
Domínios da Anatomia Patológica, Revista Farm. Odont. (88): 1-6, junho, 1948; A
Diafanização: Sua Importância e o que a Mesma Nos Revela, (trabalho apresentado
à Academia Brasileira do Odontologia (1952). In Agripino Ether (Necrológio),
Revista do Sindicato dos Odontólogos do Rio de Janeiro, (2):32-42, out./nov. ,
1954. Traduziu: Profilaxia do Câncer de Darier, Lemaitre e Monier, 1925;
Cirurgia Oral de Francisco Pucci, 1929; Atlas Anatômico de Baillères, 1929.
Teria deixado inéditos: Ururbu e Florilégio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário