Por Etevaldo
Amorim
Elevada à
categoria de Vila pela Lei Provincial nº 233, de 3 de março de 1854, Pão de
Açúcar era administrada por uma Câmara de Vereadores, regida pela Lei de 1º de
outubro de 1828, que “Dá nova forma às
Câmaras Municipais, marca suas atribuições, e o processo para a sua eleição, e
dos Juízes de Paz”.
Em definição
dada por esta Lei, que foi assinada por Dom Pedro I, as Câmaras seriam
corporações com funções administrativas, não exercendo, entretanto, jurisdição
contenciosa. Isto é, não teria competência para lidar com litígios ou
controvérsias em que houvesse disputa de interesses entre partes adversas,
situações em que se buscaria a intervenção do Judiciário para resolver o
conflito.
A primeira
Câmara foi assim constituída:
Manoel Caetano
de Aguiar Brandão[i],
Presidente; Braz Antônio Marsiglia, Secretário; Achilles Balbino de Leles
Mello; Martiniano Fernandes da Silva[ii];
Leandro Ribeiro Gonçalves de Mello[iii];
Manuel Aragão de Almeida; Manoel Rodrigues das Mercês Mello; José Antônio
Martins; Narciso José d’Oliveira e Ananias Caldeira Sandes.
O Sr. Achilles Balbino de Leles Mello |
Para termos uma
ideia do contexto em que estava inserida a Villa, que logo se tornaria cidade, diremos
que, em 1873, a divisão política da então Província das Alagoas apresentava o
seguinte quadro: 20 Câmaras Municipais com eleição popular, sendo cinco nas
cidades de Maceió, Alagoas (atual Marechal Deodoro), Penedo, São Miguel (atual
São Miguel dos Campos) e Pilar; e quinze nas Vilas de: Porto Calvo, Passo de
Camaragibe, Porto de Pedras, Imperatriz (atual União dos Palmares), Atalaia,
Assembleia (atual Viçosa), Anadia, Coruripe, Traipu, Palmeira (atual Palmeira
dos Índios), Paulo Afonso (atual Mata Grande), Pão de Açúcar, Murici e
Quebrangulo.
A essa época, segundo
o Almanak da Província das Alagoas, a Vila de Pão de Açúcar possuía cerca de
500 habitações e 2.000 habitantes, aproximadamente.
Proclamada
a República, o Dr. Pedro Paulino da Fonseca, Governador de Alagoas, baixou o Decreto
nº 1, de 21 de janeiro de 1890, extinguindo as Câmaras Municipais, que foram
substituídas por um Conselho de Intendência[iv],
composto de cinco membros, ao qual caberia exercer o Poder Municipal. Essa
prerrogativa lhe foi dada pelo Decreto Federal nº 107, de 30 de dezembro e
1889, assinado por Deodoro da Fonseca:
“Art. 1º Os Governadores dos Estados Unidos
são autorizados a dissolver as Câmaras Municipais e a organizar os respectivos
serviços, adaptando em tudo que lhes forem aplicáveis as disposições do decreto
n. 50 A, de 7 do corrente mês, relativo à Ilma. Câmara Municipal da capital
federal.”
Em
Pão de Açúcar, ficou assim constituído Poder Local:
1.
DR. MIGUEL DE
NOVAES MELLO De 27/01/1890 a
12/12/1891
Intendente: Dr. Miguel de Novaes Mello.
Membros do
Conselho: José da Silva Maia, Luiz José da Silva Mello, Seraphim Soares Pinto e
Manoel de Souza Rego.
Em 1891, a
composição do Conselho já se alterava para: José da Silva Maia, Henrique
Salathiel Canuto[v],
Antônio Damasceno Ribeiro e João Vieira Lisboa, permanecendo o Dr. Miguel como
Intendente.
A
recém-proclamada República recebera, em 24 de fevereiro de 1891, uma nova
Constituição.
O TÍTULO III -
Do Município, dispondo de apenas um Artigo, diz;
“Art 68 - Os Estados organizar-se-ão de forma
que fique assegurada a autonomia dos Municípios em tudo quanto respeite ao seu
peculiar interesse.”
Durante o
processo de elaboração, foram constituintes, pelo Estado de Alagoas, os
Senadores: Floriano Peixoto, Pedro Paulino da Fonseca, Cassiano Cândido Tavares
Bastos; e os Deputados Theoplillo Fernandes dos Santos, Joaquim Pontes de
Miranda, Francisco de Paula Leite Oiticica e Gabino Besouro.
Em Pão de
Açúcar, era Juiz de Direito da Comarca o Dr. Graciano Xavier Carneiro da Cunha[vi],
nomeado em 19 de março de 1891. Entretanto, antes do final do ano, foi nomeado
o Bel. Antônio Quintella Correia,[vii] (Juiz
de Direito de Pão de Açúcar e anexo Santana do Ipanema).
_____
O Dr. Miguel,
filho do Major João Machado de Novaes Mello (o Barão de Piaçabuçu) e de Maria
José Leite de Novaes Mello, nasceu em Pão de Açúcar, em 1851.
Casou-se com
Rosa de Albuquerque (filha do Coronel Serapião Rodrigues de Albuquerque e de
Maria Joaquina Cavalcanti, de Traipu). O casal teve as filhas: Maria José de
Albuquerque Novaes, Anita de Albuquerque Novaes e Noêmia de Albuquerque Novaes.
Faleceu em
Penedo-AL, aos 50 anos de idade, em 30 de maio de 1901. Para saber mais, clique
AQUI.
2.
CAP. SERAPHIM
SOARES PINTO De
12/12/1891 a 31/07/1894
O Cap. Seraphim Soares Pinto |
Membros:
Horêncio Pereira da Luz, Manoel
Francisco Pereira, José Alves Feitosa e José da Silva Maia.
Membros: Antônio Bezerra de Mello Dias
Antônio
Guimarães Mendonça[x]
Antônio
Joaquim Rodrigues Noya
Antônio
Soares Pinto
João
Damasceno Souza
José Alves
Feitosa
José Emiliano
de Souza
José
Inocêncio Vieira
Manoel
Antônio Duarte de Albuquerque[xi]
Manoel
Antônio Lisboa
Manoel
Francisco Pereira
Messias
Correia Leal
Pedro
Francisco Souto
Pedro Soares
Vieira
Nomeado após a
promulgação da Constituição, em 24 de fevereiro de 1891, é por isso que se diz
que o Cap. Seraphim Soares Pinto foi o PRIMEIRO PREFEITO CONSTITUCIONAL.
Aldemar de
Mendonça, entretanto, em seu PÃO DE AÇÚCAR – HISTÓRIA E EFEMÉRIDES, informa que
a posse ocorreu em 2 de setembro de 1892.
EFEMÉRIDES NESTE
PERÍODO ADMINISTRATIVO:
Nomeado
Francisco Bezerra da Rocha para 1º Suplente do Sub-delegado de Limoeiro.
Em aviso datado
de 3 de fevereiro de 1892 (publicado no Jornal do Brasil, de 05.02.1892), o
Diretor Geral dos Correios, Innocêncio Marques de Lemos e Bastos, dá conta ao
público que se acha aberta a Estação Telegráfica de Pão de Açúcar, na linha
Penedo-Piranhas.
Segundo notícia
do Jornal do Recife (27/03/1892), reproduzindo informação do Chefe do 5º
Distrito Telegráfico, Dr. Álvaro de Mello Coutinho de Vilhena, foi inaugurada a
Estação Telegráfica, juntamente com as de Pontal da Barra (em Maceió), Igreja
Nova, Traipu e Piranhas. Pagava-se uma taxa de 140 réis por palavra.
Durante esse
período administrativo, deu-se a emissão do Ato do Presidente do Senado
Estadual, no exercício do cargo de Governador, publicado no jornal PÁTRIA,
órgão do Partido Democrata, em 21 de janeiro de 1892:
“O Presidente do Senado, no Exercício do
cargo de Governador do Estado, nomeou, por ato de 20 do corrente, oficiais do
41º Batalhão de Infantaria, do 4º Corpo de Cavalaria da Guarda Nacional no
Município de Pão de Açúcar, ultimamente criados, os seguintes cidadãos: BATALHÃO
Nº 41 - ESTADO MAIOR. Tenente-Ajudante e Secretário: João Damasceno Souza Filho;
Tenente Quartel-Mestre: José da Silva Maia Filho. 1ª COMPANHIA: Capitão: Manoel
Soares Pinto; Tenente: Higino Gonçalves Maranduba; Alferes: Roque José Bezerra.
2ª COMPANHIA: Capitão: João Fernandes de Seixas; Tenente: Manoel Francisco
Pereira; Alferes: João Pereira de Mello. 3ª COMPANHIA: Capitão: Manoel Rego;
Tenente: Pedro Francisco Souto; Alferes: Joaquim Alves Feitosa Filho. 4ª
COMPANHIA: Capitão: José Alves Feitosa;
Tenente: Manoel Lourenço de Mello; Alferes: Antônio Alves Souto. 5ª COMPANHIA:
Capitão: Narciso José de Oliveira; Tenente: José Emiliano de Souza; Alferes: José
Seraphim dos Santos. 6ª COMPANHIA: Capitão: José Vieira de Souza; Tenente: Antônio
Vieira de Souza; Alferes: João Vieira de
Souza.”
A Lei nº 8, de
13 de maio de 1892, que “Organiza os municípios do Estado”, aprovada pelo
Congresso Estadual e sancionada pelo Governador Gabino Besouro[xii],
atribuiu aos Conselhos funções legislativas e ao Intendente, funções executivas.
Já no seu Art.
1º, a nova lei definia:
“O município é a circunscrição do território do
Estado, na qual cidadãos associados pelas relações comuns de localidade, de
trabalho e tradições, vivem sob uma organização livre e autônoma para fins de
economia, administração e cultura.”
O Art. 4º
determinava quais os órgãos do Município: um Conselho, um Intendente, um
Comissário de Polícia e Sub-Comissários de Distrito. Pão de Açúcar estava
dividido em dois Distritos: o da Sede e o de Limoeiro.
O Art. 5º diz
que o Conselho Municipal seria eleito de dois em dois anos, por sufrágio direto
dos eleitores do município, e o número dos seus membros calculado na proporção
de um por mil habitantes, não podendo ele, no máximo, exceder de vinte e
quatro.
Sobre o
Intendente, no seu Art. 15, diz:
“O Intendente é o Chefe da Administração Municipal e
será eleito por dois anos simultaneamente com o Conselho, em lista separada,
não podendo ser eleito para o período imediato àquele em que tiver servido.”
Uma disposição
interessante está no Art. 18:
“No caso de
impedimento ou vaga, o Intendente será substituído por seu imediato em votos,
observadas as incompatibilidades estipuladas no Art. 6º. Se a vaga, porém, se
der no primeiro ano, proceder-se-á imediatamente a nova eleição em dia
designado pelo Conselho.”
___
Pelo Decreto
Federal, transcrito abaixo, foi criado o Batalhão de Infantaria da Guarda
Nacional de Pão de Açúcar:
Fernando
Lobo”
Em 6 de setembro
de 1893, foi fundado o jornal A VERDADE, de propriedade de Seraphim Soares
Pinto.
Em 1894, era
Juiz de Direito da Comarca o Dr. Esperidião Barros de Albuquerque Lins.
3. EMÍLIO JOSÉ DE MORAES De 31/07/1894 a 07/01/1895
O Sr. Emílio José de Moraes |
Para
falar de Emílio de Moraes, recorremos a uma publicação da revista Estandarte,
que nos foi cedida por um seu descendente, Roberto Menezes de Moraes, residente
em Niterói, Estado do Rio de Janeiro.
“Nascido em
Entremontes, comarca de Pão de Açúcar[xiii],
Estado de Alagoas, em 21 de outubro de 1847, era filho legítimo de Eufrásio
José de Moraes e Maria da Conceição Moraes.
Sendo seus pais
pequenos lavradores, foi esse o primeiro modo de vida que abraçou nas
circunvizinhanças do vilarejo natal, tendo ali frequentado por espaço de seis
meses o curso primário de um bem conceituado mestre-escola. Jovem ainda, ele passou
pela amargura de perder o seu progenitor e assumiu muito cedo a chefia da casa,
provendo os meios para o sustendo da carinhosa mãe e dos irmãos órfãos.
À agricultura,
preferiu o comércio, onde se iniciou como caixeiro anos depois, em Pão de
Açúcar, no importante estabelecimento comercial de um parente rico, o Major
Agostinho Brandão[xiv],
tio do primeiro bispo de Alagoas – D. Antônio Manuel de Castilho Brandão.
Como empregado
do comércio, sentiu-se na necessidade de desenvolver sua instrução, o que fez
infatigavelmente.
Assolada por
aquela época a população da cidade ribeirinha pelo terrível flagelo do
Cholera-morbus, transportou-se para Pão de Açúcar o ilustre clínico Dr. Ronalsa
Brandão que, para debelar a epidemia, fundou, em compartimento da casa
comercial do seu tio, uma pequena farmácia.
A braços com o
afã da sua profissão, não sobrava já atividade ao laborioso médico par o
despacho pontual das fórmulas.
Encontrando-se
sempre ao seu lado o caixeiro Emílio José de Moraes, revelando de dia para dia
particular aptidão para o cargo de prático em farmácia, convidou-o o
inteligente esculápio para seu auxiliar.
Emílio dava
conta satisfatória do recado e, nos pés do referido clínico, também diplomado
em Farmácia, prosseguiu proveitosamente na aprendizagem da arte em que ficou
perito.
Ausentando-se
para Belém do Pará o Dr. Ronaldsa não teve a mínima dúvida em entregar a
direção da farmácia a Emílio, o qual preencheu para esse fim as exigências da
Lei. O antigo prático tornou-se então farmacêutico licenciado.
Apaixonadamente
inclinado à leitura, continuou a adquirir novos conhecimentos referentes a sua
nova profissão.
Desprovida a
cidade de médico por muitos anos, o farmacêutico foi constrangido a clinicar e foram relevantes os serviços que prestou à cidade e suas cercanias.
Emílio José de
Moraes casou-se sucessivamente três vezes com três irmãs, filhas do respeitável
fazendeiro João Damasceno Ribeiro e sua esposa D. Maria das Dores Ribeiro.
Consorciou-se em
terceira núpcias, por cerca de 1883, com a Exmª Srª Carolina Damasceno Ribeiro,
havendo desse consórcio 16 filhos e, dos outros, 5 filhos.
Homem acatado
pelos seus concidadãos, foi ele diversas vezes eleito vereador, chegando a
ocupar o honroso cargo de Intendente ou Prefeito de Pão de Açúcar. Durante a
sua gestão como Intendente deu atenção especial aos problemas relativos à
instrução pública.
Homem religioso,
era obediente seguidor do culto dos antepassados, primando por cumprir
praticamente os preceitos da religião católica romana.
Quando ali,
porém, os primeiros pregadores estiveram – Jerônymo Lucas Acácio de Oliveira,
Dr. Smith, José Primênio, Francisco Philadelpho Pontes e Juventino Marinho, foi
ele paulatina e desconfiadamente indagando da verdade, até que, em 1900, sendo
pregador licenciado o Rev. Lourenço de Barros, começou definitivamente a frequentar
os cultos evangélicos. Para saber mais sobre os primórdios do protestantismo em
Pão de Açúcar, clique AQUI).
Convertendo-se,
fez com sua esposa e os 4 filhos mais velhos sua pública profissão de fé,
perante o saudoso ministro, Rev. Martinho de Oliveira, a 16 de dezembro de
1900.
Logo depois de
professo foi eleito presbítero da igreja, que chegou a representar em dois
presbitérios respectivamente reunidos em Garanhuns e Recife.
Levantando-se na
imprensa evangélica a questão maçônica, Emílio José de Moraes acompanhava-a com
o máximo interesse nos jornais em que ela se debatia, informando fielmente a
igreja de todos os passos da questão.
Anti-maçon
convicto, cindindo-se o Presbiterianismo Brasileiro em dois grupos, por ocasião
do Sínodo de 1903, por espírito de disciplina quis ele aguardar a atitude do
Presbitério Pernambucano em face do notável acontecimento.
Silenciando o
concílio, o presbítero reuniu a igreja em assembléia geral, informou-a dos
acontecimentos e concitou-a a definir-se claramente.
Foi isso a 24 de
novembro de 1903, quando a Igreja Presbiteriana de Pão de Açúcar aderiu
entusiasticamente ao movimento de independência eclesiástica e financeira,
operado em São Paulo.
Em sua
inteligente companheira D. Carolina Moraes, encontrou o presbítero excelente
auxiliar. Sua casa recendia à piedade de que eram exemplos os chefes.
Vítima de minaz
epitelioma, rendeu ele a alma ao Senhor a 16 de dezembro de 1909, justamente
quando completava 9 anos de profissão de fé evangélica.
Foi um Jó na
enfermidade e cerrou os olhos na gloriosa esperança dos filhos de Deus.
D. Carolina
sobreviveu-lhe, fazendo considerável progresso no conhecimento das Escrituras e
na fé em que perseverou até o seu traspasse a 19 de maio de 1911, traspasse
esse que foi assistido pelo seu filho, já então ministro – o Rev. Odilon
Moraes.
Fica, assim,
nestas linhas, a homenagem que devíamos a um dos paladinos do nosso movimento
de independência no norte do Brasil.”
Entre
1891 e 1892, compôs o Comando da Guarda Nacional em Pão de Açúcar como
Major-Ajudante-de-Ordens, Secretário Geral EMÍLIO JOSÉ DE MORAES.[xv]
4.
HORÊNCIO PEREIRA
DA LUZ De 07/01/1895 a
07/01/1897
O Major
Horêncio Pereira da Luz, 4º Intendente de Pão de Açúcar, nasceu em 1861 em
Palmeira dos Índios (provavelmente em Olhos d'Água do Acioli, atual Igaci). Era
filho de Justino Pereira da Luz e Alexandrina Eulália da Anunciação.
Era
Proprietário de loja de fazendas no comércio de Pão de Açúcar.
Na
vida pública, foi também Sub-Delegado do Distrito da Cidade (Pão de Açúcar).
O
jornal A Pátria, que se editava em Maceió, publica, em sua edição do dia 17 de
abril de 1892, telegrama endereçado ao Governador do Estado, Gal. Gabino
Besouro:
“Pão de Açúcar.
13 abril, 92. Exmº Governador, boa impressão causou à população a ação do
governo federal abafando sedição, punindo cúmplices. Horêncio Pereira da Luz,
membro da Intendência, em exercício Juiz Municipal.”
No
telegrama, ele faz referência à reação do Governo Federal à sedição levantada
contra o Vice-Presidente Mal. Floriano Peixoto, que assumira após a renúncia de
Deodoro da Fonseca.
Treze
generais publicaram um manifesto pondo em dúvida a legitimidade do governo de
Floriano.[xvi]
O Governo respondeu com duras sanções e a decretação de Estado de Sítio.
Horêncio
Pereira da Luz faleceu em Pão de Açúcar 18/10/1896[xvii].
EFEMÉRIDES
DURANTE A SUA ADMINISTRAÇÃO:
No dia 20 de
janeiro de 1895 circulava o primeiro número do jornal O SERTANEJO, fundado por
Urbano Lima, cuja tipografia estava situada na Rua da Matriz, nº 7.
Em 12 de
fevereiro de 1895, assumia o cargo de Promotor Público o Dr. João Ferreira de
Faria Oliveira. Formado pela faculdade de Direito do Recife em 1890. Faleceu em
Vila Nova-SE (atual Neópolis) em 1917.
Criação de um
Distrito Policial no Limoeiro[xviii]
“O governador do Estado, atendendo à proposta
do Dr. Chefe de Polícia, por Ofício de 24 do corrente, sob nº 559, resolve
criar um distrito policial em Limoeiro, município de Pão de Açúcar.
Palácio do
Governo, em Maceió, 29 de julho de 1896, 8º da República.
BARÃO DO TRAIPU
Antônio
Tolentino da Costa – Secretário dos Negócios do Interior”
Fundação do
jornal O ESPIÃO, por Orestes Lima.
Era professora a
Srª Cândida Baptista de Araújo[xix],
conforme Ato de 4 de novembro de 1896, do governador do Estado que a removeu de
Viçosa para Pão de Açúcar.
Era Promotor Público o Dr. João Ferreira de Faria Oliveira, nomeado por
Ato de 21 de dezembro de 1894. Formado pela Faculdade de Direito do Recife em
29 de novembro de 1890. Foi exonerado, a pedido, em 1898. Faleceu em Vila
Nova-SE (atual Neópolis) em 1917, quando era Juiz de Direito de São Francisco.
Era encarregado
da Estação Telegráfica de Pão de Açúcar o Sr. Augusto Sucupira.[xx]
Obs.: Não
conseguimos identificar quem assumiu a administração do município até a posse
do próximo Intendente.
5.
MANOEL AFRO DA
COSTA NUNES De 07/01/1897 a 07/01/1899
O Sr. Manoel Afro da Costa Nunes |
O Coronel Manoel
Afro da Costa Nunes era filho de André Avelino da Costa Nunes e Maria Joaquina
Felícia da Conceição.
A 29 de maio de
1897, aos 47 anos de idade, na residência de José Mendes Guimarães, casou-se
com a Srª Ana Mendes Guimarães (25 anos, natural de Nossa Senhora das Dores-SE,
e filha de José Mendes Guimarães e Joana Maria de Jesus). Teria ele nascido,
portanto, em 1850.
Era fazendeiro. Em
1894, exerceu a função de contador da Estrada de Ferro Paulo Afonso,
PIRANHAS-JATOBÁ, do qual foi exonerado em agosto de 1896.[xxi]
Em 1874, era
Comandante da 23º Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional em Pão de Açúcar,
criado pelo Decreto 2.372, de 5 de março de 1859.
Pertencia ao
Partido Republicano Federal, cuja Comissão Municipal em Pão de Açúcar era assim
constituída em 1896:
Ten-Cel Manoel
Afro da Costa Nunes; Ten-Cel José da Silva Maia e Cap. Luiz José da Silva
Mello.[xxii]
EFEMÉRIDES
DURANTE O SEU PERÍODO:
No dia 1º de
junho de 1897 foi fundada a Sociedade Recreio Familiar. Em 1º de agosto do
mesmo ano, em reunião e festa literária, foi solenizada a sua Diretoria e
inaugurada a sua bandeira.
“Falaram os Srs. Cavalcanti Filho, o redator
do jornal literário Microcosmo, o Sr. Brandão em nome do jornal Sertanejo, o
Sr. Capitão Luiz José da Silva Mello como representante da Sociedade Musical União e Perseverança agradeceu ao
Recreio. Nos intervalos fazia-se ouvir a banda de música União.
A cidade goza
paz e vai continuando a prosperar, o que é devido ao gênio pacífico dos seus
habitantes e ao critério do juiz de direito Dr. Esperidião Lins secundado pelas
autoridades policiais e judiciárias. ”[xxiii]
O Cel. João Vieira Lisboa |
O Cel. João
Vieira Lisboa era filho do Tenente-Coronel Gonçalo Martins Lisboa (nascido em
Entremontes, então pertencente ao município de Pão de Açúcar e hoje a Piranhas),
e de D. Ana Vieira da Conceição Lisboa, natural de Mata Grande-AL. Era primo do
governador Euclydes Malta. Suas mães eram irmãs.
Era
agropecuarista e industrial. Transferiu-se para Maceió, onde passou a negociar
na Rua Sá e Albuquerque, no bairro de Jaraguá.
Em 1910, ocupou
a função de Chefe de Tráfego da companhia de Companhia Alagoana de Trilhos
Urbanos – CATU. Foi ainda Membro da Comissão da Sociedade de Agricultura
Alagoana; Tesoureiro da Associação Comercial de Maceió e Deputado estadual nas
legislaturas 1907/08, 1909/10 e 1911/12.
Em 1914,
constituiu a firma Lisboa, Carvalho & Cia, na praça de Maceió.[xxiv]
Era casado com
D. Maria Francisca de Neville Brandão (filha de Agostinho José de Neville
Brandão), conhecida por Mariquinha Lisboa.
EFEMÉRIDES DO
PERÍODO:
Dia 8 de
dezembro de 1899 – Empossada nova Diretoria da SOCIEDADE RECREIO FAMILIAR,
fundada em 1º de junho de 1897:[xxv]
Presidente:
João Damasceno Filho (João Barateiro), reeleito.
Vice-Presidente: Manoel
Delphino Ramos[xxvi]
1º
Secretário: Juvêncio Freire
2º
Secretário: Manoel Damasceno Ribeiro Moraes
1º
Orador: Dr. Luiz Rodrigues de Medeiros
2º
Orador: José Inocêncio Vieira – reeleito
Procurador-Tesoureiro: Lucas Evangelista da Silva
Arquivista
e Bibliotecário: José Correia de
Albuquerque
Esta Sociedade
possuía uma biblioteca, com livros e jornais políticos e literários.
Na Agência dos
Correios de Pão de Açúcar, a Srª Maria de Menezes Sucupira foi removida para a
de Vila Nova (atual Neópolis), sendo substituída por Tito Augusto de Barros
Corrêa, que veio da Estação de Aracaju.[xxvii]
Já no ano seguinte, este era removido para Natal-RN e em seu lugar veio Júlio
Américo Brasil.(faleceu em 1917 ou pouco antes). Tinha uma irmã chamada
Generosa Izaura Brasil.
Ainda neste ano
de 1902 passou a atuar em Pão de Açúcar o telegrafista José Maurício de Argollo[xxviii].
Em 1903, chega Cândido José de Almeida, vindo de Aracaju. Em 1905, Júlio
Cavalcanti.
No dia 1º de
janeiro de 1901, em celebração pela entrada do século XX, foi fincado um
cruzeiro no morro do Cavalete. Esta cruz foi destruída por forte tempestade,
sendo reposta em 1919, para ser substituída pelo monumento inaugurado em 29 de
janeiro de 1950. (Fonte: MENDONÇA, Aldemar de. PÃO DE AÇÚCAR, HISTÓRIA E
EFEMÉRIDES.
7.
JOSÉ DA SILVA
MAIA – Cazuza De
07/01/1901 a 07/01/1903
O Cel. José da Silva Maia - "Cazuza" |
Faleceu a 7 de
abril de 1916.
EFEMÉRIDES
DURANTE O SEU PERÍODO:
Nova Diretoria
da SOCIEDADE RECREIO FAMILIAR, fundada em 1º de junho de 1897:[xxix]
Presidente:
João Damasceno
Filho (João Barateiro), reeleito.
Vice-Presidente: José Correia de Albuquerque
1º
Secretário: Manoel
de Campos Machado
2º
Secretário: João
Gitirana
1º
Orador: Dr.
Luiz Rodrigues de Medeiros
2º
Orador: Manoel
Delphino Ramos[xxx]
Procurador-Tesoureiro: Lucas Evangelista da Silva - releito
Arquivista
e Bibliotecário: José Custódio dos
Santos[xxxi]
O Governador do Estado, Euclides Vieira Malta, criou uma Comissão para mandar fazer a remoção das areias que soterravam a chamada “Rua da Areia”, composta pelo Intendente, Cel. José da Silva Maia; pelo Major Manoel Antônio Machado e pelo Vigário Pe. Antônio José Soares de Mendonça. (Cidade do Rio, 7 de fevereiro de 1902). Para saber mais, clique AQUI.
Ainda neste ano
de 1902 passou a atuar em Pão de Açúcar o telegrafista José Maurício de
Argollo. Em 1903, chega Cândido José de Almeida. Em 1905, Júlio Cavalcanti.
8.
JOSÉ DA SILVA
MAIA FILHO – Lamego
De 07/01/1903 a 07/01/1905
O Cel. José da Silva Maia Filho- "Lamêgo" |
Em 20 de janeiro
de 1892 foi nomeado Tenente Quartel-Mestre do Batalhão nº41, do Estado Maio da
Guarda Nacional em Pão de Açúcar.[xxxii]
O livro UM LUGAR
NO PASSADO, de Gervásio Francisco dos Santos, assim se refere ao Cel. Lamego:
“Foi um dos políticos que desfrutou de grande
prestígio em certa parcela do eleitorado do município A sua carreira de homem
público terminou quando foi traiçoeiramente assassinado, no momento em que
repousava à porta de sua residência, hábito que fazia sistematicamente todas as
noites.”
O Jornal do
Recife, de 29 de abril de 1924, relata o fato:
“Por volta das 19:30 h do dia 21 de abril de 1924, enquanto dormia em uma
cadeira na calçada de casa, foi atingido por forte cacetada, por elemento
desconhecido, vindo a falecer no dia seguinte”.[xxxiii]
9.
JOSÉ DA SILVA
MAIA – Cazuza De 07/01/1905 a 07/01/1907
O Cel. José da Silva Maia - "Cazuza" |
Faleceu em 7 de
abril de 1916.
Durante
a sua administração, ocorreu a inauguração do serviço de abastecimento de água,
que serviu até 1961. (fonte: MENDONÇA, Aldemar de. PÃO DE AÇÚCAR, HISTÓRIA E
EFEMÉRIDES. Aliás, o município recebeu, por concessão do Ministério da Fazenda
à Intendência de Pão de Açúcar, "isenção
de direitos" sobre materiais que a municipalidade pretendia importar
para a implantação do serviço.[xxxiv]
EFEMÉRIDES
DURANTE ESTE PERÍODO:
Durante esta
gestão, verificou-se a ocorrência de uma das maiores cheias do rio São
Francisco. Segundo Aldemar de Mendonça, as águas, vindas da lagoa, alcançaram o
prédio nº 165 da rua Cel. Manoel Antônio Machado. (no cruzamento com a Rua
Floriano Peixoto).
O jornal Diário
de Pernambuco, em edição do dia 11 de março de 1906, informa que havia três mil
pessoas desabrigadas e que a mortandade do gado era enorme.
Fundação
do jornal A VOZ DO SERTÃO, de Manoel Rego, em 18 de novembro de 1906.
Assume
o cargo de Juiz de Direito o Dr. Ernesto Alvim.
Por
essa época era coletor Alfredo de Souza Rego.
Pão de Açúcar, AL. Foto H. W. Furniss, 1904/1905. |
A foto acima, feita pelo Sr. Henry W. Furniss, cônsul afro-norte-americano na Bahia de 1889 a 1905, quando de sua passagem para a cachoeira de Paulo Afonso, mostra Pão de Açúcar em 1904.(para saber mais clique AQUI)
10.
DR. LUIZ MACHADO
DE ANDRADE De
07/01/1907 a 07/01/1909
O Dr. Luiz Machado de Andrade |
Tendo
tomado posse a 7 de janeiro de 1907, e feitas as devidas comunicações, recebeu
o Dr. Luiz o seguinte Ofício, feito no expediente do dia 28 e janeiro daquele
ano pelo Dr. Antônio Guedes Nogueira, prefeito da Capital, e publicado na
edição do dia 29 no jornal Gutenberg:
“Ilustre cidadão Dr. Luiz Machado de
Andrade, M. D. Intendente do Município de Pão de Açúcar,
Tenho a satisfação de acusar recebido o
vosso Ofício de 8 do andante, comunicando terdes assumido o exercício do cargo
de Intendente desse Município, para o qual fostes merecidamente eleito.
Aproveito o ensejo para cientificar-vos
de que também me acho empossado de igual cargo nesta capital e retribuo-vos os
protestos de estima e consideração que me dirigistes, vos envio minhas cordiais
saudações. – Paz e Prosperidade.
O Intendente Antônio Guedes Nogueira.”
EFEMÉRIDES
NESTE PERÍODO:
1907 -
Restauração da Comarca de Pão de Açúcar, juiz Ernesto Alvim.
Nos
Correios, Maria Pitombo Cavalcante, como auxiliar, e Jesuíno de Araújo Batinga.
Iniciada
a construção da linha telegráfica entre Pão de Açúcar e Santana do Ipanema.[xxxv]
___
O
Dr. Luiz Machado nasceu em Pão de Açúcar no dia 18 de setembro de 1879. Filho
do Cel. Miguel de Freitas Machado e de Cândida Delfina de Andrade. Casou-se com
Maria José Machado de Andrade.
Formou-se
médico pela Faculdade de Medicina da Bahia, em 1903. Neste ano, em que
ingressou no curso de Farmácia o seu irmão José de Freitas Machado, a Escola se
achava em intensa agitação, em virtude de protestos dos estudantes contra a
reforma do ensino, levada a efeito pelo Decreto nº 3.890, de 1º de janeiro
daquele ano (a chamada “Reforma Epitácio Pessoa”) e pelo regulamento das
faculdades de medicina.
Ele,
então, somando-se a muitos dos seus colegas do 6º Ano, assina o manifesto
intitulado “AO PAÍS E À IMPRENSA”, publicado na gazeta O TEMPO, em 17 de junho.
Por
conta desse episódio, ele e outros formandos tiveram seus diplomas retidos, os
quais só foram liberados no ano seguinte, após recurso por eles impetrado e por
decisão do Presidente da República, Rodrigues Alves.
O
Dr Luiz defendeu a tese: ETIO-PATOGENIA DO IMPALUDISMO NO BAIXO SÃO FRANCISCO.
Na
edição do dia 15 de dezembro de 1903, o jornal Correio do Brasil, órgão
Democrata de propriedade de Freire, Costa & Cia, e administrado por
Laureano J. F. Oliveira, publica um convite para a colação de grau, assinado
por oito doutorandos, entre eles o Dr. Luiz Machado.
“Será para nós
motivo de grande prazer e honra o comparecimento de V. Exª com a Exmª família à
cerimônia solene de colação de grau aos doutorandos de 1903, às 12 horas do dia
15 do corrente mês, no Salão Nobre da Faculdade de Medicina, assistindo antes à
missa que, em ação de graças, será rezada no Mosteiro de São Bento, às 10 horas
do dia supremencionado.
Esperamos,
confiantes, que V. Exª não se escusará de atende a esta solicitação, o que será
motivo para muito nos penhorar.
Bahia,
5 de dezembro de 1903.
Alípio Maia
Gomes, Alvim Martins Horcades, Alpheu Bicca de Medeiros, Manoel Joaquim Alves Feitosa,
Paulo Bernardes, Delphim Paiva de Lima Junior, Francisco da Costa Fernandes e
Luiz Machado de Andrade.”
(Alípio Maia
Gomes e Manoel Joaquim Alves Feitosa eram também alagoanos).
Além
de Intendente, foi Deputado à Assembleia Estadual na legislatura 1915/16.
Faleceu em Pão
de Açúcar em 1º de outubro de 1940.
Do
livro MONOGRAFIA DE PÃO DE AÇÚCAR, de Aldemar de Mendonça, extraímos o artigo
que o jornalista Dr. Adherbal de Arecippo escreveu a seu respeito:
“Gente
do meu tempo – Um dos homens de vida mais moderada que eu conheci em Pão de
Açúcar, foi, sem dúvida, o Dr. Luiz, membro da família Machado, a mais
tradicional dali. Nunca se sentiu atraído pelos ambientes agitados, jamais a
política partidária o conquistou, em tempo algum preocupou-se com a notoriedade
científica, nem mesmo ambicionou certo destaque no centro social onde vivia.
Doutorado em medicina, pela respeitável Faculdade da Bahia, no ano de 1903, de
começo ainda clinicou, para em seguida, devotar-se aos labores de uma fazenda
de gado e a direção de uma máquina de descaroçar algodão. O seu belo anel de
grau, como sempre o via, era trazido dependurado á argola da corrente do
relógio.
Tinha
uma maneira toda sua de vestir-se: calças e colete brancos, paletó de paxá
preto ou cor de cinza, e cobria-se com o chapéu “duro”, calçando botinas
pretas.
Fumava
bastante e, de noite, toda a sua distração consistia em debruçar-se na janela,
ali ficando por vários quartos de hora, acendendo um cigarro, de vez em quando.
Há muitos anos distanciado da clínica, nunca deixou, porém, de atender ao
doente que lhe procurasse, sem distinção de cor ou de posição social.
Também
não cobrava, nem um tostão, pelos serviços médicos. Naquele tempo, quando quase
não se falava em laboratório de pesquisas clínica, admirava-se a facilidade com
que o dr. Luiz Machado conseguia buscar ou descobrir a origem de uma febre,
mesmo as que se manifestavam de forma fora do comum.
É
pena que o Dr. Luiz, muito depressa, houvesse abandonado a clínica, e teria ele
deixado um nome imorredouro no seio da sociedade pão-de-açucarense, com irradiação
pelos municípios vizinhos, à maneira de como já está formado um excelente
conceito, naquela redondeza, o seu jovem conterrâneo Djalma Gonçalves.
Deixou o Dr. Luiz Machado um nome digno, e
parece que estou a vê-lo receitando a minha saudosa irmã, Amabilia, de um
distúrbio intestinal com as recomendações do uso do leite condensado, o qual,
naquele tempo, era o que existia de melhor, como também a lhe sarjar um
abscesso no braço.
E
a conta por esses serviços? Certamente foi recebida no céu e, com certeza, já
está ele liberto dos sofrimentos que experimentou nos seus últimos anos de
existência”.
Sobre
ele também falou o conterrâneo Gervásio Francisco dos Santos, em seu UM LUGAR
NO PASSADO:
“...
Como médico, nunca se negou aos chamados mais longínquos, dessas ou daquelas
pessoas que o procuravam, sabendo assim honrar o juramento que prestou para o
exercício da profissão. Não viveu da medicina, graças às qualidades de
industrial e fazendeiro.
Era
ainda presidente do Banco Agrícola S/A e do Tiro de Guerra nº 656, que na época
era uma sociedade de caráter cívico”.
11.
PEDRO SOARES
VIEIRA De 07/01/1909 a 07/01/1911
O Cap. Pedro Soares Vieira |
Casado com Maria
Custódia Bezerra Vieira, natural de Porto da Folha e de descendência
portuguesa. Com ela teve os filhos: Virgílio Soares Vieira (pai de seu Pedrito;
o Pe. Fernando Soares Vieira; Alberto Soares Vieira; Octávio Soares Vieira
(primeiro esposo de Maria Rosa Tavares “Dona Sinharinha Tavares), Inocêncio
Soares Vieira (pai do saudoso advogado Dr. Pedro Soares Vieira e da Srtª Maria
Vieira); e Mário Soares Vieira (pai de Maria Vieira Marques da Silva (viúva do
Dep. Marques da Silva), hoje com 97 anos.
Aliás, segundo a
Srª Maria Marques, em depoimento a Ricardo Nezinho (filme Raízes de Arapiraca),
disponível no YouTube, seu avô paterno era negociante de algodão, sendo também
proprietário de fábrica de “descaroçar”, isto é, beneficiar o algodão em
máquinas a vapor. Partindo do porto de Limoeiro, transportava a produção para a
fábrica de Peixoto Gonçalves & Cia, na Vila da Passagem, município de Vila
Nova (atual Neópolis, Estado de Sergipe), fundada em 1907.
Pedro Soares
Vieira, em 1892, foi alferes na 2ª Companhia, do Corpo de Cavalaria nº 3, do
Batalhão nº 41, da Guarda Nacional de Pão de Açúcar.
Em 1893, era
Membro do Conselho Municipal, quando era presidente o Sr. Antônio Soares de
Faria Pinto e era Intendente o Sr. Seraphim Soares Pinto.
Em 1911, foi
nomeado pela Diretoria Geral de Estatística, “Oficial Recenseador” no 2º
Distrito de Paz de Limoeiro, município de Pão de Açúcar.
Durante a sua
administração foi concluída a construção da cadeia pública, contando com o
apoio político do Cel. Luiz José da Silva Mello, então Senador Estadual.
Por Decreto nº
478, de 1º de setembro de 1909, foi emprestada à Intendência de Pão de Açúcar a
quantia de 25:000$000, com o fim especial da mesma Intendência fazer a
aquisição da empresa de Águas daquela cidade, dando como garantia a própria
Empresa e a renda do imposto da Décima Urbana.
EFEMÉRIDES NESTE
PERÍODO:
No dia 9 de
janeiro de 1910, com uma plateia de mais de duzentas pessoas, foi inaugurado o
Politeama Goulart de Andrade, construído na Rua Aurora (atual Antônio de
Freitas Machado), nº 130 (onde funcionou o Cine Palace), estreando com a peça
“O Prêmio da Virtude” (A IDEIA, 16 de janeiro de 1910).
Na Estação
Telegráfica, deixa o cargo o Sr. Júlio Cavalcanti, que fora removido para a
Estação do Pontal da Barra, embarcando com destino a Maceió no dia 17 de
fevereiro de 1909.[xxxvi]
Notícia de A
IDEIA, 24 de abril de 1910, dá conta do aparecimento do Cometa de Halley, que
só voltaria a ser visto em 1986.
12. SERAPHIM SOARES PINTO De 07/01/1911 a 0701/1913
O Cap. Seraphim Soares Pinto |
Em eleição
realizada a 7 de outubro de 1910, ficou assim composta a Administração
Municipal:
Intendente: Cap. Sefaphim Soares Pinto
Vice-Intendente: Cel. José da Silva Maia
Membros do
Conselho Municipal:
Luiz José da
Silva Mello, Francisco de Freitas Machado, Manoel Soares de Campos, José Alves
Feitosa, José Marques de Albuquerque, Manoel Francisco Pereira e Manoel Pereira
da Silva.
Juízes
Distritais.
1º Distrito:
Sede Joaquim Bernardes de Souza e
Luiz José de Campos Mello.
2º Distrito
(Limoeiro): Inocêncio Soares Vieira e José Gonçalves de Andrade.
EFEMÉRIDES
DURANTE O SEU PERÍODO:
Nos Correios,
Joaquim de Aragão Lisboa como mensageiro; Virgínio Nunes Macujé, estafeta. Alfredo
de Paes Lima, vindo do Penedo, substitui Jesuíno de Araújo Batinga. O mensageiro
Jovino da Silva Ramos chega para o lugar de Joaquim de Aragão Lisboa.
13.
MANOEL AFRO DA
COSTA NUNES De 07/01/1913 a 10/01/1913
O Sr. Manoel Afro da Costa Nunes |
Neste seu
segundo período administrativo passou apenas três dias no comando da
Intendência Municipal. Por razões que não logramos conhecer, o governador do
Estado, Cel. Clodoaldo da Fonseca, autorizou passar o comando do município ao
Cel. Manoel Antônio Machado.
14. CEL. MANOEL ANTÔNIO MACHADO De 10/01/1913 a 13/12/1916.
– INTENDENTE.
O Cel. Manoel Antônio Machado |
Nesse período,
foi Intendente o Cel Manoel Antônio Machado, tendo como Vice-Intendente o Cel.
Manoel Francisco Pereira Filho.
Eram membros do
Conselho Municipal (equivalente a Câmara Municipal):
Dr. Luis Machado
de Andrade-Presidente; Manoel Soares de Campos; Aprígio Antônio de Carvalho;
José Vieira dos Anjos; João Pereira de Mello; José Venustiniano Cavalcante e
João Gomes de Carvalho Mello.
Eram Juízes
Distritais do 2º Distrito: Temístocles Pereira de Andrade e João Rodrigues de
Mello.
Durante esse
período, em julho de 1914, o governador do Estado, Clodoaldo da Fonseca, exonerou
a pedido, o Sr. Francisco Pereira Filho do cargo de Adjunto de Promotor Público
de Pão de Açúcar.[xxxvii]
A 22 do mesmo mês nomeou Júlio Evangelista dos Santos, acadêmico de Direito,
para substituí-lo.[xxxviii]
(Correio da Manhã, RJ, 18 de abril de 1915)
Em 12 de janeiro
de 1914, foi o governador Clodoaldo da Fonseca assinou Ato criando uma escola
subvencionada no povoado Jacarezinho.[xxxix]
Era Coletor
Federal o Sr. Alfredo de Goes Canuto[xl],
tendo como auxiliares João Hypólito de Souza e João Evangelista Passos.[xli]
Nos Correios.
Virgílio Soares Vieira como Auxiliar de Guarda no trecho Pão de Açúcar-Agreste
(atualmente povoado de Monteirópolis). Deocleciano Fernandes dos Santos,
Praticante de Pão de Açúcar vai para Penedo. Manoel Victorino Barbosa,
Guarda-fios do trecho Pão de Açúcar – Piranhas.
REALIZAÇÕES:
- Aquisição do
imóvel localizado na Av. Visconde do Rio Branco, atual Bráulio Cavalcante, para
ali construir a sede da Intendência Municipal. Posteriormente, adquiriu também
o prédio contíguo, com uma porta e uma janela de frente, pertencente ao Sr.
Pedro Pereia Simas.
O procedimento
administrativo foi autorizado pelo Conselho Municipal, que fazia as vezes de
Câmara de Vereadores.:
“EDITAL Nº 72 - LEI Nº 62
O Conselho Municipal de Pão de Açúcar decreta o
seguinte:
Art 1º Fica o intendente do Município autorizado a
desapropriar por utilidade municipal o prédio sito à Avenida Bráulio
Cavalcante, antiga Rua Visconde do Rio Branco, nº 56, com dezoito portas em
duas frentes, em que o mesmo município já possui metade, mediante prévia
indenização na forma estabelecida por Lei do Estado.
Art. 2º Pelo mesmo motivo fica o Intendente
autorizado a desapropriar a casa contígua ao prédio acima mencionado, com uma
porta e uma janela, de propriedade do cidadão Pedro Pereira Simas, precedendo
ainda a indenização na forma estabelecida por Lei.
Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.
Sala das Sessões do Conselho Municipal de Pão de
Açúcar, 24 de março de 1914.
José Venustiniano Cavalcante, Presidente; Dr. Luiz
Machado de Andrade; Manoel Soares de Campos; João Pereira de Mello; Aprígio
Antônio de Carvalho.
Secretaria da Intendência Municipal de Pão de
Açúcar, 25 de março de 1914.
J. Evangelista – Secretário.”
- No decorrer do ano de 1915, com um orçamento de 9:686$000, o Intendente realizou as seguintes obras: Construção do Açougue Público, reforma da iluminação pública, melhoria das estradas e reconstrução do prédio onde funcionava a Intendência. (Fonte: MENSAGEM APRESENTADA AO CONGRESSO LEGISLATIVO DO ESTADO DE ALAGOAS, NO DIA 15 DE ABRIL DE 1916, PELO GOVERNADOR DO ESTADO DR. JOÃO BAPTISTA ACCIOLY JUNIOR.
O Cel. Manoel Antônio Machado administrou o município até
13 de dezembro de 1916, quando assumiu a Junta Governativa, em virtude do
Decreto nº 805, de 6 de dezembro de 1916. Sobre esse assunto, falaremos na
próxima parte deste capítulo PÃO DE AÇÚCAR E A REPÚBLICA VELHA.
*** ***
***
Tratamento de
imagens: Vívia Rodrigues Amorim.
___
NOTA:
Caro leitor,
Deste Blog, que tem como tema “HISTÓRIA E
LITERATURA”, constam artigos repletos de informações históricas relevantes.
Essas postagens são o resultado de muita pesquisa, em geral com farta
documentação e dotadas da competente referência bibliográfica. Por esta razão,
solicitamos que, caso sejam do seu interesse para utilização em qualquer
trabalho, que delas faça uso tirando o maior proveito possível, mas fazendo
também o necessário registro de autoria e a citação das referências. Isso é
correto e justo.
[i]
Filho do Coronel Anacleto de Jesus Maria Brandão e de Maria Francisca da
Conceição, nasceu em Mata Grande em 1818 e faleceu em Pão de Açúcar em 11 de
janeiro de 1890.
[ii]
Martiniano Fernandes da Silva. Era casado com Rita Maria da Conceição (filha de
Euphrázio José de Moraes e Maria Rosa dos Prazeres), cunhado de Emílio José de
Moraes.
[iii]
Leandro Ribeiro Gonçalves de Mello, casado com Maria Francisca de Goes.
[iv]
Diário do Povo, Maceió, 27 de janeiro de 1890.
[v]
Filho de Felix José de Sant'anna e Delfina Maria da Conceição.
[vi]
Natural de Pernambuco. Formou-se pela Faculdade de Direito do Recife, em 1883.
Foi, portanto, colega de Turma do Dr. Miguel de Novaes Mello. Era casado com
Maria Etelvina Carneiro da Cujnha, de cujo casamento teve um único filho: o
escritor Humberto Carneiro (casado com Eulália Barbosa Carneiro da Cunha).
Tinha também uma filha adotiva: Jeanette Carneiro Parente Vianna (casada com
José Parente Vianna). Era filho de João Xavier Carneiro Rodrigues Campello e
Angélica Xavier Carneiro da Cunha. Faleceu em Caruaru-PE a 4 de janeiro de
1926, onde foi sepultado. Fonte: Diário de Pernambuco, Recife, 5 de janeiro de
1926.
[vii]
Antônio Quintella Correia. Formado pela Faculdade de Direito do Recife em 1880,
era casado com Anna Guedes Quintella. Fonte: Cruzeiro do Norte, Maceió, 20 de
novembro de 1891.
[viii]
O Horisonte, Maceió, 2 de dezembro de 1891.
[ix]
Cruzeiro do Norte, Maceió, 13 de dezembro de 1891.
[x]
Era relojoeiro em Pão de Açúcar (Fonte: Almanak do Estado de Alagoas – 1891).
Depois se estabeleceu em Penedo com a casa PÊNDULA PENEDENSE. Fonte: Jornal do
Penedo, 1913/1914.
[xi]
MANOEL ANTÔNIO DUARTE DE ALBUQUERQUE, filho de Antônio Duarte de Albuquerque e
Maria do Espírito Santo. Casado com Silvina de Barros Rodrigues Mello (com quem
teve o filho Josué Duarte) e, em segundas núpcias, com Filomena Correia de
Albuquerque. Foi Alferes da 2ª Companhia
da Guarda Nacional, compreendendo os municípios de Pão de Açúcar, Piranhas e
Santana do Ipanema.
[xii]
A PÁTRIA, 16 de julho de 1892.
[xiii]
Atualmente pertencente ao município de Piranhas.
[xiv]
Seu avô materno, Simão Coelho da Veiga, era irmão de Anacleto de Jesus Maria
Brandão, pai de Agostinho José de Nevile Brandão.
[xv]
Jornal do Comércio, Rio de Janeiro, 1º de maio de 1891.
[xvi]
Em 6 de abril de 1892, 13 oficiais-generais das duas armas – entre os quais o
vice-almirante Eduardo Wandenkolk − publicaram um manifesto dirigido a Floriano
Peixoto, onde faziam críticas severas à condução do governo na crise dos
estados, afirmavam não querer passar por corresponsáveis pela desorganização em
que as unidade federadas se encontravam e, por fim, defendiam a realização de
eleições para o cargo de presidente como o único caminho para superar a crise.
No dia seguinte, também recorrendo a um manifesto, Floriano criticou a atitude
dos oficiais e garantiu que usaria dos poderes extraordinários a ele conferidos
pelo Congresso para salvar sua autoridade e a honra da República. E, ato
contínuo, demitiu de suas comissões e reformou compulsoriamente os 13
signatários do manifesto oposicionista, que também seriam expulsos do Clube
Militar. Fonte: CPDOC/FGV. Foram esses os 13 generais: Marechal José de Almeida
Barreto,;Vice-almirante Eduardo Wandenkolk; General de divisão José C. de
Queirós, General de divisão Antônio Maria Coelho, Barão de Amambaí, General-de-
Divisão Cândido José da Costa; Contra-Almirante José Marques Guimarães,
comandante da 1a divisão de cruzadores; General –de-Brigada João Nepomuceno de
Medeiros Mallet; Contra-Almirante Dionísio Manhães Barreto, membro efetivo do
conselho naval; General de brigada João Severiano da Fonseca, 2º
vice-presidente do IHGB; Contra-Almirante Manuel Ricardo de Cunha Couto,
inspetor do arsenal da Marinha da capital federal; General -de- Brigada João
José de Bruce; General –de- Bbrigada José Cerqueira de Aguiar Lima; General-
de- Brigada João Luís de Andrade Vasconcelos.
Floriano
Peixoto, no dia seguinte à publicação do manifesto, manda reformar os
signatários e prender alguns deles.
[xvii]
O Trabalho, Penedo-AL, 24 de outubro de 1896.
[xviii]
Gutenberg, Maceió, 13 de agosto de 1896.
[xix]
Gutenberg, Maceió, 6 de novembro de 1896.
[xx]
Augusto de Oliveira Sucupira. Natural do Rio Grande do Norte, era filho de
Francisco Sucupira e Balbina Geracina de Oliveira Sucupira. Casou-se em
Penedo-AL, a 15 de setembro de 1894, com Maria Cândida de Menezes Sucupira, com
quem teve os filhos Argonauta de Menezes Sucupira e Djalma de Menezes Sucupira.
[xxi]
Diário de Pernambuco, 29 de maio 1894.
[xxii]
Gutenberg, Maceió-AL, 24 de junho de 1896.
[xxiii]
Orbe, Maceió-AL, 25 de agosto de 1897.
[xxiv]
Regista Comercial e Agrícola das Alagoas, 1914.
[xxv]
Orbe, Maceió, 18 de janeiro de 1900.
[xxvi]
Manoel Delphino Ramos, filho de Manoel Delphino Rocha e Maria Delphino Ramos.
Casado com Maria Luzia Ramos, com quem teve o filho Máximo e Thomaz e João. Foi
Administrador da Recebedoria de Rendas de Pão de Açúcar em 1895/96. Fonte:
Gutenberg, 11 de abril de 1896.
[xxvii]
BOLETIM TELEGRÁFICO, Rio de Janeiro, 31 de julho de 1900.
[xxviii]
José Maurício de Argollo. Filho de Pedro Rodrigues de Argollo e Joana de
Almeida Argollo. Casado com Maria Calheiros de Albuquerque Argollo.
[xxix]
Orbe, Maceió, 18 de janeiro de 1900.
[xxxi]
Em 1895, era Escrivão Interino da Recebedoria de Rendas de Pão de Açúcar.
Fonte: Gutemberg, Maceió, 5 de novembro de 1895. Em 26 de março do ano
seguinte, foi nomeado Escrivão efetivo pelo Governador José Vieira Peixoto, Vice-Presidente
de Estado no exercício de titular. Fonte: Gutemberg, Maceió, 29 de março de
1896.
[xxxii]
A Pátria, Maceió-AL, 21 de janeiro de 1892.
[xxxiii]
Jornal do Recife, 29 de abril de 1924.
[xxxiv]
Gutenberg, 5 de setembro de 1905.
[xxxv]
O Século, Rio de Janeiro, 30 de outubro de 1907.
[xxxvi]
A IDEIA, Pão de Açúcar, 13 de fevereiro de 1910.
[xxxvii]
Diário de Pernambuco, Recife, 15 de julho de 1914.
[xxxviii]
Diário de Pernambuco, Recife, 22 de julho de 1914.
[xxxix]
Correio da Manhã (RJ), 28 de abril de 1915.
[xl]
Alfredo de Goes Canuto. Nasceu em Garanhuns-PE, a 10 de março de 1883. Filho de
Antônio José Ruville e Anna de Goes Canuto. Casado com Paulina Vilaça de Goes.
[xli]
O Paiz (RJ), 12 de março de 1913.
É admirável a rica citação de personagens elencados nesse artigo. Detalhes sobre diversos fatos políticos de nosso Município, agregados aqui, são uma excelente fonte de consulta para buscadores. É interessante saber que, bem mais do que hoje, nessa época, algumas fontes particulares de imprensa nasciam e enriqueciam os debates sobre o efervescente vento republicano. Com este, fiquei sabendo que meu ascendente direto Manoel Francisco Pereira galgara a patente de coronel. Clarificou, também, a dúvida sobre o primeiro intendente e o primeiro prefeito de Pão de Açúcar
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