domingo, junho 15

ESBOÇO HISTÓRICO DA COMARCA DE PÃO DE AÇÚCAR - PARTE 4

 

Por Etevaldo Amorim

 

FRANCISCO MARTINS DA SILVA SOARES – JUIZ SUBSTITUTO - 1904, 1905 e 1906 e 1907


Formou-se pela Faculdade de Direito do Recife em 15 de março de 1902 e, nesse mesmo ano, foi eleito Deputado Estadual.


Alagoano de nascimento, filho do Major Manoel Rolemberg Martins Soares e Cantianila Martins da Silva. Nasceu em Penedo-AL em 7 de julho de 1874.


Faleceu em Penedo-AL, em 24 de janeiro de 1907, com apenas 32 anos de idade, quando era Juiz Substituto da Comarca de Pão de Açúcar.

 

MATHEUS DE SOUZA MACHADO – 1906

 

Em 1888, era Juiz Municipal e de Órfãos da comarca de Vila Nova (atual Neópolis). Designado primeiramente para a Comarca de Vila Nova (atual Neópolis), Sergipe, em 1888, foi também Juiz em São Brás, Traipu, São Miguel dos Campos e em Belo Monte.


Dá nome ao Fórum de Brejo Grande, no Estado de Sergipe, onde foi Deputado Estadual.

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Filho de Matheus de Souza Machado e da D. Blandina Diamantina Fernandes Machado. Nasceu em Brejo Grande-SE no dia 1º de dezembro de 1862. Casou-se com Rosa Cavalcante Machado e tiveram o filho Adelmo Cavalcante Machado (Dom Adelmo Machado). Faleceu no dia 17 de maio de 1914, em Penedo.

 

 

ERNESTO ALVIM DA SILVA  – JUIZ DE DIREITO - 1907 a 1910

 Em 1907, quando da restauração da comarca, foi removido de Anadia para Pão de Açúcar.[i]

 Formado pela Faculdade de Direito do Recife em 1869. Em 3 de junho de 1881, foi nomeado Juiz Municipal e de Órfãos do Termo de Assembleia (atual Viçosa).


Segundo o jornal O Evolucionista, em 19 de outubro de 1905, nesse ano era Juiz de direito de Anadia e, em 1909, já estava em Santana do Ipanema. Foi ainda Deputado provincial e estadual, Promotor público na comarca de Porto Calvo. Juiz municipal de Palmeira dos Índios e promotor público de Maragogi. Inspetor escolar em Maragogi. Delegado literário na Villa de Maragogi e conselheiro municipal. Deputado provincial na legislatura 1888-89. Deputado estadual nas legislaturas 1897-98 e 99-1900.  Fonte: ABC DAS ALAGOAS.

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Ernesto Alvim da Silva. Filho de Joaquim José Alvim Junior e Anna Alvim da Silva. Nasceu em 20 de dezembro de 1844 em Alagoas. Faleceu em União (atual União dos Palmares), Estado de Alagoas, no dia 10 de novembro de 1917.


Nos seus tempos de estudante na Faculdade de Direito do Recife, viu-se envolvido num episódio no mínimo engraçado, demonstrando que, a exemplo do que se faz hoje nas mídias sociais, os jornais eram utilizados para tesse tipo de procedimento.


Nas páginas do Diário de Pernambuco, de 22 de julho de 1867, um seu colega publica a seguinte nota:


“Pede-se ao Sr. Ernesto Alvim da Silva, estudante do terceiro ano jurídico, que tenha a bondade de vir pagar o que deve; na rua das Águas Verdes, nº 22, 2º andar.”

Na edição do dia seguinte, veio a resposta:


“O Sr. Ernesto Alvim da Silva, em resposta ao anúncio inserto no Diário de ontem, em que o Sr. Antônio Bezerra da Rocha Moraes, estudante do 1º ano da Faculdade de Direito (calouro) o chama à Rua das Águas Verdes, nº 22, segundo andar, para satisfazer uma dívida; declara que não se considera devedor do mesmo Sr. Bezerra, e sente profundamente que uma coisa tão mesquinha quanto ridícula tivesse impelido esse estonteado moço a caluniá-lo publicamente.”

 

ANTÔNIO ARECIPPO DE BARROS TEIXEIRA – JUIZ DE DIREITO – De 1910 a 1922

 

O Dr. Antônio Arecippo de Barros Teixeira

Além de Magistrado, foi músico, maestro, poeta, escritor, compositor.

Fez os estudos no Colégio Bom Jesus, em Maceió, prestando exames no antigo Liceu Alagoano.

 Bacharelou-se em Ciência Sociais, em 1896 e, em Ciências Jurídicas, em 1898, ambos pela Faculdade de Recife. Na juventude, foi secretário da Prefeitura de União, Inspetor Escolar de União e da então vila de São José da Laje, membro da Comissão Municipal Republicana da mesma vila e Fiscal de Ensino em Pão de Açúcar, este último de 1914 a 1919. Em São José da Laje, fundou e regeu a banda de música "Benedito Silva". Foi juiz substituto nessa cidade, de 1896 a 1910. Posteriormente transferido, como Juiz Titular para Pão de Açúcar e, finalmente em Maceió, a partir de 1922.

Flautista, ele fundou, organizou e regeu a banda de música Benedito Silva, “Beneditina”. Era responsável pela orquestração das partes musicais destinada a cada instrumento. Também esteve à frente da banda de música Carlos Gomes.

 

Obras: Organização Judiciária do Estado de Alagoas, Anotações Pelo Juiz de Direito Antonio Arecippo de Barros Teixeira, Maceió: Tipografia Casa Ramalho, 1914; Decisões Jurídicas, de 1898 a 1917, com prefácio de José Tavares Bastos, Penedo, Ateliê de Artes Gráficas, 1917; Código do Processo Criminal do Estado de Alagoas, Tip. Alagoana, 1919; Formulário do Processo Criminal - Acomodado ao Foro do Estado de Alagoas, Maceió: Livraria Fonseca, 1919; Código do Processo Criminal do Estado de Alagoas, Maceió: Tip. Alagoana, 1919; Capítulos da História do Brasil, Maceió, [1976].

Deixou inéditos: O Júri em Alagoas (Guia do Jurado Alagoano); Evolução Católica, Política e Jurídica; Assessor Jurídico; Código do Processo Civil e Comercial do Estado de Alagoas e O Estado de Alagoas e Seus Municípios, este último parcialmente publicado na Revista do Instituto Arqueológico e Geográfico Alagoano. Publicou as poesias A Pedido a Uma Donzela, in O Orbe, edição 115, de 5/10/1897, p. 3; e Chromos, in O Orbe, edição 98, 23/08/1889, p. 2. Compôs York Restaurante. Fonte: ABC das Alagoas.

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Filho do Coronel Antônio Victor[ii] de Barros Teixeira e de Carlota Bello Teixeira. Nasceu em União (atual União dos Palmares), Estado de Alagoas, em 31 de outubro de 1868. Casou-se em 1896, com Maria Lybia de Moraes Bello. Falecem em Maceió em 1º de dezembro de 1928.

 

LUIZ MENEZES DA SILVA TAVARES – JUIZ MUNICIPAL – 1910 a 1916

 

O Dr. Luiz Menezes da Silva Tavares

Nomeado em 26 de setembro de 1910 Juiz Substituto do Município de Belo Monte, em substituição ao Dr. José Rodrigues da Costa Dória. Fonte: Gutenberg, 27 de setembro de 1910.

Nomeado em 21 de junho de 1912 Juiz Municipal em Belo Monte, pertencente à Comarca de Pão de Açúcar, permanecendo até pelo menos 1916.

Filho de Miguel Nunes da Silva Tavares e Maria Feliciana de Menezes. Foi casado com Albertina da Silva Tavares.

 

BEL. FRANCISCO ANTÔNIO DUARTE – JUIZ DE DIREITO - 1916

O Dr. Francisco Antônio Duarte

Em 1916, era Juiz de Direito em Pão de Açúcar, segundo Mensagem do Governador Dr. João Baptista Accioli Junior ao Congresso Estadual, em que menciona os juízes de direito em exercício no Estado de Alagoas, pela ordem de suas antiguidades, até 31 de dezembro de 1915, organizada em 4 de fevereiro de 1916. Nessa data, o Dr. Francisco Duarte contava 8 anos, 7 meses e 8 dias.

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O Dr. Francisco Antônio Duarte nasceu em Maceió em 1º de novembro de 1863. Filho do Major Antônio Joaquim Duarte e de Maria Hortência de Mello.

Em 28 de novembro de 1896, casou-se com Maria Accioly Vieira, sobrinha do Visconde de Sinimbu. Faleceu em 1919.

 

LUIZ IGNÁCIO DE FIGUEIREDO – JUIZ SUBSTITUTO - 1912 a 1918

Formado pela Faculdade de Direito do Recife, em 9 de dezembro de 1911, mesma Turma de Bráulio Cavalcante.[iii]

Foi nomeado para a Comarca de Pão de Açúcar em 21 de junho de 1912, entrando em exercício em 1º de julho daquele ano. Eram seus suplentes: Álvaro Machado, Francisco de Freitas Machado e Lucillo Gomes de Carvalho Mello.

Em 1929, foi membro do diretório da Aliança Liberal, em Penedo.[iv] Em 1935, quando era 3º delegado auxiliar da capital, reconquistou o cargo de Promotor Público de Penedo, do que houvera sido demitido.[v]

Em 21 de novembro de 1916, o Governador do Estado declarou vago o cargo de Juiz Substituto de Pão de Açúcar, por abandono de cargo.[vi]

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Alagoano. Aniversariava em 1º de Março. Filho de Clara Maria da Conceição.

 

JOÃO LYRA FLORES – JUIZ SUBSTITUTO[vii] - 1918 a 1924

Natural de Pernambuco. Formou-se na Faculdade do Recife em 1913.

Foi Juiz Municipal em Santa Luzia do Norte, Limoeiro e Juiz Substituto em Paulo Afonso (Mata Grande), em 1916.

Foi nomeado em 1918, e seguiu para Pão de Açúcar, conforme notícia do jornal A Província, de 1º de dezembro daquele ano.

Em 1924, foi nomeado Juiz Substituto em Santa Luzia do Norte pelo quadriênio a terminar em 30 de junho de 1928.  Fonte: Jornal do Recife, 12 de junho de 1924.

Em 1928, foi removido o Juiz Substituto João Lyra Flores de Santa Luzia do Norte para Limoeiro. Fonte: Jornal do Comércio, Manaus-AM, 21 de abril de 1928.

Em 1930, foi nomeado pelo Governador Álvaro Paes promotor público em Santana do Ipanema.

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Filho de Francisca Severina de Lyra Flores (falecida em 11 de maio de 1915) e de Cristóvão Jacintho de Lyra Flores, que faleceu no dia 7 de outubro de 1903, aos 62 anos de idade. Ele era mestre-de-obra de uma oficina do antigo Arsenal de Guerra do Recife.[viii]

Eram seus irmãos: Balbina Lyra Flores Rangel (falecida em 1911), Maria Thereza Flores Prazeres (casada com João Francisco dos Prazeres) e Antônio das Mercês Flores. Foi casado com Maria Pereira da Rocha Lyra.

Aniversariava em 12 de junho. Faleceu no Rio de Janeiro em 1º de dezembro de 1965.

 

JOSÉ FERREIRA DE ARAÚJO COSTA – JUIZ DE DIREITO - 1923 e 1924


Em novembro de 1922, teve sua remoção efetuada por ato do governador do Estado, segundo noticia o jornal O INDIO, de Palmeira dos Índios, edição de 5 de novembro de 1922, para ocupar a vaga do Dr. Arecippo.

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Nasceu em Viçosa-AL em 15 de dezembro de 1877. Filho do Cel. João Ferreira Costa e de Ana Luiza da Costa.

Faleceu em Penedo, em 1924 e foi substituído por Olavo Accioly de Moraes Cahet. Segundo o Jornal do Recife, edição de 17 de abril de 1924, ele faleceu em Pão de Açúcar naquele ano.

 

JOÃO TAVARES GOUVEIA – JUIZ MUNICIPAL - 1925

Formado pela Faculdade de Direito do Recife em 1912.

Foi nomeado Juiz Municipal da Comarca de Pão de Açúcar em 1924, removido da comarca de Traipu.

Foi também Promotor de Justiça em São Miguel dos Campos e Inspetor de Ensino em Maceió, em 1925. Em 1926, era Promotor de Justiça em Porto de Pedras e Porto Calvo.

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Nasceu a 2 de maio de 1890 em Goiana, Pernambuco. Filho de Anísio Tavares da Cunha Gouveia e Genuina Maria de Gouveia. Em 16 de outubro de 1920, casou-se em Traipu com Amélia Bruno Matos, filha de Antônio Soares de Mattos e Umbelina Leopoldina de Albuquerque.

 

OLAVO ACCIOLY DE MORAES CAHET – 1925 a 1928


Formado em 1909 pela Faculdade de Direito do Recife em 1909. Foi nomeado para Juiz de Direito da Comarca de Pão de Açúcar em abril de 1924.[ix]

Antes de ser nomeado para Pão de Açúcar, foi Juiz Substituto de Alagoas (atual Marechal Deodoro) e Promotor em Anadia.

Quando estava como Juiz Substituto na comarca de Alagoas (atual Marechal Deodoro), foi substituir o Dr. José Ferreira de Araújo Costa, por falecimento deste, em nomeação feita em abril do mesmo ano. Já aposentado, faleceu em Maceió em 5 de novembro de 1929.

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Nasceu em 22 de fevereiro de 1873. O jornal Diário de Pernambuco diz que ele aniversariava em 22 de dezembro de 1878.

 

OSWALDO DE MEIRÓZ GRILLO – JUIZ SUBSTITUTO – 1926

 

O Dr. Oswaldo de Meiróz Grillo em 1937. Foto: acervo da família.

Formado pela Faculdade de Direito do Recife, colou grau em 11 de agosto de 1927, na chamada “Turma do Centenário”, pois se comemorava, naquele ano, cem anos de fundação dos cursos jurídicos de Olinda e São Paulo.

No ano anterior, ainda bacharelando, com apenas 23 anos de idade, foi nomeado Juiz Substituto na Comarca de Pão de Açúcar, pelo Governador Costa Rego, em 19 de abril de 1926.[vi] Precisamente a 26 de maio daquele ano, parte do Recife com destino a Pão de Açúcar.[vii]

Sobre a sua ida para Pão de Açúcar, fez publicar, nas páginas do jornal A PROVÍNCIA, Recife, de 7 de julho de 1926, importantes NOTAS DE VIAGEM. CLIQUE AQUI

https://blogdoetevaldo.blogspot.com/2024/02/notas-de-viagem.html

 

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O Dr. Oswaldo de Meiróz Grillo, nasceu em Goianinha, Estado do Rio Grande do Norte. Filho de Abdon Franklin de Meiróz Grillo e de Alexandrina Leopoldina de Meiróz Grillo. Irmão do Dr. Joaquim de Meiróz Grillo. Foi casado com Letícia Marinho Grillo.

Faleceu no Hospital Miguel Couto, no Rio de Janeiro, a 1º de setembro de 1940, com apenas 37 anos de idade. Foi sepultado em Goianinha. Fonte: A Ordem, Natal-RN, 4 de setembro de 1940.

 

AUGUSTO RODRIGUES DE SOUZA CAMPOS – JUIZ MUNICIPAL – 1928

O Dr. Augusto Rodrigues de Souza Campos


Formou-se pela Faculdade de Direito do Recife em 1924.

Em 1929, foi Juiz Municipal em Belo Monte. Ele foi o primeiro magistrado da Comarca de Piaçabuçu. Dá nome ao fórum de Piaçabuçu.

Nasceu na Fazenda Muribeca, município de Campina Grande-PB, em 31 de janeiro de 1897. Faleceu no Recife em 22 de novembro de 1991. Filho o Cel. Silvino Rodrigues de Souza Campos e Rosalina da Costa Agra. Casado com Maria Bernadete Machado de Souza Campos. 

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NOTA:

Caro leitor,

Deste Blog, que tem como tema “HISTÓRIA E LITERATURA”, constam artigos repletos de informações históricas relevantes. Essas postagens são o resultado de muita pesquisa, em geral com farta documentação e dotadas da competente referência bibliográfica. Por esta razão, solicitamos que, caso sejam do seu interesse para utilização em qualquer trabalho, que delas faça uso tirando o maior proveito possível, mas fazendo também o necessário registro de autoria e a citação das referências. Isso é correto e justo. Tratamento de imagem: Vívia Amorim



[i] Fonte: A Fé Cristã, Penedo, 2 de fevereiro de 1907.

[ii] Falecido em União (atual União dos Palmares-AL) no dia 11 de agosto de 1913, aos 75 anos de idade. Foi Tabelião Público em União e militante no Partido Liberal. Tinha uma filha chamada Corina Alvim, que foi casada com Joaquim Alvim. A Província, Recife, 13 de setembro de 1913. Disponível em:< http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=128066_01&PagFis=25568> Acesso em: 25 maio 2013.

[iii] A Província, Recife, 14 de dezembro de 1911. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=128066_01&PagFis=22469 Acesso em: 25 maio 2013.

[iv] Diário Carioca, RJ, 9 de outubro de 1919. Disponível em:< http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=093092_01&PagFis=4175> Acesso em: 25 maio 2013.

[v] Diário de Pernambuco, 17 de novembro de 1935.

[vi] Época, RJ, 22 de novembro de 1016.

[vii] Diário de Pernambuco, 29 de maio de 1920.

[viii] A Província, Recife, 8 de outubro de 1903. Disponível em:< http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=128066_01&PagFis=14092>

[ix] Diário de Pernambuco, 17 de abril de 1924.

2 comentários:

  1. Ótimas informações que diz muito da história da comarca do município de Pão de Açúcar, meus parabéns ao nosso querido e abnegado mestre Etevaldo Amorim

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  2. Excelente e detalhado registro sobre os titulares da Comarca de Pão de Açúcar. Uma ótima fonte de consulta para nossos exegetas. Parabéns

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A POESIA DE PÃO DE AÇÚCAR



PÃO DE AÇÚCAR


Marcus Vinícius*


Meu mundo bom

De mandacarus

E Xique-xiques;

Minha distante carícia

Onde o São Francisco

Provoca sempre

Uma mensagem de saudade.


Jaciobá,

De Manoel Rego, a exponência;

De Bráulio Cavalcante, o mártir;

De Nezinho (o Cego), a música.


Jaciobá,

Da poesia romântica

De Vinícius Ligianus;

Da parnasiana de Bem Gum.


Jaciobá,

Das regências dos maestros

Abílio e Nozinho.


Pão de Açúcar,

Vejo o exagero do violão

De Adail Simas;

Vejo acordes tão belos

De Paulo Alves e Zequinha.

O cavaquinho harmonioso

De João de Santa,

Que beleza!

O pandeiro inquieto

De Zé Negão

Naquele rítmo de extasiar;

Saudade infinita

De Agobar Feitosa

(não é bom lembrar...)


Pão de Açúcar

Dos emigrantes

Roberto Alvim,

Eraldo Lacet,

Zé Amaral...

Verdadeiros jaciobenses.

E mais:

As peixadas de Evenus Luz,

Aquele que tem a “estrela”

Sem conhecê-la.


Pão de Açúcar

Dos que saíram:

Zaluar Santana,

Américo Castro,

Darras Nóia,

Manoel Passinha.


Pão de Açúcar

Dos que ficaram:

Luizinho Machado

(a educação personificada)

E João Lisboa

(do Cristo Redentor)

A grandiosa jóia.


Pão de Açúcar,

Meu mundo distante

De Cáctus

E águas santas.

______________

Marcus Vinícius Maciel Mendonça(Ícaro)

(*) Pão de Açúcar(AL), 14.02.1937

(+) Maceió (AL), 07.05.1976

Publicado no livro: Pão de Açúcar, cem anos de poesia.


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PÃO DE AÇÚCAR


Dorme, cidade branca, silenciosa e triste.

Dum balcão de janela eu velo o seu dormir.

Nas tuas ermas ruas somente o pó existe,

O pó que o vendaval deixou no chão cair.


Dorme, cidade branca, do céu a lua assiste

O teu profundo sono num divino sorrir.

Só de silêncio e sonhos o teu viver consiste,

Sob um manto de estrelas trêmulas a luzir.


Assim, amortecida, tú guardas teus mistérios.

Teus jardins se parecem com vastos cemitérios

Por onde as brisas passam em brando sussurrar.


Aqui e ali tu tens um alto campanário,

Que dá maior relevo ao pálido cenário

Do teu calmo dormir em noite de luar.

____

Ben Gum, pseudônimo de José Mendes

Guimarães - Zequinha Guimarães.






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Pão de Açúcar, Cem Anos de Poesia