quarta-feira, 10 de março de 2010
BRÁULIO CAVALCANTE
Em meio à intensa agitação política de oposição ao Governador Euclides Malta, enquanto participava de uma manifestação em prol da candidatura do General Clodoaldo da Fonseca, foi assassinado em frente ao Palácio do Governo, na Praça dos Martírios.
Recém formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade do Recife, e a quatro dias de completar vinte e cinco anos, tinha uma vida promissora, ele que ainda tão jovem já era poeta, dramaturgo, romancista e jornalista.
Seu nome está imortalizado em Pão de Açúcar, onde dá nome à principal avenida da cidade e, em Maceió, com a Praça Bráulio Cavalcante, mais conhecida como Praça do Montepio.
A POESIA DE PÃO DE AÇÚCAR
PÃO DE AÇÚCAR
Marcus Vinícius*
Meu mundo bom
De mandacarus
E Xique-xiques;
Minha distante carícia
Onde o São Francisco
Provoca sempre
Uma mensagem de saudade.
Jaciobá,
De Manoel Rego, a exponência;
De Bráulio Cavalcante, o mártir;
De Nezinho (o Cego), a música.
Jaciobá,
Da poesia romântica
De Vinícius Ligianus;
Da parnasiana de Bem Gum.
Jaciobá,
Das regências dos maestros
Abílio e Nozinho.
Pão de Açúcar,
Vejo o exagero do violão
De Adail Simas;
Vejo acordes tão belos
De Paulo Alves e Zequinha.
O cavaquinho harmonioso
De João de Santa,
Que beleza!
O pandeiro inquieto
De Zé Negão
Naquele rítmo de extasiar;
Saudade infinita
De Agobar Feitosa
(não é bom lembrar...)
Pão de Açúcar
Dos emigrantes
Roberto Alvim,
Eraldo Lacet,
Zé Amaral...
Verdadeiros jaciobenses.
E mais:
As peixadas de Evenus Luz,
Aquele que tem a “estrela”
Sem conhecê-la.
Pão de Açúcar
Dos que saíram:
Zaluar Santana,
Américo Castro,
Darras Nóia,
Manoel Passinha.
Pão de Açúcar
Dos que ficaram:
Luizinho Machado
(a educação personificada)
E João Lisboa
(do Cristo Redentor)
A grandiosa jóia.
Pão de Açúcar,
Meu mundo distante
De Cáctus
E águas santas.
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Marcus Vinícius Maciel Mendonça(Ícaro)
(*) Pão de Açúcar(AL), 14.02.1937
(+) Maceió (AL), 07.05.1976
Publicado no livro: Pão de Açúcar, cem anos de poesia.
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PÃO DE AÇÚCAR
Dorme, cidade branca, silenciosa e triste.
Dum balcão de janela eu velo o seu dormir.
Nas tuas ermas ruas somente o pó existe,
O pó que o vendaval deixou no chão cair.
Dorme, cidade branca, do céu a lua assiste
O teu profundo sono num divino sorrir.
Só de silêncio e sonhos o teu viver consiste,
Sob um manto de estrelas trêmulas a luzir.
Assim, amortecida, tú guardas teus mistérios.
Teus jardins se parecem com vastos cemitérios
Por onde as brisas passam em brando sussurrar.
Aqui e ali tu tens um alto campanário,
Que dá maior relevo ao pálido cenário
Do teu calmo dormir em noite de luar.
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Ben Gum, pseudônimo de José Mendes
Guimarães - Zequinha Guimarães.
Como é bom e reconfortante conhecer a nossa história, através de um intelectual como vc caro Etevaldo, Bráulio Cavalcante um grande político, poeta, dramaturgo, romancista e jornalista que aos 25 anos foi assassinado em nome de uma grande causa.
ResponderExcluirBom dia
ResponderExcluirCaro Etevaldo,você teria o poema 'TUFÃO' do Bráulio?
Eu também sou Braulio Cavalcanti, como meu pai que nasceu meses depois do assassinato do poeta!
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